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ANA CLARA POV

Me ofereci pra fazer o almoço, Sabra tinha sido tão receptiva comigo que pensei ser um bom jeito de agradecer. Decidimos o cardápio e fui com Vitória comprar os itens necessários no mercado. Na volta, antes de irmos pra suíte, passamos bem rapidinho no meu quarto pra pegar roupa de banho e o Tinho.

-Acho que não tem necessidade de tu ficar aqui nesse quarto....

-Não quero abusar da boa vontade da Sabra, meu dengo.

Vitória me puxou para o seu abraço, apertando meu corpo no seu. Por cima da minha cabeça ela observou o quarto, me deu um beijo na testa e subimos.
Deixamos as compras na cozinha , botamos o biquíni e demos um mergulho rápido, não queria atrasar nada pro almoço, queria que ficasse tudo perfeito!

Não conseguia tirar meus olhos do corpo de Vitória, ela tem luz própria, sério, quando digo luz não é aquela espiritual, essa também, mas caramba ela brilha, o corpo dela reluz, parece um ser de outro mundo, uma deusa!
Enquanto estávamos cozinhando, descobri que Vitória era uma negação.

-Tu sabe fritar ovo, Dona Vitória?

-Oxe, mar num é só botar o ovo na frigideira, mexer e tacar sal? - Eu ronda forma que ela falou.

-Faz assim, arruma a mesa que eu finalizo aqui e já pode chamando a Sabra!

-Sim senhora! -Ela saiu saltitando pela cozinha.

Depois do almoço ficamos na varanda, tinha uma espreguiçadeira gigante, me deitei perto de Vitória, não foi perto o suficiente porque ela logo tratou de me puxar mais pra perto. Dormimos coladas, de conchinha. A respiração dela estava no meu pescoço, era silenciosa e leve. Me indaguei mentalmente o porquê de não termos nos beijado ainda.
Me desvencilhei de seus braços com cuidado para não acordá-la. Fui até a minha bolsa atrás do meu celular, estava martelando na minha cabeça outra música pra Vitória. Vim descansar e vou acabar saindo daqui com um CD pronto.
Anotei no bloco de notas

Chamego meu, olha pra cá
Esse sorriso de orelha a orelha
Tenta guardar, é pra você
Por bagunçar a minha paz
A armadura e minha calma

É tão bom te acompanhar
E ver você sendo você
Te observar me adivinhar
E me ler sem legenda nenhuma

É tão fácil te gostar
Vira parte do viver
Se tu não se envaidecer
Prometo sempre lhe dizer

E não demorou muito a aparecer a melodia, foi a música mais rápida que já fiz em toda a minha vida. Toquei umas quatro vezes pra ver se realmente tinha ficado boa, terminei de cantar a última estrofe e escutei a voz de Vitória emendando na primeira parte da música cantando para mim, não acredito que ela estava esse tempo todo ouvindo!!!!!!! E o mais absurdo é que já sabia cantar a música.

-Nunca ouvi essa música antes, quem canta?

-Eu e tu!

-Aaaah mas tu é uma paiaça Naclara!

-Mar meu Deus Vitória, acabei de escrever ué, só nós duas cantamos, só tu ouviu e nem sei se ela tá toda pronta.

-Que música mais linda Ninha, vem cá, vem! - Ela bateu no colchão me chamando - Ela tá perfeita, nem falta nadinha.

-Gostou mesmo? - Colei minha testa na dela e falei olhando dentro de sua alma - Fiz pra tu, teu sorriso me encanta, me ilumina, tua voz me faz transbordar, tu tá me tirando o chão e tá me dando o mundo em troca, vim pra cá com a intenção de me dar um tempo pra absorver tudo que aconteceu na vida, e conheci tu. - Fui falando mais devagar. -Que não sai do meu pensamento, que não tira meu sorriso do rosto, só faz ele aumentar, tá sendo tão fácil e gostoso te conhecer, Falcão, que eu não tento resistir mais. Só to me deixando ir, pensando em me encontrar com tu.

Ela me olhava, atenta a cada palavra que eu falava, com a testa colada na minha, seus braços me envolviam e sua mão me acariciava era tanta coisa pra sentir, Vitória veio sem nem pedir licença, ela me invadiu com toda a sua delicadeza.
Lentamente ela inclinou a cabeça mais pra perto de mim, grudando nossos lábios como se fossem apenas um, sua língua invadia a minha boca, era quente, seu beijo era urgente, mas delicado, cada vezes mais ela puxava o meu corpo contra o dela, seu gosto frutado estava em mim, não conseguia pensar em mais nada, não queria parar de beijá-la.
Fomos descolando nossos lábios aos poucos, dando selinhos e trocando olhares.

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