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Assim que ela deixou a festa, sai do bar, já não mais tomando chopp, carregava comigo um copo d'água, precisava me hidratar pra ressaca não acabar com os meus planos do dia seguinte.
Tinha comprado um pacote no hotel para ir até Maragogi e pelo que vi na internet era um lugar fantástico, ótimo pra mergulhar. O translado do hotel sairia 7:30, não me dei conta que já passaram das 3h da manhã. Terminei de tomar a água enquanto observava o mar dançando no horizonte e desci até meu quarto.
Acordei 6:30 com o barulho de batidas na porta, levantei no susto e fui toda descabelada atender. Era um funcionário do hotel, muito simpático o rapaz. Ele segurava uma bandeja de café da manhã perfeitamente organizada e um girassol em um vaso de vidro, muito delicado e lindo. (?)
- Bom dia! Vim entregar o seu café da manhã. Aonde gostaria que eu deixasse?

Não me lembro de ter pedido para mandarem o café da manhã pro meu quarto. 
-Acho que houve um engano, não pedi nada, moço.
-Sra. Ana Clara, certo? A Sra. Falcão pediu que eu entregasse aqui nesse horário.
Olhei para o rapaz desconfiada, quem diabos seria Sra. Falcão? Vitória? Ela era a única que sabia em que quarto eu estava. Peguei a bandeja da mão do funcionário, agradeci e me sentei na cama analisando o que ele acabara de trazer. Tinha uma xícara de café é uma outra com água quente para o chá, pãezinhos, salada de frutas, bolo, manteiga, mel, queijo... E um bilhete.
Preparei o chá enquanto lia o bilhete.
"Dia lindo pra tu, Ana Clara! Obrigada pelo chopp de ontem, temos que repetir mais vezes. Aproveite o café da manhã, o dia será longo! Não se esqueça do protetor e da água.
Um beijo, Vitória.
Obs: até logo."

Enquanto lia o bilhete que Vitória deixou, meu sorriso pulava da minha boca. Ela lembrou no número do quarto. Teve a coragem de mandar um café da manhã maravilhoso, junto com o girassol, ela acertou em cheio na flor. O vaso já estava cheio de água, só tive o trabalho de colocar a flor em um local com sol. Enquanto isso, estava intrigada com a observação no final do bilhete, até logo. Será que ela apareceria aqui? Já estava aflita só de pensar. E como ela sabia que meu dia seria longo? Essa é fácil, férias, praia, cidade pra conhecer...
Olhei para a hora e estava quase dando o horário do translado sair, botei o biquíni com pressa, escovei os dentes, botei um short e peguei a bolsa que já tinha tudo separado. Desci faltando 5 minutos e fiquei conversando com o grupo que também estava aguardando perto da van que nos levaria até Maragogi.
O motorista anunciou que já estávamos de partida, entramos na van e iniciamos a viagem. Demoraria cerca de duas horas e meia pra chegar no lugar desejado. Eu estava ansiosa demais. Botei os fones no ouvido, selecionei a playlist que tinha feito para a viagem e acabei dormindo até chegar em Maragogi.

VITORIA POV

Sabra, minha irmã mais velha tinha me ligado durante a festa pra falar que tivemos um imprevisto em uma filial no Rio de Janeiro e que eu teria que diminuir a minha estadia aqui para resolver esse problema. Eu não queria ir para o Rio, pelo menos não por agora. Eu tinha acabado de conhecer Ana Clara. A sua simplicidade me deixou de cara. Assim como o seu jeito fácil de conversar. Depois da ligação, me despedi dela, dois beijos no rosto e uma abraço, me demorei nele, e pra ser sincera, demoraria mais, seu corpo pequeno encaixou em mim nesse abraço. Fiz algumas ligações, não me preocupei com o horário. Consegui resolver temporáriamente. Já estava tarde, a festa já devia estar vazia. Fui até a minha suíte e conectei na rede interna do hotel. Lá eu tinha acesso às informações sobre os hóspedes retistrados. Digitei no computador "Ana Clara", não foi difícil achá-la. Logo li que ela possuía um passeio marcado para Maragogi pela manhã. Combinei com o pessoal da cozinha e o garçom responsável para preparar e entregar no quarto dela um café diferenciado, especial. Botei um girassol junto e deixei um bilhete me identificando. Não queria parecer nenhuma maníaca e correr o risco de assustá-la.
A van para Maragogi partiria 7:30, tentei adiantar a maioria das atividades do dia na parte da manhã, a tarde eu ainda teria que entrar em contato com alguns fornecedores e com Sabra, mas estava livre.
Peguei somente o necessário, entrei no carro e fui rumo à Ana Clara. Digo, Maragogi.

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