13º Capítulo

660 34 11
                                    

 Elisa Vasconcelos Carvalho. (1974-2014)

 Nascida a 13 de Fevereiro de 1074, morta com 40 anos, um mês e dois dias. (15 de Março de 2014, pelas 21:00 horas.)

 Casada com João Tiago Cerqueira e divorciada do mesmo desde 1997. (tutor legar dos seus filhos após a sua morte)

 Filha de Julieta Vasconcelos e André Carvalho, ambos mortos num acidente de carro, cinco anos depois do nascimento de Elisa Carvalho. (órfã desde 1979)

 Mãe de Duarte Miguel Carvalho Cerqueira, de 18 anos e de Miranda Vasconcelos Cerqueira, 17 anos de idade.

 O corpo da vítima foi encontrado pelas 22:30h, pela filha mais nova. Após uma análise minuciosa, descobriu-se que ela estava morta desde as 21 horas daquele mesmo dia. Um corte de 15 centímetros foi a causa da sua morte, contendo vários hematomas e sinais de luta ao longo do seu corpo. Autópsia não permitida pelo ex-marido.

 A informação prosseguiu, rios e rios de informação pessoal da minha mãe. Informações banais, pormenores a mais para eu dar conta. Ao longo das páginas, várias anotações que eu achava que eram do pai de Tomás preenchiam as margens das folhas. Havia fotos nossas, antes da morte dela e fotos minhas e do Tomás após a sua morte. Fotos do seu funeral, a tristeza revestida nos nossos olhos. Passei as folhas apressadamente até me deparar com a foto do seu corpo mutilado sobre a cama. Fechei os olhos e deixei que as lágrimas preenchessem o meu peito. Recordações do cheiro a sangue que pairava no clima do meu quarto, dos seus olhos fechados, parecendo que estava a dormir sobre a minha colcha. Da maneira desesperada como implorei para que ela acordasse da morte. A maneira malvada que jurei matar o monstro que havia tirado a minha mãe da minha vida.

 Percorri mais três páginas na diagonal e encontrei aquilo que tanto ansiava saber.

 Respirei fundo e comecei novamente a leitura., percebendo rapidamente que havia várias anotações, certamente que o detective havia feito o trabalho de casa.

 POSSIVEIS SUSPEITOS:

 João Cerqueira.

 Porque será que não me admirava que ele fosse suspeito? Quer dizer, o meu pai estava divorciado da minha mãe e ela sempre o amou, mas ele parecia mais odiá-la do que morrer de amor por qualquer um de nós. Insensível duma figa.

 (Eliminado de acusação, dado como tutor legal das crianças e contendo álibi. Dália Silva, empregada da casa alega estar com o patrão na hora da morte de Elisa. Parecia nervosa quando a confrontei.) *nota do detective

 Salete Vasconcelos Carvalho.

 Puta merda! Ok… respira Miranda! A minha tia? A minha tia é uma suposta suspeita. Dou graças a deus por nunca ter confiado nela. Mas por favor não, a mãe do Hugo não.

 Um ponto de interrogação pairava sobre o nome da minha tia, e eu percebi que o detective estava tão confuso quanto eu em relação a ela e a esta acusação. Porque ela seria dada como suspeita? Que razões teria para matar a própria irmã? E ela nunca faria isso, nunca. Ela educou o Hugo e ela jamais teria escrúpulos para matar a minha mãe.

 Pedro Almirante.

 Não faço puto de quem seja! Ok… mais uma incógnita! Eu vou dar em louca.

 (Amante de Elisa. Possível assassino pelo facto de não conter alibi, mas liberado por não se conectar com ela nos últimos dois meses antes da morte. Não esteve disponível para me prestar qualquer declaração.)*nota do detective

 AMANTE? Porcaria pura! A minha mãe andava enroscada com alguém? Porque é que ela não me havia dito? Porque nunca havia confiado em mim para me contar quem era este homem. Nós não tínhamos segredos, ela sempre disse que jamais esconderia coisas de mim. Ignorei a dor de confiança quebrada e continuei a ler.

 Matias Cerqueira.

 Cerqueira? Quem era Matias Cerqueira? E este é o mal de não conhecer a minha família paterna. Ninguém merece! Li a anotação carregada do detective.

 (Grande empreendedor. Deixou toda a herança em empresas para o seu único filho, João Cerqueira, ex-marido da vítima. Possível assassino pelo facto de conter uma divida com a vítima de mais de 50 mil euros. A questão aqui presente é que após várias pesquisas, dei a conhecer que o suspeito contem mais do que este valor em qualquer uma das suas quatro contas bancarias principais, não percebendo assim o motivo pelo qual não liquidou o valor da divida que tinha perante Elisa. Suspeito ainda não confrontado.) *nota do detective.

 Mais uma coisa que ela nunca me havia dito. Eu tinha um avô que nos devia dinheiro. E que era rico… “Mas será que nada faz sentido na tua vida miúda!” verdade sub, pura verdade.

 Analisei a informação. Eu tinha como possível suspeito do assassinato da minha mãe, o meu pai ausente, o meu avô até agora desconhecido e a minha tia que dormia debaixo do mesmo tecto que eu e que era mãe do meu homem “Agora não é teu!” Cala a boca subconsciente! És um nabo. Respirei fundo e solucei no silêncio. E para juntar a tudo isto, a minha mãe tinha um amante.

 Só havia uma coisa a fazer. Investigar este Pedro Almirante e rezar para que ele fosse o culpado, porque por mais que eu odiasse os outros três, eles eram a única família que sobrava a mim e ao Duarte. Fechei a capa, limpei as lágrimas e dirigi-me para casa. Mais tarde iria ler e reler toda aquela informação, agir de forma clara e avaliar as minhas possíveis suspeitas. Havia mais informação sobre cada suspeito, eu só precisava clarear as ideias e agir racionalmente. Agora uma cosia era certa… não podia confiar em ninguém. NINGUÉM.

***********************************************************************************

 – Podes explicar-me o porquê de estares fora da cama?

 Senti o calor a ser drenado do meu corpo. Ele ficava lindo de boxers.

 – Fénix. -ele insistiu.

 – Não tens nada a ver com isso.

 Os seus olhos ficaram arregalados de repente e ele olhou para a capa que eu encostara ao peito.

 – Mais esboços?

 Continuei calada.

 Ele aproximou-se e eu recuei instintivamente.

 – Agora tens medo de mim, é? -era pura raiva na sua voz- Se achas que consegues aguentar sem mim muito tempo, estás enganada. Eu não sei o porquê de tu teres acabado com a única constante na minha vida, eu não sei o porquê de te teres afastado de mim. Mas… eu não vou desistir. -o seu polegar tocou a minha bochecha ao de leve e eu perdi o folego- Eu vou sempre, sempre escolher-te a ti. Tu és a minha Fénix.

 Afastou-se e entrou no quarto dele relutantemente. Oh deuses… eu era a Fénix dele, sem dúvida que era.

Gente linda! Lamento se este capitulo for secante, mas tem que se para entenderem a historia! :D Digam nos comentários quem acham que são so assassinos ahahah :3 e o porque! *o*

p.s leiam as obras da Mariana :3 ela é muito simpatica e fala com toda a gente ahahaha

Razão De Viver (PARADA)Where stories live. Discover now