Aviso: Contem partes para maiores de 18 anos. (mas estás á vontade para ler :3)
Senti a cabeça a rodar, o meu estomago contorcia-se dentro da minha barriga e o cheiro a sangue inundou as minhas narinas. O corpo da minha mãe estava deitado sobre a minha colcha branca, as suas mãos unidas no seu peito e o seu cabelo negro descansava sobre a minha almofada preferida. A sua camisa branca de dormir estava coberta de sangue perto da gola. Sangue rojava do seu pescoço, e como se cortar a garganta dela não chegasse, uma faca estava espetada no centro do seu peito Como por impulso, aproximei-me a correr, e abanei os seus ombros.
“MÃE! MÃE ACORDA! POR FAVOR… ACORDA!” chorava, berrava e desesperava. Ela não podia estar morta. Não podia. Eu precisava dela, precisava. Ela não podia abandonar-me.
Abracei o seu corpo frio e senti o sangue no meu cabelo. Estava morta. Como se aceitar esse facto não fosse o suficiente eu gritei, gritei para o mundo a dor que rojava do meu peito.
***
– Acorda Mia… acorda por favor!
O seu olhar de preocupação inundou o meu… e senti o calor dos seus braços apertados, ao redor do meu corpo. Não segurei mais as lágrimas. Não podia…
Permanecia envolta do seu corpo quente. Ele estava ali… o meu menino estava lá para mim, independentemente de todas as dificuldades que tivemos horas antes.
Afastei o meu rosto do seu peito e limpei as lágrimas com as costas da mão. O seu polegar contornou a minha bochecha ao de leve e um beijo foi depositado na minha testa.
– Foi só um pesadelo Mia- murmurou- Estou aqui agora… queres falar sobre isso?
Abanei a cabeça levemente. Não queria que o clima do momento ficasse ainda mais negativo, não queria encher o Hugo com o meu passado, nem preocupa-lo com as minhas merdas.
– Desculpa… -sussurrei e ele olhou para interrogativo- Desculpa ter-te acordado com os meus gritos, não foi minha…
A sua boca tocou os meus lábios ao de leve.
– Eu estou aqui para ti… tenho de te pedir desculpa por causa do escândalo acerca do Tomás. Eu não queria discutir nem dizer aquilo.
Sorri para ele. Não queria perdoa-lo a 100% porque nunca se sabe quando ele se passa da cabeça de novo… “HOMENS!” esclareceu o meu sub.
O Hugo olhava para mim com um sorriso na boca e eu ergui uma sobrancelha, pedindo explicações acerca do comportamento estranho.
– Ficas tão perfeita quando estás sonolenta, o cabelo despenteado, os lábios relaxados… -fez uma pausa e suspirou, como se admira-se uma obra-prima- … nem sabes o quão louco estou neste momento, a vontade que tenho de te amarrar e nunca mais soltar.
Sorri radiante. Todo o medo anterior foi substituído por desejo. O seu corpo estava deitado ao lado do meu e a minha cabeça ainda descansava sobre o seu peito quente e despido. Se ele queria amarrar e nunca soltar, estava á vontade! Não é como se eu não quisesse correr as mãos pelo seu abdómen trabalhado, porque acreditem: EU QUERO! LOUCAMENTE! Agradeci por ele não conseguir observar o rubor que crescia nas minhas bochechas.
– Tu exageras-te em relação ao Tomás. -rebati, tentando mudar o assunto antes que me entregasse a ele, sem pensar.- Nós somos apenas amigos, nada mais. -continuei.
O seu peito ficou tenso por baixo do meu e eu virei-me de frente, ficando os dois lado a lado.
– Eu ainda não acho que exagerei, mas não percebi o porquê de estarem tão próximo um do outro ultimamente. Há algo que querias contar ou eu terei de…
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Razão De Viver (PARADA)
RomanceEntão era assim que se sentia uma adolescente órfã? Mas Mia não era órfã, ela tinha uma mãe assassinada, um pai que nunca conheceu mas que se tornou seu tutor legal e um irmão que é a sua razão de viver! Mesmo assim, viver não está nos seus planos...