20º Capítulo

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 Aviso: Contem partes para maiores de 18 anos. (mas estás á vontade para ler :3)

Senti a cabeça a rodar, o meu estomago contorcia-se dentro da minha barriga e o cheiro a sangue inundou as minhas narinas. O corpo da minha mãe estava deitado sobre a minha colcha branca, as suas mãos unidas no seu peito e o seu cabelo negro descansava sobre a minha almofada preferida. A sua camisa branca de dormir estava coberta de sangue perto da gola. Sangue rojava do seu pescoço, e como se cortar a garganta dela não chegasse, uma faca estava espetada no centro do seu peito Como por impulso, aproximei-me a correr, e abanei os seus ombros.

 “MÃE! MÃE ACORDA! POR FAVOR… ACORDA!” chorava, berrava e desesperava. Ela não podia estar morta. Não podia. Eu precisava dela, precisava. Ela não podia abandonar-me.

 Abracei o seu corpo frio e senti o sangue no meu cabelo. Estava morta. Como se aceitar esse facto não fosse o suficiente eu gritei, gritei para o mundo a dor que rojava do meu peito.

 ***

 – Acorda Mia… acorda por favor!

 O seu olhar de preocupação inundou o meu… e senti o calor dos seus braços apertados, ao redor do meu corpo. Não segurei mais as lágrimas. Não podia…

 Permanecia envolta do seu corpo quente. Ele estava ali… o meu menino estava lá para mim, independentemente de todas as dificuldades que tivemos horas antes.

 Afastei o meu rosto do seu peito e limpei as lágrimas com as costas da mão. O seu polegar contornou a minha bochecha ao de leve e um beijo foi depositado na minha testa.

 – Foi só um pesadelo Mia- murmurou- Estou aqui agora… queres falar sobre isso?

 Abanei a cabeça levemente. Não queria que o clima do momento ficasse ainda mais negativo, não queria encher o Hugo com o meu passado, nem preocupa-lo com as minhas merdas.

 – Desculpa… -sussurrei e ele olhou para interrogativo- Desculpa ter-te acordado com os meus gritos, não foi minha…

 A sua boca tocou os meus lábios ao de leve.

 – Eu estou aqui para ti… tenho de te pedir desculpa por causa do escândalo acerca do Tomás. Eu não queria discutir nem dizer aquilo.

 Sorri para ele. Não queria perdoa-lo a 100% porque nunca se sabe quando ele se passa da cabeça de novo… “HOMENS!” esclareceu o meu sub.

 O Hugo olhava para mim com um sorriso na boca e eu ergui uma sobrancelha, pedindo explicações acerca do comportamento estranho.

 – Ficas tão perfeita quando estás sonolenta, o cabelo despenteado, os lábios relaxados… -fez uma pausa e suspirou, como se admira-se uma obra-prima- … nem sabes o quão louco estou neste momento, a vontade que tenho de te amarrar e nunca mais soltar.

 Sorri radiante. Todo o medo anterior foi substituído por desejo. O seu corpo estava deitado ao lado do meu e a minha cabeça ainda descansava sobre o seu peito quente e despido. Se ele queria amarrar e nunca soltar, estava á vontade! Não é como se eu não quisesse correr as mãos pelo seu abdómen trabalhado, porque acreditem: EU QUERO! LOUCAMENTE! Agradeci por ele não conseguir observar o rubor que crescia nas minhas bochechas.

 – Tu exageras-te em relação ao Tomás. -rebati, tentando mudar o assunto antes que me entregasse a ele, sem pensar.- Nós somos apenas amigos, nada mais. -continuei.

 O seu peito ficou tenso por baixo do meu e eu virei-me de frente, ficando os dois lado a lado.

 – Eu ainda não acho que exagerei, mas não percebi o porquê de estarem tão próximo um do outro ultimamente. Há algo que querias contar ou eu terei de…

Razão De Viver (PARADA)Where stories live. Discover now