22º Capítulo

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 Fechei a mala no momento em que o meu deus grego entrou no quarto. Sorri quando o seu olhar encontrou o meu… ele era meu, só meu!

 – Estás a rir-te de quê? -a sua voz matinal despertava desejo no meu ventre.

 – Ficas tão fofo quando estás sonolento… -suspirei e ele aproximou os nossos corpos, agarrando a minha cintura com uma firmeza sensual.

 – Eu não estaria sonolento se tu não me tivesses obrigado a acordar ás seis e meia da manha.

 Encostou a sua testa na minha e as nossas bocas estavam tão perto que eu podia sentir o hálito a menta. Pasta de dentes… Puta Merda!

 – O quê? -ele perguntou quando viu a minha expressão.

 – Tencionas beijar? -a minha voz soou inocente.

 – Milhões de vezes este fim de semana…

 Os seus lábios aproximaram-se dos meus e eu desviei a cara a tempo, a ternura do seu beijo carregou na minha bochecha.

 Arqueou a sobrancelha em resposta.

 – Eu ainda não tive tempo de lavar os dentes… -eu sei, eu sou uma estupida por recusar um beijo do “deus do sexo” á minha frente, mas realmente não quero dar enquanto não tiver os dentes lavados. Fim de discussão.

 Soltou uma gargalhada rouca e eu amuei com a reacção.

 – A minha princesa perfeita acha que me importaria se ela não tivesse lavado os dentes… Miranda, eles podiam estar verdes e mesmo assim eu iria beijar-te. -minha vez de rir com o comentário- Ou… talvez não, verdes?! Bawrk... -constatou com um sorriso.

 – Eu não gosto de beijar ninguém até lavar os dentes… por isso pira-te daqui… oupa! -mandei, dando uma palmada provocadora no rabo perfeito do meu primo.

 O seu olhar tarado tocou o meu. Num segundo eu estava perto da mala, no outro estava deitada na cama com o seu corpo quente em cima do meu.

 – SAÍ. Vamos atrasar-nos se não saíres de cima de mim. -revelei.

 – A culpa é tua… provocas e esperas que eu fique quieto.

 A sua boca tocou o meu nariz de forma carinhosa e eu sorri um pouco, as suas mãos rodearam o meu rosto e as minhas descansavam em cada lado da sua cinta.

 – Eu estou a borrifar-me se ainda não lavaste os dentes… a minha vontade é arrancar a tua roupa e foder-te em cima desta cama.

 Evitei a risada que ansiava sair da minha boca. Como é que ele conseguia usar palavras ordinárias e mesmo assim demostrar a quão íntima é a nossa relação?

 – Atenção ao palavreado… -constatei severamente e ele sorriu nos meus lábios.

 Suspirei quando a sua língua avançou sobre os meus dentes, aprofundando o beijo um pouco mais. As suas mãos roçaram os meus seis e o meu sub dançou, sabendo que a escolha daquela blusa decotada tinha sido a melhor opção.

 As minhas mãos correram os seus braços e entrelaçaram no seu cabelo negro. De seguida desceram por baixo da sua camisa branca.

 – Se continuares com as tuas mãos, vamos acabar despidos… e acredita, eu estou a borrifar-me se o Tomás tiver que esperar lá em baixo, enquanto eu te provo de sete maneiras diferentes.

 A minha gargalhada entoou no pequeno espaço, creio que estava a rir-me apenas para esconder o meu constrangimento, ele desejava-me mais do que alguma vez, alguém desejou.

 – Acho que é melhor descermos.

 – Lava os dentes, cheiras pessimamente mal da boca.

 As nossas gargalhadas foram sintonizadas e eu absorvi o momento com determinação.

Razão De Viver (PARADA)Where stories live. Discover now