6ºCapítulo

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 – Posso interromper? - uma voz rouca soou atrás de mim e o meu estomago fez uma pirueta de 180 graus.

 – Se tem mesmo que ser. - balbucio Tomás – Mas não vás embora antes de dançar mais uma musica comigo Mia! - abanei com a cabeça e ele depositou um beijo na minha bochecha, afastando-se.

 O meu olhar encontrou o dele, e algo preencheu o vazio que existia desde que me havia afastado daquele homem. Colocou as mãos na minha cintura e um choque de calor percorreu o meu corpo. Sem hesitar coloquei as mãos atrás do seu pescoço.

 – Pensei que não dançavas. -constatei, sem desviar o olhar. Não queria perder aquele calor que o azul me proporcionava.

 – Não danço, mas também não estou preparado para te partilhar com ninguém.

 Desviei o olhar para o seu peito nuo e pousei a minha cabeça lá. Senti o seu calor, o seu cheiro a gel de lavanda e um medo percorreu o meu corpo. “…não estou preparado para te partilhar com ninguém” Isto é mau. Muito mau. O sentimento era mútuo? Porra! Um desejo percorreu o meu corpo. Queria tocar em cada parte da sua barriga, queria beijar o seu pescoço e conhecer cada canto daquela boca que me fazia sentir louca e…

 – Eu tenho que ir ao banheiro. -balbuciei, baixo demais para que ele ergue-se o meu queixo com uma mão e me observasse preocupado- Está tudo bem, vou fazer xixi apenas. - riu alto e pegou na minha mão, levando-me até um estreito corredor.

 Caminhamos lentamente em direcção á porta com “WC” inscrita nela. Duas raparigas saíram apressadamente, o Hugo puxou-me para ele pela cintura para que elas tivessem espaço suficiente para sair do corredor.

 Olhei para a situação em que estávamos. As suas costas estavam pressionadas na parede branca, as suas mãos rodeavam a minha cintura e lançavam calor em todo o meu corpo, uma das minhas mãos apertava o seu ombro e a outra estava pousada no seu peito revelado pelos três botões da camisa aberta. Olhei no seu mar azul e ele respirou fundo.

 – Tens os olhos mais perfeitos que eu já vi.

 Ele sorriu e eu fechei os olhos. Puta merda! Eu disse aquilo em voz alta? Ok… vergonha, pura vergonha. Permaneci de olhos fechados. Os meus lábios estavam secos, passei a língua lentamente para os molhar.

 Encostou a sua testa na minha e murmurou:

 – Por favor, não faças isso.

 Sorri, ainda de olhos fechados. Passei a língua no lábio superior. Ele queria provar, e eu queria provoca-lo até ao extremo.

 – Abre! Abre os olhos.

 Todo o encanto passou quando ele me falou com aquela voz rude, como se eu tivesse feito algo errado, foi ele que me amarrou, não o contrário.

 Obedeci, ele beijou a minha testa e afastou o meu corpo franzino.

 – Então … vais ou não á casa de banho? Daqui a pouco temos de voltar para a mesa porque eles já devem estar á…

 Dirigi-me á porta, sem ouvir o resto da sua explicação idiota. Seja qual for, não era motivo para me deixar louca desta forma e só me dar um beijo inocente na testa. Não era razão para ele não me amarrar naquele corredor minúsculo e beijar cada parte do meu corpo. Eu queria. Queria-o muito. Mas merda… um dia, um dia e ele já mexeu assim comigo desta forma. Mas se ele quer jogar com o meu desejo, eu jogo. Molhei a cara com água fresca, soltei a trança que amarrava o meu cabelo e espalhei-o pelas costas. Virei-me de costas para ver se o cabelo estava bem e apercebi-me que o fecho do meu vestido estava um pouco aberto. Hum… que comece o "jogo das provocações"!

 Pus a cabeça para fora da porta, ele esperava ao fundo.

 – Hugo… preciso da tua ajuda!

 Ele olhou para mim desconfiado e eu lancei um dos meus sorrisos inocentes. Ele aproximou-se apressadamente e entrou na casa de banho.

 – Precisas que chame a Lena para falar sobre “Assuntos de meninas”? - fez aspas com os dedos na ultima parte.

 Sorri para ele.

 – Não, só preciso que apertes o meu vestido. Realmente não sei como é que ele abriu. “mas dou graças a deus por ter acontecido” – acrescentei a ultima parte mentalmente.

 Sorri, virei-me de costas e puxei o meu cabelo ruivo para cima. Ele aproximou-se cuidadosamente de mim, passou primeiro as mãos suaves sobre os meus ombros descobertos, o meu estomago revirou com o seu toque, seguindo até a parte de trás do meu pescoço. Respirei fundo e controlei-me para não pular em cima daquele abdómen trabalhado. Um calor percorreu-me desde os dedos dos pés até ao meu pescoço. As suas mãos finalmente encontraram o fecho do meu vestido e ele apressou-se, infelizmente (deixem que acrescente), a fecha-lo.

 – Prontinha! - disse, rodando-me sobre os calcanhares com a sua força.

 Os meus olhos encontraram os seus. As suas pupilas estavam dilatadas de desejo e eu sorri ao saber que havia conseguido o que queria. 

 Ele sorriu de volta, olhou para o espelho e arranjou o cabelo despenteado, de seguida abriu mais um botão da camisa e eu foquei o meu olhar na sua pele crua. Quando os meus olhos tornaram a encontrar os dele, ele dirigiu-se á porta e segurou-a aberta.

 Passei apressadamente por ele, senti a sua mão segurar o meu cotovelo.

 – Gostas de jogar Miranda? -ele perguntou e eu soltei uma gargalhada.

 – Nem sabes o quanto! -provoquei.

 Dirigimo-nos, lado a lado para a mesa e eu senti o seu olhar quente sobre o meu cabelo solto. Ele queria, queria tanto quanto eu… mas tínhamos três meses, muita coisa acontece em três meses. E que o "jogo das provocações" comece, ele acabaria por se render ao desejo, eu sei que sim.

*Obrigada a todas as minhas leitoras! 102 leituras em 48 horas :o estou "parva" da minha vida! Obrigada, a sério! :D Na quinta sai mas dois (talvez tres até) capitulos! Lamento não colocar mais hoje, mas não é realmente possivel! Obrigada a todas! Beijos gigantes *o**

Razão De Viver (PARADA)Where stories live. Discover now