– Posso interromper? - uma voz rouca soou atrás de mim e o meu estomago fez uma pirueta de 180 graus.
– Se tem mesmo que ser. - balbucio Tomás – Mas não vás embora antes de dançar mais uma musica comigo Mia! - abanei com a cabeça e ele depositou um beijo na minha bochecha, afastando-se.
O meu olhar encontrou o dele, e algo preencheu o vazio que existia desde que me havia afastado daquele homem. Colocou as mãos na minha cintura e um choque de calor percorreu o meu corpo. Sem hesitar coloquei as mãos atrás do seu pescoço.
– Pensei que não dançavas. -constatei, sem desviar o olhar. Não queria perder aquele calor que o azul me proporcionava.
– Não danço, mas também não estou preparado para te partilhar com ninguém.
Desviei o olhar para o seu peito nuo e pousei a minha cabeça lá. Senti o seu calor, o seu cheiro a gel de lavanda e um medo percorreu o meu corpo. “…não estou preparado para te partilhar com ninguém” Isto é mau. Muito mau. O sentimento era mútuo? Porra! Um desejo percorreu o meu corpo. Queria tocar em cada parte da sua barriga, queria beijar o seu pescoço e conhecer cada canto daquela boca que me fazia sentir louca e…
– Eu tenho que ir ao banheiro. -balbuciei, baixo demais para que ele ergue-se o meu queixo com uma mão e me observasse preocupado- Está tudo bem, vou fazer xixi apenas. - riu alto e pegou na minha mão, levando-me até um estreito corredor.
Caminhamos lentamente em direcção á porta com “WC” inscrita nela. Duas raparigas saíram apressadamente, o Hugo puxou-me para ele pela cintura para que elas tivessem espaço suficiente para sair do corredor.
Olhei para a situação em que estávamos. As suas costas estavam pressionadas na parede branca, as suas mãos rodeavam a minha cintura e lançavam calor em todo o meu corpo, uma das minhas mãos apertava o seu ombro e a outra estava pousada no seu peito revelado pelos três botões da camisa aberta. Olhei no seu mar azul e ele respirou fundo.
– Tens os olhos mais perfeitos que eu já vi.
Ele sorriu e eu fechei os olhos. Puta merda! Eu disse aquilo em voz alta? Ok… vergonha, pura vergonha. Permaneci de olhos fechados. Os meus lábios estavam secos, passei a língua lentamente para os molhar.
Encostou a sua testa na minha e murmurou:
– Por favor, não faças isso.
Sorri, ainda de olhos fechados. Passei a língua no lábio superior. Ele queria provar, e eu queria provoca-lo até ao extremo.
– Abre! Abre os olhos.
Todo o encanto passou quando ele me falou com aquela voz rude, como se eu tivesse feito algo errado, foi ele que me amarrou, não o contrário.
Obedeci, ele beijou a minha testa e afastou o meu corpo franzino.
– Então … vais ou não á casa de banho? Daqui a pouco temos de voltar para a mesa porque eles já devem estar á…
Dirigi-me á porta, sem ouvir o resto da sua explicação idiota. Seja qual for, não era motivo para me deixar louca desta forma e só me dar um beijo inocente na testa. Não era razão para ele não me amarrar naquele corredor minúsculo e beijar cada parte do meu corpo. Eu queria. Queria-o muito. Mas merda… um dia, um dia e ele já mexeu assim comigo desta forma. Mas se ele quer jogar com o meu desejo, eu jogo. Molhei a cara com água fresca, soltei a trança que amarrava o meu cabelo e espalhei-o pelas costas. Virei-me de costas para ver se o cabelo estava bem e apercebi-me que o fecho do meu vestido estava um pouco aberto. Hum… que comece o "jogo das provocações"!
Pus a cabeça para fora da porta, ele esperava ao fundo.
– Hugo… preciso da tua ajuda!
Ele olhou para mim desconfiado e eu lancei um dos meus sorrisos inocentes. Ele aproximou-se apressadamente e entrou na casa de banho.
– Precisas que chame a Lena para falar sobre “Assuntos de meninas”? - fez aspas com os dedos na ultima parte.
Sorri para ele.
– Não, só preciso que apertes o meu vestido. Realmente não sei como é que ele abriu. “mas dou graças a deus por ter acontecido” – acrescentei a ultima parte mentalmente.
Sorri, virei-me de costas e puxei o meu cabelo ruivo para cima. Ele aproximou-se cuidadosamente de mim, passou primeiro as mãos suaves sobre os meus ombros descobertos, o meu estomago revirou com o seu toque, seguindo até a parte de trás do meu pescoço. Respirei fundo e controlei-me para não pular em cima daquele abdómen trabalhado. Um calor percorreu-me desde os dedos dos pés até ao meu pescoço. As suas mãos finalmente encontraram o fecho do meu vestido e ele apressou-se, infelizmente (deixem que acrescente), a fecha-lo.
– Prontinha! - disse, rodando-me sobre os calcanhares com a sua força.
Os meus olhos encontraram os seus. As suas pupilas estavam dilatadas de desejo e eu sorri ao saber que havia conseguido o que queria.
Ele sorriu de volta, olhou para o espelho e arranjou o cabelo despenteado, de seguida abriu mais um botão da camisa e eu foquei o meu olhar na sua pele crua. Quando os meus olhos tornaram a encontrar os dele, ele dirigiu-se á porta e segurou-a aberta.
Passei apressadamente por ele, senti a sua mão segurar o meu cotovelo.
– Gostas de jogar Miranda? -ele perguntou e eu soltei uma gargalhada.
– Nem sabes o quanto! -provoquei.
Dirigimo-nos, lado a lado para a mesa e eu senti o seu olhar quente sobre o meu cabelo solto. Ele queria, queria tanto quanto eu… mas tínhamos três meses, muita coisa acontece em três meses. E que o "jogo das provocações" comece, ele acabaria por se render ao desejo, eu sei que sim.
*Obrigada a todas as minhas leitoras! 102 leituras em 48 horas :o estou "parva" da minha vida! Obrigada, a sério! :D Na quinta sai mas dois (talvez tres até) capitulos! Lamento não colocar mais hoje, mas não é realmente possivel! Obrigada a todas! Beijos gigantes *o**
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Razão De Viver (PARADA)
RomanceEntão era assim que se sentia uma adolescente órfã? Mas Mia não era órfã, ela tinha uma mãe assassinada, um pai que nunca conheceu mas que se tornou seu tutor legal e um irmão que é a sua razão de viver! Mesmo assim, viver não está nos seus planos...