17ºCapítulo

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 Senti uma coceira leve na bochecha e abri os olhos lentamente. Quando a minha cabeça realmente desceu á terra, toda a calma anterior passou para um choque seguindo-se de um salto na cama. Puta Merda!

 – O que é que estás aqui a fazer?

 O seu sorriso de culpado apareceu e os seus olhos brilharam quando acendi o candeeiro, de seguida olhei para o relógio branco sobre a minha mesinha de cabeceira.

 – O que raio é que tu queres às quatro da manhã Hugo?

 O meu olhar devia ser penetrante, ou talvez assassino, porque ele desceu o dele até a colcha azul da minha cama.

 – Hum… sei que… eu, estar aqui sentado na tua cama pode parecer estranho mas… -arqueei as sobrancelhas perante a sua gaguez.

 – Queria ter certeza que não estavas com outro rapaz.

 A sua fala foi como uma facada no peito… ele achava mesmo que eu poderia dormir com qualquer outra pessoa que não ele?

 – HUGO! Seu idiota. Eu… oh meu deus.

 – Tu disseste que irias fazer sexo escaldante com… rwrwrrw, eu não conseguia fechar os olhos porque a única coisa que eu imaginava eras tu a beijar outra pessoa que não eu, e isso deixou-me louco.

 – Tu pensaste mesmo que eu seria capaz de fazer sexo com outra pessoa depois de gostar de ti?

 O seu olhar encontrou o meu.

 – Tu gostas de mim? - a sua voz foi um sussurro cheio de esperança.

 – Obvio que gosto seu urso. Mas isso não quer dizer que seja o certo.

 Coloquei-me de joelhos na cama e contornei a sua bochecha com o meu polegar.

 – És o meu menino Hugo… eu estava enervada porque descobri que a tua ex-namorada anda, de novo, atrás de ti, e depois ficaste com ciúmes do Tomás, que é apenas um amigo e… -levantei-me apressadamente da cama, ainda em pijama e comecei a gesticular com os braços enquanto falava apressadamente- … e depois descobri que és um valente idiota e não consegues perceber que isto não vai funcionar, nunca. Somos primos por deus. Não estamos destinados a passar disso…

 Respirei fundo e olhei para ele, ainda sentado na cama. Aproximou-se lentamente.

 – Tu queres isto Miranda… eu sei que queres. E pode não ser amor ainda, mas eu não vou desistir porque quando todo o amor do mundo acabar, o nosso irá permanecer… mais forte do que todos. E será nosso, seremos nós que o iremos comandar não os outros. E podes dizer-me mil vezes o que quão errado é gostar de ti desta forma e mesmo assim eu não abdicaria disto por nada. -o seu polegar traçou os meus lábios levemente- Eu repetiria tudo isto de novo, e eu vou conquistar-te, uma e outra vez… até não conseguires dizer “NÃO!”, até não conseguires resistir.

 Os seus lábios tocaram a minha boca ao de leve e eu queria mais, muito mais agora que o meu cérebro estava feito em papa com o pequeno discurso dele. Em vez disso, em vez do beijo escaldante que eu tanto desejava, pegou a minha mão na sua e deposito-lhe um beijo suave. Em três minutos ele conseguira que eu me sentisse uma princesa, uma princesa completamente louca pelo seu príncipe gostoso de olhos azuis.

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 – Aconteça o que acontecer, nunca, nunca, mas nunca aceites comida do Hugo.

 Gargalhei e desviei o meu prato de panquecas para ele novamente.

 – Qual é Fénix?! Vais mesmo acreditar no que a Lena diz? - a camisa do Hugo estava entreaberta, revelando aquele peito que me deixava louca. Mais abaixo da camisa assentava um avental florido que ele usara para provar que sabia cozinhar.

Razão De Viver (PARADA)Where stories live. Discover now