No quarto

550 31 56
                                    


Enquanto Mariana e Luccino conversavam com Flávia a respeito de aulas de moto, Otávio e Brandão comiam em silêncio ,um silêncio agradável.

- Otávio ?

- Sim, Coronel ?

- Então você resolveu ir a guerra e lutar pelo amor ?

- Sim, Coronel. - Otávio sorri olhando pra Luccino. - E com o meu novo comandante, tenho certeza que esta guerra está ganha.

- E o que você vai fazer com essa vitória ?

- Como assim ?

- Luccino, Otávio! O que você vai fazer com ele ? - Brandão disse não alto o suficiente para que os outros na sala ouvissem.

- Coronel, me perdoe...mas não estou entendendo onde o senhor quer chegar.

- Quais são as suas intenções com Luccino. É isso que quero saber. - Otávio piscou algumas vezes.- Veja, Luccino já está deveras magoado com tanta coisa, e não me leve a mal, eu tenho muito apreço pelo senhor, mas eu quero ter certeza de onde esse bambino está se metendo.

- O senhor pode ter a plena certeza, que Luccino está em um campo seguro. Muito seguro. - Otávio deu um gole no copo de suco. - Eu estou completamente e irremediavelmente afeiçoado por Luccino,uma afeição tão grande, que me consome por inteiro e não me deixa respirar direito.

- É recomendável que cuide muito bem desse rapaz, Major. Eu confio na seu treinamento militar e nos conselhos que lhe dei para o senhor.

- De nada me servem o treinamento e os seus conselhos,com todo respeito. Todo dia com Luccino é uma surpresa e não há nenhuma lição ensinada pelo exército que possa justificar o sorriso que se abre quando Luccino me olha.

- Você é um bom homem,Otávio. E fará muito feliz o meu rapaz.

- Na vida temos de dar o que recebemos. - Otávio olhou novamente pra Luccino, e dessa vez os olhares se encontraram, em um segundo o amor traçou uma linha reta entre os dois,tão real e tão forte,quase palpável, e Luccino disse sem som.

"Me encontre no quarto"

Luccino entra no quarto, procurando por Otávio - Havia pedido para encontrá-lo ali.

- Otávio, você está aí ? - Um barulho no canto do quarto,veio do armário. O armário estava aberto, Otávio batera a cabeça no teto do móvel,segurando uma peça de roupa. - O que está segurando ?

- Nada. - Otávio se virou pra ele e escondeu a peça atrás das costas,o rosto vermelho.

- Deixa eu ver. - Luccino se aproximou, Otávio tentou recuar e quase caiu dentro do armário, Luccino seguroua cintura de Otávio,impedindo que ele caísse. Os olhares se cruzaram e eles aproximaram seus rostos, Luccino trouxe Otávio pra si, entrelaçando os braços por trás de Otávio,que levou a mão livre ao ombro de Luccino,que pegou a peça de roupa. - Peguei.

- Cretino! - Disse Otávio em tom de brincadeira,porém vermelho. Luccino viu que era uma camiseta sua e olhou curioso para o Major .

- Se você quisesse algo meu eu podia ter dado,não precisava se esconder. - Disse Luccino,dando a peça de volta na mão de Otávio.

- Quem que é que disse que não quero algo seu ? - Otávio passou os braços pelos ombros de Luccino e se encontraram em suas costas.

- Você quer ? - Disse Luccino com uma falsa inocência,fitando Otávio.

- Quero, e você sabe o que eu quero. - Luccino percebeu que o Major fitava seus lábios e não resistiu a morde-los,provocativo. - Não me provoque,Luccino.

- Eu ? Não estou provocando ninguém. - Luccino deu um sorriso debochado e aproximou o rosto de Otávio. - O que você estava conversando com Brandão ?

- Só estava mostrando minhas intenções para com você. - Otávio sorriu,terno. - Eu disse o quanto você era especial pra mim e o coronel prometeu que acaba comigo se eu machucar você.

- Só tem um jeito de você me machucar. - Otávio se aproximou diante do tom sugestivo de Luccino. - Se você me morder.

- Morder ? - Otávio se aproximou dos lábios do pricelli, mordendo os mesmos levemente. - Assim ? - Otávio foi além, em direção ao pescoço de Luccino, deixando uma mordida ali e outra na clavícula. - Ou assim ?

Otávio não o deixou responder e colou os lábios dos dois, os lábios deslizando suavemente ; Otávio deixou suas mãos caírem e pressionarem a cintura de Luccino,que segurava seu terno,trazendo-o pra si ; puxando-o até a cama,onde os dois sentaram juntos,sem parar o beijo. Otávio puxou Luccino e começou a trilhar beijos por seu pescoço,com o seu bigode roçando na pele do italiano, que ficara arrepiado.

Luccino foi se deixando cair na cama,levando Otávio consigo. O Major ficou por cima do italiano, se segurando pelos cotovelos, encurralando Luccino. O italiano coloca as mãos por dentro do paletó,e o ajuda a tirar a peça, as mãos passeando pelo dorso de Otávio ainda cobertos pela camisa. Luccino olha pra Otávio, pedindo permissão com os olhos, o Major consente e deixa um selinho no queixo de Luccino, seguido de um sorriso. Luccino, com as pontas dos dedos, abre os primeiros botões da blusa de Otávio e coloca as mãos sobre o peito peludo de Otávio.

Otávio solta a respiração com o toque de Luccino, e começa a abrir a camisa de Luccino, afastando os suspensórios e o lenço que ele usava no pescoço. Com a camisa do mecânico aberta, Otávio se deixa cair em cima dele, pele contra pele, Luccino solta um baixíssimo,quase inaudível, gemido. Luccino puxa Otávio pelo pescoço e o beija novamente,a sua língua passando pelos lábios de Otávio e invadindo sua boca,procurando explorar toda a extensão, o Major põe sua mão sobre a perna de Luccino, acariciando o membro.

Antes que Luccino abrisse por completo a camisa de Otávio, uma batida na porta é ouvida. O susto fez com que Otávio pulasse e caísse no chão, ao lado da cama. Mariana abriu a porta e olhou para Luccino.

- Luccino,eu e Flávia...- Ela vê a blusa aberta do italiano, um pouco atrás dele,Otávio tentava fechar sua camisa. - Ah,eu interrompi vocês...- Os dois assentiram, vermelhos. - Me desculpem,eu vou embora. - Mariana fechou a porta .

Otávio se levantou e se sentou na cama, fechando o último botão.

- Devíamos ter trancado a porta. - Luccino sente o rosto esquentar.

- Pelo menos ela entende e nós não precisamos explicar nada. - Luccino riu.

- É...bom, eu devo ir agora. - Otávio colocou seu paletó e deu um selinho em Luccino.

- Espere! - Luccino se levantou e foi atrás dele,antes de Otávio sair pela porta. - Por que você não...fica aqui hoje ?

- Só vou me despedir de Brandão e Mariana...- Otávio deixou um longo selinho em Luccino e sussurrou em seu ouvido. - Deixe a sua janela aberta.

E então Otávio saiu. Luccino voltou pra cama e esperou pelo Major.

Não demorou uma hora para que a janela produzisse ruídos ao ser aberta, e o italiano sorriu ao ver seu Major entrar por ela, sorrindo sorrateiro até sua cama.

Olá
Aqui estou eu de novo, este conto é meio velho eu o escrevi há um tempo e esqueci de postar.
Gostaram ?

Contos LutávioOnde histórias criam vida. Descubra agora