Já era tarde. Olho o relógio e são 5:00pm. Vou no banheiro e tomo um banho. Eu acho que já podia ir para a casa de minha namorada, não é mesmo? Fiquei o dia sem poder vê-la, agora tenho esse direito.
Como alguma coisa e saio de casa, vou pensando em minha família que é brasileira. Eu tive que vim para Califórnia para minha faculdade. Moro aqui a quatro anos. Agora estou trabalhando, encontrei a pessoa certa e faltava apenas eu estar em comunhão com Deus, para vencer as adversidades.
Eu trabalhei duro para conseguir ter finalmente a minha Emillia. Suei para agora poder ficar pertinho dela e sentir seu cheiro.
Emillia, Emillia, Emillia, você mexe tanto comigo, garota...
Ao chegar, bato na porta e minha querida sogra vem atender. Se ela disser: "O que está fazendo aqui tão cedo?" eu já tenho a resposta na ponta da língua.
— Entre! A Emillia está esperando.
— Eu já vou indo embora senhora, não queria... — olho para ela incrédulo. — Sério? — a senhora Johnson apenas assente causando um sorriso em mim de orelha a orelha.
— Você passou por muitas coisas para poder ter um momento com ela, Jordan. Eu acho que merece... — dou um abraço forte na mulher e entro um pouco devagar.
Eu e Emillia nunca tivemos contato de nenhum modo. Uma vez eu tentei me aproximar, o que a moça fez questão de impedir.
A senhora Johnson chama-a, e a jovem vem, descendo delicadamente cada degrau da escada, me deixando hipnotizado. Emillia usava um vestido roxo com seus cabelos castanhos e curtos amarrados, realçando seu pequeno rosto.
— Podem ir, se quiserem. Mas nada de estar em lugares fechados, ouviram mocinhos? — senhora Johnson adverte e nós assentimos.
Saímos da casa dela e fomos para o carro.
— Nós finalmente estamos juntos. — olho-a sorrindo e ela retribue.
— Sim. Graças a Deus e a sua coragem.
— Confesso que foi bem difícil, mas valeu a pena. E isso tudo, só me deixou com mais desejo meu a você. — vi suas bochechas corarem e ela sorri novamente tentando disfarçar. — Não precisa ficar constrangida, meu amor. Você é minha e eu sou seu agora.
— Tenho sorte. — Emillia olha para o lado de fora da janela do carro ainda insistindo enconder o rubor que aparecera.
— Sim. E eu também. — dou partida no automóvel.
— Aonde vamos?
— Aonde o meu amor quiser ir. — a moça ri baixinho e pronuncia o nome mar quase inaudível. — Quer ir a praia? — pergunto e ela maneja a cabeça positivamente. — Mas não trouxemos roupas de banho.
— Não precisamos tomar banho. Eu só quero sentir a brisa marítima.
— Tudo bem.
Conversamos sem parar no carro e ao chegar na praia, onde sentamos na areia, sem nos importar com as roupas. Nunca em toda a minha vida, achei tantos assuntos para abordar com uma garota, eu pensava que elas só queriam saber de roupas, acessórios, maquiagem, sapatos e mais outras coisas de menina. Pelo menos as outras queriam, mas Emillia discutia sobre temas que eu também pensava que garotas não sabiam para onde iam ou vinham. Emillia é inteligente ao extremo. Fala de esportes, tecnologia, teatro, filmes, livros, músicas, notícias variadas e tudo que se pode imaginar. De tudo Emillia sabia um pouco, o que me deixava ainda mais apaixonado por ela.
— Vamos para casa? — pergunta após um pequeno e curto silêncio que se instalou entre nós.
— Mas... Já? — olho-a um pouco que decepcionado.
— Sim. Não quero que meus pais pensem que estamos aprontando.
— Mas, nós...
— Vamos? — me interrompe e eu tive que assentir contrariado.
Emillia ofereceu-se para dirigir desta vez e eu deixei.
— Seus pais são cristãos também, não é? — pergunto apenas para desintegrar minúsculo silêncio que apareceu no meio do caminho.
— Não.
— Não? — indago incrédulo e Emillia apenas oscila cabeça negativamente. — Mas...
— Eu sou.
— Mas... — tento falar.
— Eles queriam que eu namorassem um rapaz da igreja, porque têm mais confiança nos garotos desse tipo. — explica e eu levanto as sobrancelhas.
— Então... Precisamos mostrar o amor de Deus para ambos!
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720 Horas Para Mudar
ContoSempre lutei para estar em comunhão com Deus, mas eu falhava. Minha carne é fraca e só ajo por impulso, tenho o problema da síndrome-de-não-pensar-duas-vez-antes-de-decidir-algo. Para tudo existe um limite, mas parece que o meu não tem. Fico pensand...