10 · O Casal do Aeroporto

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— Jordan? Jordan? — alguém me chama e por um instante pensei ser um sonho. — Jordan Piece? Acorde!

— Hoje é domingo! Deixa eu dormir mais um pouco! — reclamo virando para o outro lado.

— Se você dormir mais um pouco vai perder ela.

— Emillia?! — exclamo desesperado e vou direto para o banheiro.

Percebi que se tratava do Theodore acordando-me.
Tomo o banho mais rápido de minha vida e escovo os dentes.

— Que horas são?

— 7:35am. — responde meio que despreocupado.

— O quê?! — me visto o mais rápido possível e saio de casa com Theo. — Por que não me acordou logo? — pergunto nervoso.

— Você dorme mais que um urso, depois vem colocar a culpa em mim?

— Não! Agora não é hora de brincadeiras...

E assim eu continuei até chegar no aeroporto.

— Meu Deus! Não deixa ela ir! — sussurro baixinho, para mim mesmo.

Não sabia o que estava fazendo, simplesmente tive a ideia de vir aqui. Se os pais dela não queriam olhar para a minha cara, e nem ela, o que estava fazendo ali afinal?

não está tudo perdido?

Não vai ser na última hora que ela vai aceitar ficar comigo. Ou vai?

São exatamente 7:50am. Faltam 10 minutos para mostrar a ela que eu mudei completamente.

Vou caminhando apressadamente até o salão de embarque lotado de pessoas. Quando vi a minha pequena bonequinha, lá longe se despedindo dos pais e amigos, prestes a entrar no avião.

— Emilliaaa! — grito o mais alto possível, correndo até lá chamando a atenção de todos. — Não posso deixar você ir! — exclamo. Algo bom toma conta de mim, uma alegria misturada com euforia recheado de adrenalina.

— Jordan?! — pergunta surpresa.

— Eu te amo muito! Não vou admitir "perder você para o Canadá". — não percebi, mas podia jurar que vi um sorriso da sua parte. — Eu mudei! Mudei por você! Mudei por Deus e pelos amigos! Eu mudei! Eu te amo! — grito já me aproximando. — Você não sabe quantos litros de lágrimas eu derramei por ter perdido você, meu amor. Estou aqui somente para dizer que te amo, e quem sabe... Talvez, eu consiga fazer você ficar. — fico de frente para ela e abaixo a cabeça. — Eu não quero te perder! — começo a chorar e repetir "eu te amo muito" diversas vezes.

Sinto um calor e percebo que ela está me abraçando.

— Olha. — sussurra mostrando a aliança em seu dedo.

— O quê? Já está namorando outro?! — pergunto super decepcionado e surpreso.

— Não, seu bobo! Essa é a nossa aliança. Eu quero ficar com você... — e simplesmente me beija fazendo aplausos explodirem por todo o aeroporto. Parecia que todos estavam esperando por isso e assistindo tudo de camarote.

Uau! Como eu estava sentindo falta desse beijo!

Ainda não havia caído a ficha. Ela queria ficar? Ela iria ficar?

— Emillia? — chamo-a confuso e ela me olha contente.

— O que foi? — pergunta como quem não quer nada.

— E o seu voo? E o seu emprego de cardiologista?

— Isso tudo foi somente uma pegadinha. — sorri marota.

— O quê? — indago incrédulo. — Você fez eu chorar esses dias todos somente para depois dizer que tudo era somente uma pegadinha?

— Shiu! — coloca o dedo indicador em meus lábios. — Nada de argumentar agora. — se aproxima me beijando mais apaixonadamente ainda.

Depois daquele teatro todo. Voltamos para casa felizes da vida, sendo reconhecidos como "o casal do aeroporto" pela imprensa que registrou tudo. Provavelmente logo estaria saindo nos jornais locais.

Emillia me explicou tudo quando chegamos em sua casa. Disse que realmente, o emprego de cardiologista no Canadá estava de pé, só que não era para este mês, tampouco para o ano, ela avisou que estava noiva e iria casar agora em Outubro e entenderam. Disse que isso tudo era para incentivar minha mudança e verdadeiramente funcionou. Tudo estava combinado, e o voo não era dela, e sim, de sua prima que estava com ela a poucos dias.

— Você é uma bela e ótima atriz! — falo beijando-a pela milésima vez.

— Todos que me ajudaram, são.

— Verdade. — concordo — Mas a bela é só você! — ela sorri abertamente. — E a aliança? Quem te deu?

— Theodore pegou escondido. — ela ri baixinho e eu faço o mesmo.

— E pensar que estava sendo enganado o tempo todo.

— Mas por uma boa causa.

— Sim.

Conversamos sobre o casamento e mais outros assuntos aleatórios envolvendo eventos desse tipo.
Após um dia inteiro de comemorações e conversas, eu voltei para minha residência. Onde ocasionalmente, eu e Emillia iríamos morar ao casarmos.

Marco o último item que faltava.

Vitória?

CONFERE!

720 Horas Para MudarOnde histórias criam vida. Descubra agora