7 meses depois...
Minha vida mudou um pouco mais depois que conheci a Emillia. Ou melhor, mudou muito. Antes eu não conseguia nem citar o Nome de Deus, perto de meus amigos que minhas pernas ficavam bambas. Agora, já ganhei os meus sogros, o Marvin, o Theodore e a Allen. Uma enorme conquista dentro de 7 meses apenas. Mas ainda não consegui policiar meus impulsos. Infelizmente ainda sou o mesmo pavio curto de sempre, o que deixa minha namorada um tanto frustrada. Eu queria mudar de verdade, mas não consigo. Queria ser melhor, às vezes até tenho uma crise de tristeza, dizendo que Emillia nunca vai ser feliz ao meu lado ou coisa parecida, mas ela sempre vem e me ajuda, diz que me ama e que sim, eu vou fazê-la muitíssimo feliz, coisa que acho que ela só diz para me deixar melhor.
Hoje, 15 de agosto, eu vou pedi-la em casamento. A Allen vai guiá-la até uma chácara que meu tio Jeffrey, tem aqui na Califórnia.
— Jordan, você tem 22 anos, e não sabe colocar uma gravata. — Theodore reclama e eu reviro os olhos.
— Se não vai me ajudar, não atrapalha! — volto minha atenção ao que estava fazendo.
— Acontece, que eu também não sei. — dá uma risadinha e eu balanço a cabeça reprovando-o.
— Nunca pensei que mulheres pudessem fazer tanta falta. — conto e ele concorda. Theo está namorando a Allen a anos.
— Quer ajuda, Jordan? — Marvin aparece sorridente no quarto.
— Já estou conseguindo, mas obrigado. — ele assente e senta na cama.
— Nosso amigo vai ser um homem maduro agora, Marvin. — Theodore murmurou segurando o riso.
— Bem a cara dele. — Marvin não conseguindo mais prender, explode em gargalhadas e Theodore o acompanha. Apenas encaro os mesmos por um instante e reviro os olhos novamente.
— Finalmente! — falo vitorioso ao destravar minha guerra com a gravata. — Vocês vão ficar morrendo aí? — pergunto pegando meu celular de cima da escrivaninha e colocando no bolso.
— Já vamos. — os dois falam em uníssono com ar de risos e saímos do quarto.
Theo me levou até a "Chácara Boa Vida" do meu tio Jeffrey e eu fui para a beira de um regato enquanto ele, Marvin, meus sogros e algumas crianças estavam na entrada da chácara para receber minha amada.
Nós dissemos para Emillia, que iríamos dar um passeio, onde algumas criancinhas do orfanato que ela gosta de frequentar, iriam estar aqui para também conhecer a lindo ambiente.
É claro que ela achou estranho, afinal, não é uma ideia tão boa ou tão plausível assim.
Bom, mas quando ela chegar, todos vão para a casa na chácara e com toda a certeza, Emillia irá perguntar por mim, alguém vai responder e ela vem a minha procura. Eu vou estar de costas olhando para o regato como quem não quer nada, com uma placa em minhas mãos que pergunta: "Quer casar comigo?", que só vai poder ser vista quando Emillia ficar de frente para mim. Os outros irão vir e vamos comemorar nosso noivado, caso ela aceitar.Fico por alguns minutos ali fixando o pequeno riacho, pensando em tudo. Oro em pensamento para que nada ocorra mal.
Pude ouvir um barulho de carro chegando ao longe e o alvoroço das pessoas que estavam tentando disfarçar as coisas. Sorrio. Olho para a placa no meu colo e depois estudo as nuvens no céu. O ambiente é tão surreal! O céu azul e as árvores verdes, lembram-me dos olhos do gato que minha irmã, Amber, tinha; um da raça Khao Manee. Ele tinha um olho azul e o outro verde. Era engraçado, e relembrar os momentos com minha pequena irmãzinha, acaba dando-me sentimentos nostálgicos. Minha família não pôde vir, por ser longe demais e deixaram para o dia do casamento.
Afasto esses pensamentos, e volto minha atenção para o que estava prestes a acontecer.
Depois de mais alguns minutos, sinto o maravilhoso perfume de minha amada invadindo o lugar e o barulho de seus delicados passos pela terra meio úmida. Levanto a placa lentamente para a jovem não perceber e continuo imóvel.— Jordan? Porque não está junto com os outros? Estava começando a ficar preocupada. — Emillia se aproxima ainda mais e eu sorrio.
Eu te amo tanto, Emillia! Você não sabe o quanto!
Ela para a minha frente e lê as palavras da placa. Involuntariamente a mesma coloca as mãos sobre a boca e fecha os olhos abafando um gritinho que inferi ser de alegria. Instantaneamente as lágrimas começam a rolar pelo seu lindo rosto e eu me levanto abraçando-a.
— E então? — sussurro baixinho perto de seu ouvido e dou um espaço, afastando-me dela.
— Sim, sim, sim! — pula em meus braços e me beija apaixonadamente. — Eu te amo! — falou entre o beijo.
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720 Horas Para Mudar
Historia CortaSempre lutei para estar em comunhão com Deus, mas eu falhava. Minha carne é fraca e só ajo por impulso, tenho o problema da síndrome-de-não-pensar-duas-vez-antes-de-decidir-algo. Para tudo existe um limite, mas parece que o meu não tem. Fico pensand...