1 · Enfrentando Minha Possível Sogra

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Sempre quis buscar a Deus em Espírito e em verdade. Sem faltas e sem negligência, mas nunca consegui. Eu nunca consigo me concentrar verdadeiramente nas coisas de Deus. Sempre vinha as tentações, fazendo-me perder mais um ponto com o Senhor. Isso desde os meus 13 anos, idade que eu comecei a acordar para a vida. Antes disso, meus dias se resumiam em amigos, conversas toscas e meninas, — mesmo eu ainda tendo um pouco de imaturidade para isso.

Olho para a mulher que está na minha frente agora, com um pedaço de tábua na mão, esperando o momento certo de eu falar alguma besteira no discurso que irei fazer de pedir sua filha em namoro, para batê-la em minha cabeça ou seja lá aonde for.

— Senhora Johnson, por favor, você poderia abaixar mais essa madeira?

— O que quer com minha filha?

— Bom, já que a senhora não quer enrolação, eu vou direto ao ponto. — pigarreio. — Quero pedir sua permissão para namorá-la. — sorrio. — Não a senhora, mas a sua filha. — a mulher semi cerra os olhos em minha direção.

— Você não parece ser cristão. — ela diz apontando minhas roupas. Eu usava uma calça meio folgada e um capuz.

— Mas eu sou! — abro os braços.

— Quais as suas intensões com minha princesinha?

— As melhores, senhora.

— Qualquer um pode dizer isso. Quero algo que me convença.

Bom, digamos que sou um bom eloquente.

— Nem todos os jovens que querem namorar, pretendem casar, e isso é muito favorável para o relacionamento. Sua filha é a primeira a quem eu vejo que é perfeita para ser minha esposa futuramente, e a primeira que já me vejo casado com ela. A senhorita Emillia, procura me entender e se preocupa com meus sentimentos, coisa que nenhuma de minhas antigas namoradas se propusiam em fazer. Sua filha é diferente, senhora Johnson. Um diferente, bom, é claro. Sua filha é a única que tive problemas com o amor ser recíproco, as outras somente se ofereciam. E eu orei para o Senhor, dizendo que a garota que eu me apaixonasse, tivesse um ego menor que as outras e que fosse difícil de se conquistar, seria aquela a quem eu iria fazer o meu voto, prometendo amá-la, protegê-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza. Aquela que seria sempre o centro de meus cuidados, meus carinhos e atenção. — finalizo.

— Eu te amo, Jordan! — Emillia gritou da varanda de seu quarto no andar de cima deixando-me abobado.

— Quem lhe deu autorização ouvir toda a conversa, hein dona Emillia? — senhora Johnson pergunta indignada. — Para dentro! — ordena e a filha retorna, obedecendo a mãe. — Você tem sorte de ter se apaixonado por ela, senhor Piece, Emillia é uma ótima filha tanto quanto pessoa. — a senhora Johnson abaixa a tábua que até agora estava ainda levantada e sorri.

— Então quer dizer que a senhora deixou! — pulo em direção a mulher lhe dando um abraço apertado e ela retribue um pouco relutante.

— Você me convenceu Jordan, eu vejo sinceridade nos seus olhos.

— Obrigado! Eu amo sua filha, e prometo que vou fazê-la muito feliz! — beijo o rosto de minha sogra e passo por ela alegre em busca da minha amada. — Emilliaaaa...! — antes de eu subir, a senhora Johnson me puxa pelo capuz.

— Aonde pensa que vai?

— Buscar minha Rapunzel!

— Nada disso! De jeito nenhum. Para casa! — arrasta-me. — Vá trocar essa roupa e então pode vim. Ou melhor, apareça por aqui à noite, talvez eu me comova e deixe você dar uma volta com o meu neném.

— Eu não quero dar uma volta com um neném, quero passear com minha namorada.

— Nada de assunto de namorados até você comunicar ao meu marido.

— Mas...

— Nada de mas. Troque essa roupa, e então poderá argumentar. — bufo um pouco irritado e dou meia volta.

— Até mais, minha sogra! — grito e logo após ouço o barulho estrondoso da porta sendo fechada abruptamente. Dou um sorriso de canto e retorno com meu carro até em casa.

720 Horas Para MudarOnde histórias criam vida. Descubra agora