De Volta ao Passado

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No capítulo anterior:

  Mesma constrangida pelo que aconteceu a pouco, a morena tentou aproveitar ao máximo a aproximação que mantinha com o azulado. Por um momento, ela sentiu como se todos seu problemas tivessem ido embora, como se a presença do elfo fosse o bastante para esquecer de suas preocupações.

P.O.V Narradora

  Naquela noite fria e obscura, onde a beleza da lua se fazia presente, um par de olhos violeta observava as brilhantes estrelas que competiam por atenção. Segurando um cristal em mãos, Lynn pensava se voltava e matava a maldita curiosidade que tinha, ou se ficava e convivia com a dúvida até seu último suspiro. Saber que as entidades mais importantes de Eel recorreram aquela escolha, mesmo sabendo que havia inocentes no meio, era perturbador para a morena. Mas dentre tudo, sabia que algo a ajudaria se voltasse, só não sabia o quê.

  Saindo da varanda do apartamento, a garota se dirigiu para o quarto, deitando na cama em seguida. Cansada daqueles insistentes pensamentos que rodavam sua mente, conectou-se com o passado por meio do cristal que segurava, que havia sido dado por sua guardiã antes de sair. Colocando a pedra sobre a superfície acima do coração, o espírito de Lynn rapidamente deixa seu corpo, atravessando os véus do tempo em uma velocidade alucinante até chegar ao seu destino.

    - Aonde…. Estou?! - perguntava Suzume ao ver que não estava mais no museu.

    - Em casa! - dizia um pequena garota de cabelos rosas e olhos verdes, que comia calmamente um pedaço de bolo acompanhada por Ryuu.

    - Entendo.… Mas ainda tem um problema - em um movimento rápido, a morena derrubou a rosada no chão. - O QUE DIABOS ESTÁ FAZENDO AQUI??!!! -gritou para Sayuri, que se levantou do chão depois de alguns segundos, ainda gemendo de dor.

    - Nossa Suzume! Que grosseria!! - reclamava Ryuu ao ver o que a amiga fizera. - Sayuri-chan veio morar conosco, pois não queria se separar de você! - dizia enquanto pegava um gelo para a pequena. - Deveria agradecer! Não é sempre que aparecem pessoas que se importam consigo igual a Sayuri-chan. - repreendeu a morena, que logo pediu desculpas, apesar de ainda não concordar com isso.

    - Bem agora deixa! - disse derrotada. - Se seu irmão vier atrás de mim eu farei purê dele! - falava em um tom frio, mantendo um semblante sério no rosto.

    - Se eu puder ficar com você, para mim já é o suficiente! - dizia se jogando nos braços da morena. - Você me deixou preocupada, não faça mais isso!! - um sorriso se formou no rosto do azulado, ao ver a linda amizade que Suzume mantinha com a pequena.

    - Agora que acabou, poderia comprar uma coisinha para mim Sayuri-chan? - a pequena assentiu. - Vou fazer uma sopa de polvo para o jantar, preciso que compre isso aqui para mim! - dizia o tritão enquanto entragava um lista para a faeliana, que logo deixou o local. Convidando a amiga para que se sentasse ao seu lado, Ryuu lhe serviu uma xícara de chá verde, a favorita da morena.

    - Vocês conversaram muito? - perguntou ao companheiro, que apenas assentiu.

    - Principalmente sobre o passado. - um clima estranho começou a se formar aos poucos. - Suzume…  É verdade!? - um suspiro pesado escapou dos lábios da morena.

    - Sim. - iniciou. - Como você sabe… Eu sou filha de uma humana e um faerie. - o tritão assente para si. - Bem… Minha mãe fazia parte de uma organização humana criada para derrubar os faeries, e quando souberam que estava grávida, a forçaram me entregar para eles assim que nasci. Eles só tinham um objetivo, me usar como uma arma! - depois de segundos em silêncio, voltou a falar. - Meu pai tentou me proteger, mas foi inútil. Eles ameaçaram meu pai, dizendo que se ele os ataqua-se, iriam matar minha mãe. E assim vivi até meus 270 anos como uma escrava deles, seguindo suas regras sem reclamar e aceitando os castigos de cabeça baixa. Em uma noite, minha mãe não aguentou e se suicidou, ao saber que um de nosso grupo havia matado meu pai. Antes de morrer, disse que me amava e me pediu para que não odiasse os humanos, pois esse sentimento não levaria a nada.

Entre Lágrimas e EspadasOnde histórias criam vida. Descubra agora