we were just friends (spideypool)

Back to NYC

— Lar doce lar, é bom estar de volta! — Digo enquanto jogava as malas em um canto qualquer da casa e me jogava no sofá.

Wade foi entrando logo atrás, todo atolado em meio as inúmeras sacolas de presentes que ele comprou antes que fôssemos embora de Yosemite. "A viagem foi uma merda, pelo menos me deixe levar brindes bonitos!" Ele dizia cada vez que enfiava algo diferente na sacola.

— Uma ajudinha cairia muito bem agora! — Ele diz e uma das sacolas que ele estava carregando cai no chão e então o som do vidrinho se quebrando. — Ah não, o globo de neve! PETER! Me ajuda! — Ele diz jogando as outras sacolas no chão e correndo na direção do globo que já estava molhando o chão inteiro.

— Não, não, baby! Eu disse que era coisa demais, você não me ouviu! — Respondo e então viro de costas para ele e ligo a televisão.

— Você é um péssimo namorado, sabia disso?

Quando ele me chama de namorado um tremor passar por todo meu corpo e eu sinto minhas bochechas esquentarem e uma felicidade repentina toma conta de mim que eu até me levanto do sofá para lhe ajudar com as milhares de sacola.

— Namorando hm? Quer dizer que agora estamos namorando? — Pergunto enquanto o observava jogar os cacos de vidro fora.

— Óbvio baby, você é meu namorado! — Ele responde e então me puxa pela cintura para um beijo.

E de alguma maneira eu me senti diferente. O leve tremor que passa pelo meu corpo junto do movimento de suas mãos, as mordidas que ele dava no meu lábio inferior que me levava a loucura e me fazia soltar alguns gemidos, a maneira na qual ele me segurava como se estivesse me protegendo do resto do mundo. Eram as mesmas coisas de sempre, que de alguma maneira, estavam diferente.

O simples toque que me levava ao completo delírio e me fazia implorar por mais, o mais simples olhar que fazia com que eu me entregasse completamente à seus atos. O beijo, que era complexo e ao mesmo tempo simples, que passava um misto de sentimentos e mesmo na sua total complexidade tinha como o único objetivo retratar o nosso amor.

Eu amava Wade e com um simples toque, ele conseguia demonstrar o mesmo, um simples toque era necessário para resumir o misto de emoções e o conjunto da nossa história. Um simples toque, e eu me entregava por completo para ele.

E assim foi, noite à dentro. Uma mistura dos mais baixos suspiros e dos gritos de prazer que eu dava quando ele me fazia ver bem mais do que estrelas. E eu podia me sentir completo, não só por ele estar comigo, mas por um conjunto de tudo que havíamos vivido até agora e mesmo assim, no final de tudo eu sempre voltava para ele, e vice e versa.

Nós caímos no sono depois de um beijo, mais um de muitos que ainda estavam por vir.

Levantei no dia seguinte ainda num completo êxtase, Wade dormia com uma expressão serena ao meu lado e eu não conseguia conter o meu sorriso. Fui em direção a cozinha para preparar algo para comer e quem sabe fazer algo para Wade.

— Good Morning, sleepyhead.* — Ouço alguém dizer no fundo da sala e dou um grito e derrubo no chão a caneca que eu segurava.

— PUTA QUE PARIU! QUE PORRA É ESSA? — Falo gritando passando os olhos pelo apartamento e me deparando com Michelle sentada no balcão. — Caralho, o que você ta fazendo aqui? Como que você entrou? Meu Deus, acho que vou ter um ataque cardíaco! — Digo pondo a mão no peito com a respiração acelerada e Michelle apenas ri de mim.

— O QUE ACONTECEU? QUEM TA AQUI? EU NÃO TENHO MEDO DE ATACAR! — Wade surge de dentro do quarto, com o lençol meio enrolando na cintura e segurando uma tesoura como forma de ameaça.

Eu e Michelle começamos a rir descontroladamente e ele fica me encarando confuso até enfim processar que a pessoa que estava na nossa casa era ela e então ele vira de costas e entra novamente no quarto, voltando um tempo depois com um short.

— A noite foi boa hein? Ouvi vocês lá de cima. — Ela diz enquanto levava uma xícara de café até a boca contendo o riso.

Eu senti meu rosto queimar e Wade senta ao lado dela no balcão com um sorriso presunçoso no rosto.

— Eu sou bom no que faço, fazer o que não é? — Ele diz sorrindo pra mim e dando uma piscada e eu joguei uma banana nele. — Obrigado, eu tava com fome.

— Enfim... — Digo dando um suspiro longo, enquanto Michelle ria. — A quanto tempo você está aqui?

— Tempo o suficiente para te ver saindo do quarto com um sorriso bobo na cara e viajando completamente. — Ela diz. — Viajando bem no caso, eu te chamei umas três vezes e você nem reparou! — Ela completa ainda rindo.

Eu termino de preparar minha comida e me sento no balcão ainda com a cara emburrada enquanto os dois se divertiam as minhas custas como sempre. Nós ficamos por um tempo jogando conversa fora e Wade contou para ela tudo que havia acontecido durante a viagem, o que nos rendeu uma bronca enorme. Depois de muito tempo conversando, Michelle vira num grito.

— AI! Quase esqueci o que eu tinha vindo aqui falar! Vai ter uma festa hoje, vocês são meus convidados especiais, conto com vocês! — Ela diz, vira as costas e vai embora, gritando do lado de fora "Vou passar aqui às nove, estejam prontos!"

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* Good morning, sleepyhead - Bom dia, dorminhoco.