Benjamim foi o primeiro a recobrar os sentidos na cadeia. Ele estava acorrentado pelas mãos e pelos pés, mesma situação dos demais soldados, com exceção de Walter.
A cadeia parecia ser muita antiga e era iluminada por tochas. Benjamim estava na mesma cela que Walter, Richard, Augusto e Brian.
Os outros soldados estavam presos em cadeias ao lado e acordaram um pouco depois de Benjamim. Eles tentaram sem sucesso se libertar das correntes, porém, Benjamim permaneceu imóvel e indagou a Walter.
— Por que você está sem correntes?
— Com certeza ele é amigo do deus da bacia.
— É magia Richard. — Augusto corrigiu o seu primo e Walter se defendeu.
— Estou tão surpreso como vocês, mas não devem ter me acorrentado porque não represento perigo nenhum, afinal vocês são soldados e ainda estão com as espadas.
Brian concordou com Walter.
— É verdade, nossos escudos ficaram lá fora, mas ainda estamos com nossas espadas.
— Apenas os escolhidos de Deus podem erguer as espadas e os escudos, eles devem ter tentado, mas não conseguiram retirar as espadas da gente — afirmou Benjamim.
— Que estranho, não podem erguer as espadas, mas podem nos carregar com elas, vai entender. — falou Brian, que junto aos seus amigos tentou se libertar das correntes sem sucesso.
Benjamim, sem esforço nenhum, quebrou as correntes que o prendia e levantou-se para libertar os seus amigos que estavam presos. O líder dos valentes orientou que eles saíssem de dois em dois para não chamar muito a atenção.
Quando eles deram os primeiros passos para sair do lugar onde estavam um forte nevoeiro cobriu o lugar e o deus da magia ressurgiu.
— Aonde pensam que vão, já falei que vocês não vão sair daqui, mas já que não querem ficar na cadeia, vou deixar um presente para vocês.
O deus da magia bateu as mãos fazendo com que um pó surgisse e se espalhasse por todo o lugar. Ele desapareceu e não deu chance para os soldados o pegarem.
O pó lançado ao ar espalhou-se e caiu sobre os valentes que não sentiram nada de diferente. Com Benjamim à frente, eles chegaram ao lado de fora da prisão e avistaram os escudos dourados que estavam próximos da fonte de água.
Ao dar os primeiros passos sob a luz do sol, Brian sentiu uma coceira terrível na cabeça e o mesmo ocorreu com os demais. O único que não sentia nada era Walter. Augusto olhou a cabeça de Brian e verificou que ele estava cheio de piolhos. Eles voltaram para a sombra e a coceira passou.
Os valentes discutiram o que deviam fazer e Brian, o que mais sofria com os piolhos teve uma ideia.
— A água do chafariz que bebemos ao chegar. Acho que se molharmos a cabeça com ela não livraremos dos piolhos.
— Mas corremos o risco de desmaiarmos de novo. — alertou Nicolas.
— Nós perdemos os sentidos porque bebemos a água, agora vamos apenas molhar a cabeça.
Eles correram até a fonte e Brian se preparou para molhar a cabeça quando Benjamim o parou.
— Eu vou primeiro, espere. — Benjamim tampou a boca e o nariz, e mergulhou a cabeça na água.
A coceira passou e os valentes também molharam as suas cabeças na fonte tomando o cuidado de não beber a água, mas Daniel cometeu um erro e engoliu um pouco da água ficando um pouco tonto.
Os soldados pegaram seus escudos dourados de volta e estavam saindo de Siquém quando Daniel, afetado pela água, caiu ao solo quase desacordado. Benjamim deu uma bronca nele por não tomar cuidado e resolveu esperar até que ele se recuperasse. Naquele momento, o deus da magia reapareceu.
— Ainda não vão embora meus queridos, agora vocês vão conhecer os habitantes de Siquém, eles estão loucos para conhecê-los.
O chão tremeu e os valentes fizeram um círculo de proteção em volta de Daniel erguendo os seus escudos. Walter ficou junto a Daniel.
Os autores do barulho eram centenas de homens que não tinham pele, eram apenas caveiras vestidas como se tivessem vivido milhares de anos atrás. Eles estavam armados com paus e pedras e avançaram contra os soldados que se protegeram com seus escudos.
Walter aproveitou-se que Daniel estava no chão e cochichou ao seu ouvido.
— Seus amigos tiveram que ficar aqui por sua causa. Agora você depende deles para continuar na busca, aliás, você sempre dependeu muito dos outros para tudo. Você é fraco e sempre precisa de pessoas como Richard para lhe incentivar a voltar para a igreja.
O valente, ainda muito fraco tentou se levantar sem sucesso e o homem sem fé, ficando com os olhos negros como a noite, o fitou bem de perto. Daniel caiu desacordado tendo uma visão enquanto seus amigos lutavam contra um exército de caveiras.
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Esquadrão dos Valentes Vol.2: Em busca das espadas de prata
SpiritualNeste segundo volume da série, os valentes soldados de Peniel, na companhia de Walter , conhecido como O Homem sem Fé, vão atravessar toda uma floresta em busca das mágicas espadas de prata. Nossos soldados vão enfrentar os mais perigosos desafios...