Escuridão perguntou para Benjamim.
— Olá meu jovem, é um prazer reencontrá-lo.
— Não posso dizer o mesmo.
— Tenha calma guerreiro, apenas me escute por alguns segundos.
Benjamim sentou-se e Arthur falou.
— Estou sabendo que o seu pastor quer ir buscar as espadas de prata que estão na montanha de Edom. Eu tenho um interesse especial naquelas espadas.
— Por quê?
— Aquelas espadas de prata que meus soldados tinham eram réplicas das verdadeiras. As que você pretende buscar, aquelas sim, como as espadas douradas, são poderosas.
— Meu pai não nos mandaria se não fosse assim. Ele poderia mandar fazer umas réplicas como você fez, mas diga de uma vez por todas, o que você quer?
— Quero que você pegue as espadas e as entregue para mim quando voltar.
— Você está maluco, é claro que não, além do mais, se aquelas espadas forem como as douradas, você e nenhum dos seus soldados poderão usá-las.
O vestiário ficou ainda mais escuro e Escuridão o ameaçou.
— Você tem algumas semanas para pensar a respeito, mas se você não fizer o que estou ordenando eu vou fazer o máximo para dificultar a busca de vocês.
Benjamim não gostou da ameaça e levantou-se. Seus olhos ficaram brancos e uma energia branca envolveu o seu corpo. O vestiário voltou a ficar iluminado e Escuridão se retirou dizendo que ele deveria pensar muito bem no que iria fazer.
O relógio voltou a funcionar e Benjamim terminou de se trocar pensando que a busca pelas espadas seria muito mais difícil do que pensava.
Passaram-se dois meses e o feriado prolongado chegou. Logo pela manhã os soldados estavam reunidos na igreja e o pastor Anderson contou sobre a visão que tinha tido.
Cezar lamentou não poder treiná-los, mas confiava que eles ainda estavam hábeis o suficiente para enfrentar as batalhas que provavelmente enfrentariam.
— Batalhas? Como assim professor? — indagou Augusto.
— Com certeza vocês entrarão na dimensão espiritual e Arthur vai tentar atrapalhar a nossa busca.
Os jovens entenderam que a missão seria difícil e o pastor perguntou.
— Essa missão será difícil meus jovens, mas se tudo correr bem vocês passarão quatro dias dentro da floresta, dois dias para chegar à montanha de Edom e mais dois dias para voltar. Algum de vocês não quer ir? Se não quiser não tem problema?
Ninguém se manifestou e Richard respondeu.
— Vamos todos sim, mas a pergunta é a seguinte. Quem paga as pizzas quando voltarmos com as espadas de praga?
— É de prata Richard. — Augusto corrigiu o seu primo que ficou eufórico ao ouvir a resposta do pastor.
— Ninguém precisa pagar, eu mesmo faço as pizzas.
— Caramba! O pastor é um cozinheiro de mão cheia, vai ficar uma maravilha, vamos logo moçada, vamos buscar aqueles espetos de prata!
Os soldados riram do erro de Richard, mas Augusto ficou inconformado.
— Mas nem fazendo faculdade de teologia você consegue falar certo Richard.
Ainda era bem cedo e o pastor pediu para que os valentes esperassem Walter chegar, pois ele iria com eles buscar as espadas. Não demorou e ele chegou sendo apresentado aos valentes por Cezar.
— Soldados, este é o Walter, ele vai com vocês até a montanha de Edom buscar as espadas de prata.
Walter cumprimentou os jovens com a cabeça e com um olhar nada amistoso. Benjamim e Brian reconheceram que Walter era o homem que os encarou algum tempo atrás e eles se entreolharam com preocupação.
Cezar apresentou os soldados para Walter.
— Walter, estes são os soldados que vão lhe acompanhar.
— Muito bem, vejo que estarei bem acompanhado, mas antes de partirmos quero deixar claro que faço isso para saldar uma dívida que tenho com essa igreja. Após voltar, espero nunca mais colocar os meus pés aqui dentro novamente.
Os valentes se surpreenderam com as palavras do homem sem fé, alguns nunca tinham visto tanto ódio nas palavras e no olhar de uma pessoa.
Eric, o pastor assistente chegou com o carro e o pastor ordenou.
— Eric os levará até a entrada da floresta, mas como cabem apenas 15 pessoas no carro eu ficarei por aqui.
O pastor pediu para que todos dessem as mãos e fizessem um círculo para orar. Edmundo esticou as mãos para Walter que não gostou e se retirou para fora da igreja para não participar da oração. Após a oração, os valentes entraram no carro com suas armas e mochilas.
Ao chegarem à floresta, Cezar entregou algumas bússolas para eles se localizarem, além de dar um mapa para Brian.
— Soldados, agora vocês e Walter devem ir, eu não os acompanharei, mas estarei os esperando aqui quando voltarem. Mais uma vez Benjamim será o líder do grupo e Augusto o segundo em comando.
Cezar ainda fez Benjamim recitar o lema do soldado ferido.
— Se no campo de batalha, alguém cair ao chão, ferido, machucado, quem estiver bem, ajude o seu amigo a se levantar e a vitória será nossa!
Os soldados se despediram do seu capitão e Benjamim gritou.
— Bom pessoal, só resta dizer uma coisa. Partiu!
Todos riram e começaram a caminhar floresta adentro com o valente número um a frente.
Como Cezar tinha mandado, Thomas tocou a sua trombeta, dando dois toques curtos e um terceiro bem longo. Eles andavam em fila indiana com Benjamim à frente e Walter no fim. Após passarem alguns minutos caminhando por uma estreita trilha eles chegaram a um bonito lago e uma grande transformação teve início.
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Esquadrão dos Valentes Vol.2: Em busca das espadas de prata
SpiritualNeste segundo volume da série, os valentes soldados de Peniel, na companhia de Walter , conhecido como O Homem sem Fé, vão atravessar toda uma floresta em busca das mágicas espadas de prata. Nossos soldados vão enfrentar os mais perigosos desafios...