Capítulo 29 - Fornalha

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Na sua visão, Augusto estava ouvindo o pastor Anderson pregar sobre os três jovens que haviam sido lançados na fornalha ardente. O pastor explicou como eles foram fiéis a Deus e que receberam um grande livramento.

Augusto, ao sair da igreja viu um grande aglomerado de pessoas na praça principal de Peniel. Ao pisar para fora do portão, o terno que usava deu lugar à sua roupa de soldado. Sua bíblia transformou-se na espada dourada e o seu escudo apareceu em sua mão esquerda.

Augusto abriu caminho entre a multidão e viu uma grande estátua com trinta metros de altura. Ela parecia muito com a descrição feita pelo pastor na pregação e uma voz muito alta foi ouvida na praça.

— Atenção povo de Peniel, ao ouvirem o som das trombetas vocês devem se prostrar e adorar a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor fez! Quem não adorar será lançado na fornalha de fogo ardente!

Várias trombetas foram ouvidas na praça e nas ruas próximas. Todos se ajoelharam e Augusto, empurrado por um homem acabou se prostrando também.

O valente ergueu a cabeça e viu Benjamim, Brian e Richard em pé. Apenas os três não obedeceram e os guardas do rei Nabucodonosor imediatamente os prenderam.

Augusto correu entre a multidão para livrar seus amigos da morte, mas parou ao ver que sua falecida mãe, que havia morrido quando ele tinha oito anos, estava no meio das pessoas.

— Mãe! É você?

— Sim filho. Que decepção ver você se prostrando perante uma estátua, eu pedi para que você sempre permanecesse fiel a Deus e agora vejo isso.

— Eu não me prostrei mãe, eu fui empurrado.

A mãe de Augusto deu as costas para o soldado, que chorando, a puxou pelo ombro e pediu desculpas.

— A senhora não sabe como eu sinto a sua falta mãe, não se afaste de novo.

— Filho, você perdeu sua chance de mostrar que serve ao Deus todo poderoso, seus amigos vão morrer enquanto você ficará vivo porque não adorou somente ao único Deus.

Ela deixou Augusto chorando e sumiu entre a multidão. Arrasado, mas para provar a sua fé, Augusto correu na direção da fornalha onde os seus três amigos seriam lançados. Ele enfrentou os guardas do rei e desatou os nós que prendiam os seus três amigos.

Augusto olhou para a multidão e sua mãe sorria para ele mostrando estar contente com a sua atitude. Ele acenou para a sua mãe e não se atentou que mais guardas vinham na direção dele e dos seus amigos, que foram lançados dentro da fornalha.

Benjamim eliminou todas as águias enquanto Brian e Richard ajudaram a tirar Augusto para fora da muralha de fogo.

Ao sair por último, Benjamim viu a muralha desaparecer e voltou a sua atenção para Augusto que estava ferido no ombro. O soldado número dois contou que tinha visto a sua mãe e que tinha sido lançado na fornalha ardente de Nabucodonosor.

O deus do fogo reapareceu e parabenizou os valentes pela vitória dizendo que eles podiam prosseguir desde que um deles ficasse para trás.

Benjamim olhou para seus amigos e piscou. O imbatível lançou sua espada na direção do falso deus que se desviou vendo a espada bater em uma árvore. Ele riu vendo que Benjamim tinha errado, mas não contava que o valente daria um grande pulo e o pegaria pelo pescoço em pleno ar.

— Acabou foguinho! Você perdeu!

O imbatível estrangulou o deus do fogo que se dissipou no ar, mas ao voltar para baixo bateu o pé com força e sentiu ainda mais dores. Brian levantou Augusto que sentia dores fortíssimas no ombro e confessou que teria dificuldades para lutar.

Richard, contente, bateu no ombro machucado do seu primo.

— É isso aí primão, vamos em frente.

Augusto deu um grito de dor e com a mão direita deu um leve soco na barriga de Richard que também gritou de dor.

Brian pediu para seus amigos se acalmarem e os cinco membros restantes da busca voltaram a caminhar pela trilha que os levaria a montanha de Edom. Pelas contas de Brian faltava apenas uma hora de caminhada para que eles chegassem até a montanha.

A trilha ficava mais úmida e escorregadia à medida que eles chegavam perto da montanha. Benjamim pediu para que todos tivessem muita atenção, mas Walter escorregou em uma pedra bem lisa e deslizou derrubando o líder dos valentes. Os outros soldados deram muita risada e Richard o ironizou.

— O seu Walter está parecendo um tatu com artrite.

Benjamim se levantou irritado e pediu para que Walter tivesse mais atenção. Depois de meia hora andando, a trilha acabou e deu lugar a um enorme campo, todo cheio de árvores e grandes covas. Benjamim perguntou para Brian se aquele lugar constava no mapa e a resposta foi negativa.

Naquele momento, um homem vestido com peles de animais apareceu e os ameaçou.

— Vocês têm um grande desafio logo à frente e eu garanto que agora todos serão derrotados.

— Quem é você? — perguntou Benjamim.

— Eu sou o deus dos animais e o senhor da floresta, tudo aqui está sob as minhas ordens, desde as menores plantas até aos maiores animais.

O vilão desapareceu ao passar por detrás de uma árvore e os valentes ficaram em posição de combate com Walter atrás deles.

Alguns cipós que estavam nas árvores agarraram os valentes e os tiraram do chão. Benjamim utilizou sua espada para cortar os cipós e voltou ao chão, mesma atitude que os seus amigos tiveram.

Walter se escondeu atrás de uma árvore e algo terrível aconteceu, o que infelizmente tirou um dos heróis da busca.

Esquadrão dos Valentes Vol.2: Em busca das espadas de prataOnde histórias criam vida. Descubra agora