Escuridão comemorou a vitória do senhor das chamas, mas o imbatível surgiu em meio à densa névoa e pegou o vilão pelo pescoço.
— Explosão, você perdeu!
Usando apenas uma mão, Benjamim apertou o pescoço do senhor das chamas e com a outra acertou o seu peito. Explosão ainda tentou afastar a mão do imbatível, mas Benjamim despedaçou a mão do anjo que caiu derrotado e se arrastou por alguns metros.
O rei da dimensão das chamas levantou voo e muito ferido, fugiu, deixando Escuridão decepcionado. Brian correu na direção de Benjamim que após a briga estava com a calça e a camiseta com alguns rasgos, seu rosto sangrava um pouco, mas ele estava bem sorridente.
Os dois valentes, triunfantes, andaram até a entrada da caverna onde Benjamim tinha visto as espadas de prata.
Escuridão reapareceu e repreendeu a Benjamim.
— Cuidado meu jovem, a lenda diz que dentro desta caverna têm alguns guardiões das espadas que não gostam de forasteiros, se eu fosse você, não entraria.
— Mas eu vou entrar sim. Vai tentar me impedir?
— Dessa vez vocês venceram. Mandem lembranças para Cezar e lembrem-se, não foi à última vez em que nos vimos...
O vilão desapareceu e o céu voltou a ficar azul assim como a vegetação em volta da montanha reapareceu.
— Se ele é tão poderoso, devia ele mesmo nos enfrentar. —falou Brian.
— Segundo o meu pai, ele não pode lutar contra nós porque caso perca, ficaria sem nenhum poder. Ele não quer correr nenhum risco e por isso deixa o trabalho sujo para os outros. — explicou Benjamim.
Brian pediu para Benjamim tomar cuidado ao entrar na caverna, mas o valente deu um sorriso e falou que depois de enfrentar o senhor das chamas ele encarava qualquer um.
Os dois entraram na caverna e Benjamim puxou para fora o velho carrinho de madeira onde as trinta espadas estavam postas junto com seus respectivos escudos.
Ao saírem da caverna, os valentes tiveram a impressão de terem visto algumas sombras se movendo dentro dela. Brian olhou novamente para dentro da caverna e viu claramente duas sombras se movendo rapidamente, ele pediu para Benjamim olhar, mas assim que o líder dos valentes olhou para trás, as sombras sumiram.
Benjamim resolveu puxar o carrinho com as armas e argumentou com Brian que o velho carro não deveria aguentar até a volta para o início da floresta.
Benjamim jogou o seu escudo dourado no carro e Brian teve a ideia de envolver as velhas rodas de madeira com um escudo de força azul, assim, Benjamim puxava o carrinho e Brian o ajudava.
Benjamim percebeu que Brian mancava da perna esquerda.
— O que aconteceu com sua perna?
— Explosão me atingiu de surpresa e eu bati a perna esquerda na rocha com tudo. E até agora você não me contou por que está mancando do pé direito?
— Unha encravada.
— Não acredito. Já estava assim quando a gente veio?
— Sim, quando começamos a busca eu já estava com esse problema e foi piorando conforme andávamos. Não contei ao meu pai para não o deixar preocupado.
Os dois passaram pelo local onde Brian tinha lutado com o homem sem fé e para surpresa deles, o vilão, muito abatido, ainda estava lá, sentado e cabisbaixo.
— Parece que o seu chefe se esqueceu de você. Eu mando um táxi vir te buscar. — Benjamim caçoou e Brian sussurrou que eles teriam que levar Walter de volta, mas Benjamim discordou.
— Não, ele não vai nos acompanhar de novo.
Brian respondeu que ele não deixaria o vilão para trás e Walter ficou ouvindo a conversa de cabeça baixa.
Benjamim relutou, mas mudou de ideia ao ouvir uma voz sussurrar em seu ouvido.
— Não o deixe aqui, não pague o mal com o mal!
Então Benjamim concordou em deixar Walter retornar com eles, mas o ameaçou para que não tentasse nenhuma gracinha.
Eles andaram por algum tempo e a luz do sol começou a abandonar a floresta. Benjamim ia à frente puxando o carrinho e entrou em uma trilha fechada seguido por Brian e Walter.
Walter reclamou que eles deveriam ter parado antes para descansar porque já estava escuro. Brian permaneceu quieto orando em silêncio para que eles achassem logo uma saída daquela trilha fechada.
Benjamim pensou que tinha feito uma tremenda burrada, mas dentro do seu coração havia a certeza de que estava fazendo o correto. Os três andaram mais alguns minutos pela trilha e finalmente saíram dela direto na entrada da floresta.
Os três levaram um tremendo susto e as roupas dos dois valentes voltaram ao normal. Brian perdeu o controle das rodas do carro que carregava as espadas e Benjamim, sem a sua força não conseguiu segurar o carro que rodou para baixo e bateu no morro que dava início a floresta.
As espadas e os escudos de prata se espalharam pelo chão e os machucados dos três sumiram também.
— Que droga! Como a gente vai levar tudo isso pra Peniel agora? — indagou-se Benjamim.
— Não se preocupe filho, nós vamos ajudar.
A voz era de Cezar, que já esperava o seu filho junto com Eric e Adriano.
Surpreso, Brian perguntou.
— Mas como vocês sabiam que chegaríamos aqui agora?
— Logo no primeiro dia da busca, Lúcio, Lucas e Daniel reapareceram em Peniel contando sobre como foram eliminados da batalha. Agora a pouco Richard e Augusto nos disseram que vocês dois já estavam na montanha.
— Mesmo assim, demoraríamos dois dias para retornar?
— Não se Brian usasse o poder dele, foi assim que vocês conseguiram retornar tão rápido não foi? — perguntou o capitão.
Brian e Benjamim se espantaram e disseram que não, mas Cezar afirmou que o soldado número três involuntariamente criou um portal que os fez retornar mais rápido.
O capitão dos valentes ordenou que eles colocassem as armas na van da igreja e ofereceu uma carona para Walter que recusou. Ele insistiu para que seu antigo amigo fosse embora com eles para Peniel, mas ele não aceitou.
— Eu estou do outro lado, meu caminho é diferente do caminho de vocês.
Walter saiu a pé na direção de Betel e ao passar por Brian sussurrou em seu ouvido.
— Você é um bom jovem, obrigado por ter me ajudado.
Walter sumiu na escura estrada e os outros retornaram à igreja onde o pastor Anderson os aguardava. Ele abraçou os jovens e guardou as espadas e escudos de prata na sala de armas da igreja, junto com as armas douradas e a bíblia branca.
Cezar comemorou.
— Agora já temos as armas para treinar mais dois esquadrões.
O pastor trancou a sala de armas e foi lembrado por Cezar do que tinha prometido.
— Pastor, não se esqueça das pizzas.
— É verdade, amanhã à noite eu faço, pode chamar os rapazes.
Na noite seguinte, todos os valentes estavam reunidos e Richard esfregava as mãos com vontade de comer as pizzas feitas pelo próprio pastor Anderson. Os jovens tiravam muito sarro de Lucas, que apesar de ser grande e forte, foi eliminado precocemente da busca.
Após comerem e se divertirem muito, os valentes agradeceram ao pastor que os lembrou de que contava com eles para estarem na próxima festividade dos jovens.
Augusto perguntou como seria o tema e pastor respondeu.
— Somos mais que vencedores.
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Esquadrão dos Valentes Vol.2: Em busca das espadas de prata
EspiritualNeste segundo volume da série, os valentes soldados de Peniel, na companhia de Walter , conhecido como O Homem sem Fé, vão atravessar toda uma floresta em busca das mágicas espadas de prata. Nossos soldados vão enfrentar os mais perigosos desafios...