Capítulo 22 - Trevas

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Richard pediu para Edmundo e Thomas ficarem ao lado de Benjamim, e que deveriam acordá-lo no exato momento em que ele estivesse na sua aparência normal.

Os dois fizeram o que Richard pediu, mas Benjamim acordou na sua forma sombria com os três valentes bem próximos a ele. Benjamim pegou Thomas e Edmundo pela camiseta e perguntou.

— O que vocês querem? Por que estão em cima de mim?

Richard, mesmo assustado, tentou disfarçar.

— Por nada, estávamos vendo como a sua roupa é diferente da nossa.

Benjamim empurrou aos dois valentes que segurava e ergueu Richard do chão o ameaçando.

— Na próxima vez que vocês fizerem isso eu elimino vocês e vou sozinho buscar as espadas. — Benjamim jogou Richard ao chão e Walter sorriu muito vendo seu desafeto se dar mal.

Com o clima pesado e faltando pouco tempo para anoitecer, o grupo voltou a caminhar. Agora, restavam apenas Benjamim, Augusto, Brian, Richard, Edmundo, Thomas e Walter na busca.

Brian e Augusto conversavam sobre qual seria a próxima ameaça e seguiam a Benjamim que caminhava a frente. Tudo parecia calmo, a floresta estava silenciosa e eles caminhavam tão tranquilamente que ouviam seus próprios passos.

De repente, um potente raio atingiu Benjamim o lançando para bem longe dos seus amigos. Outro raio veio na direção do grupo e abriu um enorme buraco na trilha.

Os valentes caíram devido a potência dos raios e um homem surgiu voando, seu corpo e suas roupas, que eram douradas também brilhavam muito.

— Eu sou o deus sol, o mais poderoso deus que vocês já enfrentaram.

Richard, mesmo caído começou a rir.

— Olha lá Augusto, com essa roupa ele se parece mais com um vendedor de pastel.

— Você vai pagar muito caro por essa brincadeira soldado, nunca ninguém zombou de mim e escapou ileso. — O falso deus ergueu as mãos e fez surgir um brilho muito forte.

Os valentes fecharam os olhos devido à grande claridade e o falso deus gritou.

— Eu ordeno que o sol se retire e que a mais densa noite recaía sobre essa floresta!

A floresta ficou na mais completa escuridão e os soldados ficaram parados não sabendo o que fazer. Richard lembrou-se que Thomas tinha medo do escuro.

— Pessoal, o Thomas tem medo do escuro desde criança, temos que encontrá-lo!

— De que jeito Richard, não dá pra ver nada! — argumentou Augusto.

Thomas era o último da fila quando o Deus Sol os atingiu, ele foi lançado para longe do grupo, mas mesmo assim podia ouvir seus amigos o chamando, porém, ele estava em choque por ter medo do escuro. Walter queria se aproximar de Thomas, mas também não podia.

Brian lembrou-se que a nona praga do Egito foram três dias de escuridão e tentou fazer sua espada brilhar, mas não conseguiu.

Augusto lembrou que eles poderiam tocar suas espadas para fazer com que brilhassem, mas a escuridão era total e eles tinham medo de cair em algum buraco se tentassem se locomover.

A alguns metros dali, Benjamim também não via nada, irritado, ele bateu a sua espada contra o escudo provocando muito barulho. Os valentes ouviram e Thomas gritou assustado.

— O que é isso?!

Thomas levantou-se e correu não podendo ver para onde ia, por isso, bateu a cabeça em uma árvore e caiu próximo ao homem sem fé.

Walter o escutou cair e pensou em um jeito de se aproximar, mas Escuridão surgiu em meio às densas trevas. Através dos seus olhos vermelhos ele lançou dois pequenos raios nos olhos de Thomas que perdeu os sentidos.

Walter ouviu um sussurro em seu ouvido.

— Nesse caso eu tive que vir pessoalmente, mas você sabe o que tem que fazer até o fim.

Thomas abriu os olhos e estava em sua casa que ficava em um bairro tranquilo e simples de Peniel. Ele levantou-se de sua cama bem cedo e notou que não havia ninguém em casa. Ele procurou os seus pais e a sua irmã mais nova e não os encontrou.

Ele saiu de casa e viu uma cena de caos com árvores caídas e carros virados de cabeça para baixo. Os telefones não funcionam e não havia energia elétrica, por isso ele pegou a sua bicicleta e saiu em direção ao centro.

Durante todo o percurso a cena era a mesma, caos e destruição. O soldado número doze não encontrava nenhuma pessoa e nenhum animal. As portas e as janelas das casas estavam abertas assim como a igreja que frequentava.

Thomas entrou no templo que estava completamente vazio e soltou um grito de desespero caindo de joelhos. O valente saiu da igreja e foi sentar-se na praça principal da cidade que também estava com um cenário de caos.

Faltava pouco para escurecer e como não havia energia, em breve ele ficaria na mais total escuridão. Thomas começou a chorar de desespero porque queria saber onde estava a sua família. Muito abatido, ele viu Benjamim se aproximar e dar uma notícia horrível, que o deixou perplexo.

Esquadrão dos Valentes Vol.2: Em busca das espadas de prataOnde histórias criam vida. Descubra agora