Capítulo 11

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-Emma-

Estava tudo indo tão bem. Mas então a minha mãe tinha que aparecer e armar uma cena por me encontrar abraçando Luca no carro.

_ Não acredito que estou vendo isso! _ exclama chamando a atenção dos vizinhos _ Achei que estivesse trabalhando e cuidando do nosso futuro. Mas me enganei.

_ Mamãe, não é para tanto. _ tento argumentar, mas a voz sai embargada.

_ Você é uma fraca Emma. Nunca vai ter um futuro brilhante. _ ela me olha com recriminação _ Puxou ao seu pai. Está destinada ao fracasso.

_ Vamos manter a calma senhora. _ só então percebo que Luca está ao meu lado _ A sua filha não é um robô.

_ E quem é você? _ ela direciona sua raiva a ele.

_ Sou alguém que viu a sua filha quase desmaiar de exaustão por estar dormido menos de três horas por dia. _ fica calada o ouvindo _ Não adianta ela correr atrás de um futuro brilhante se estiver doente quando chegar nele. E com todo respeito, Emma já é maior de idade e sabe muito bem o que fazer com a própria vida.

Fico sem reação, apenas observo Luca me defender do ataque da minha mãe. Sabendo que não poderia mais argumentar, ela bufou e voltou para dentro de casa. Mas acho que ela ainda não acabou o seu sermão.

Sinto a mão de Luca me envolver a cintura e me puxar para um abraço. Foi bom me sentir protegida depois de anos. Não queria que ele visse essa cena toda, mas no fundo foi bom enfrentar a minha mãe com ele ao meu lado.

_ Se quiser podemos ir a algum lugar. _ fala acariciando os meus cabelos.

_ Não precisa. _ me afasto um pouco para olha-lo _ Eu já te incomodei demais e mais tarde eu tenho que ir trabalhar. _ ele afirma me dando um selinho.

_ Então eu vou indo, mas se mudar de ideia. _ ele se inclina para dentro do carro e pega uma caneta _ Me liga e eu venho te buscar. _ fala anotando o número na palma da minha mão _ Pode ligar a qualquer hora.

_ Pode deixar. _ arrumo a bolsa no ombro _ Mas uma vez obrigada por tudo e me desculpa pela minha mãe.

Depois de uma rápida despedida Luca se foi. Fiquei um tempo parada olhando o seu carro sumir. Só então tomo coragem para entrar em casa e enfrentar o que deve estar por vir. Esperava encontrar minha mãe na sala quando entrasse, mas ela não estava lá. Deixei a bolsa sobre o sofá e fui até a cozinha a sua procura.

Ela está cortando legumes usando uma força desnecessária. Me encosto no batente da porta e espero que ela me note. Pelo visto dessa vez ela ficou bastante chateada. Em nossas discussões ela nunca tocou no nome do meu pai, muito menos para ofende-lo. Isso me faz acreditar que muitas águas ainda vão rolar.

_ Você já é dona da sua vida. _ fala sínica _ Acha que estou te fazendo mal Emma? _ deixa a faca sobre o balcão e cruza os braços _ Estou fazendo mal em querer que vença na vida e tenha o futuro que não tive?

_ Não é que a senhora esteja me fazendo mal. _ tento manter o tom calmo _ Mas eu me sinto muito pressionada.

_ Então eu te pressiono? _ faz uma pergunta retórica _ Pois bem, eu desisto de você. _ suas palavras me machucam mais que qualquer surra _ E para que eu não te pressione tanto, acho que seria bom ir morar em outro lugar.

_ A senhora está me expulsando?!

_ Estou lhe convocando a sair da minha casa. _ fala agora de frente para mim _ Quem sabe assim você não fica melhor.

Ela passa por mim e logo escuto a porta da frente bater. Não acredito que acabei de ser expulsa da minha própria casa. Sinto vontade de ligar para Luca e contar o que aconteceu, mas não quero ser chata. Ainda estamos nos conhecendo e ele já teve uma apresentação nada amigável com a minha mãe e fez muito por mim.

Decido não levar muito em conta o que minha mãe falou. Ela está com a cabeça quente demais e deve ter falado tudo da boca para fora. Subo para o meu quarto, tomo um bom banho e coloco o celular para carregar. Mando uma mensagem para Luca avisando que estava tudo bem e o agradecendo mais uma vez pela ajuda.

Quando saio para ir trabalhar mamãe ainda não tinha voltado. Tive que pedir um táxi pois o meu carro ainda estava no hospital. Durante todo o caminho ligo para a minha mãe, mas ela não me atende. Pago pela corrida e depois me apresso para me trocar.

_ Onde você estava menina? _ Maggie questiona quando me encontra no corredor _ Vi o seu carro no estacionamento, mas não te encontrei em nenhuma parte.

_ É que ontem fui de carona. _ respondo olhando o prontuário de Walter.

_ Você saiu com o gato do bar e nem me contou?! _ fala me dando um tapa no braço _ Que espécie de amiga é você?

_ Não foi combinado. _ me justifico começando a andar até o elevador e ela me segue _ Ele me encontrou quase desmaiando na escadaria, me levou para a casa dele, fizemos um almoço básico e depois eu acabei capotando no sofá dele.

_ Que sexy. _ brinca _ Não rolou mais nada?

_ Rolou beijo se é isso que está querendo saber. _ ela comemora quando as portas se abrem e entramos no elevador _ Mas não passou disso.

Assim que me apresento ao doutor Wilson recebo a função de acompanha-lo em um procedimento simples de cateterismo. O paciente é um homem de mais ou menos cinquenta e seis anos, os cabelos loiros estão começando a ficar grisalhos e de perfil não me parece estranho. Mas deve ser coisa da minha cabeça.

Quando terminamos o procedimento o paciente foi para a sala de recuperação e daqui umas duas horas ele vai para o quarto. Vou junto com o doutor Walter para falar com os parentes do paciente e tenho uma imensa surpresa.

Quem será esse paciente? Façam suas apostas....

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