Capítulo 12

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-Luca-

   Devo dizer que a reação da mãe de Emma foi muito exagerada. Não é como se estivéssemos fazendo alguma coisa errada. Mas o pouco que vi da relação de Emma com a mãe me fez entender um pouco o porque dela ter preferido ficar no trabalho à voltar para casa e encontrar com a mãe autoritária.

   O meu resto de tarde foi bem tranquilo. Pedi comida em um restaurante e almocei atualizando os meus emails. Tudo estava tranquilo até que recebi uma ligação da minha mãe desesperada. Não deu para entender direito, mas ao que parece o meu pai passou mal quando desembarcou aqui e foi levado para o hospital onde o tio Thomas trabalha.

   Fiz tudo no automático e corri para encontrar com a minha mãe. Nem sei como consegui dirigir até o hospital. Foi um pouco difícil localizar a minha mãe. Por fim a encontrei na sala de espera em frente a entrada do bloco cirúrgico.

   _ Mãe o que houve? _ questiono quando recebo o seu terno abraço _ Como o meu pai esta? _ a afasto um pouco para ver seu rosto avermelhado pelo choro.

   _ Não sei direito. _ ela funga e senta no sofá _ Seu pai e eu decidimos vir para Seattle antes de ir visitar a tia Violete. Mas quando chegamos aqui ele se sentiu muito mal e tivemos que correr para o hospital.

   _ Já sabe qual o estado dele? _ sento ao seu lado.

   _ O seu tio levou ele para fazer um cateterismo e ainda não apareceu. _ suspira e então levanta de supetão _ Como está o Charlie? _ questiona a tio Thomas e Emma.

   _ Lisa tudo correu muito bem. _ ele fala tocando o ombro da minha mãe _ O que o Charlie teve foi apenas uma consequência de uma vida nada saudável. _ seu tom é agora de um médico e não amigo da família _ Ele estava com uma artéria entupida e isso poderia acarretar a algo ainda pior.

   _ Eu vivo falando para aquele cabeça dura para se cuidar. Mas ele nunca me escuta. 

   _ O que importa é que ele já está bem. _ falo passando o braço sobre os ombros da minha mãe _ A gente já pode ver ele? _ me dirijo a Emma que até então ficou calada.

   _ Ele está na sala de recuperação. _ mantem o tom profissional e não me olha diretamente _ Daqui a pouco ele vai para o quarto e alguém vem avisar a vocês.

   Meu tio precisa sair as pressas quando um outro médico vem o buscar para ajudar em outra cirurgia. Já Emma é bipada, mas me acena com a cabeça antes de correr rumo ao elevador. Mamãe vai ligar para os meus irmãos e avisar que está tudo bem com papai. 

   Como eu esperava, meus irmãos ficaram de pegar o primeiro voo de amanhã para cá. Mandei uma mensagem para Adam avisando que poderia me atrasar amanhã e expliquei toda a situação. Ele foi super compreensivo e me disse que poderia até tirar o dia de folga se quisesse. 

   Logo uma enfermeira veio nos buscar para ir vê o meu pai. Ele estava acordado, mas a enfermeira disse que ele não poderia se mexer muito e se esforçar o minimo possível.

   _ Que susto o senhor deu na gente pai. _ digo do seu lado esquerdo.

   _ Você sabe que o seu pai já é velho de guerra. _ brinca _ Não vai ser uma dorzinha que vai me fazer beijar a lona. _ a palavra beijo me faz lembrar de Emma e sorrio sem perceber _ Qual o motivo desse sorriso bobo?

   _ Aposto que é aquela doutora. _ mamãe fala com um sorriso que vai de orelha a orelha _ Bem que percebi o seu olhar para ela.

   _ Eu vou pegar um café para mim. _ me esquivo e meu meu pai ri _ E vocês dois se comportem. _ brinco antes de sair do quarto.

   Vou até a lanchonete do hospital e peço um expresso para me manter acordado. Enquanto espero olho em torno para vê se encontro com Emma. Mas a única pessoa que vejo é o homem que estava com ela no bar no dia que lhe paguei uma bebida e a mulher que acredito ser uma amiga de Emma.

   Pego o meu café e decido dar uma volta pelos corredores do hospital. Sem perceber acabo parando na ala do berçário. Pela janela de vidro, que divide o lado de dentro com o lado de fora, posso ver os embrulhos nas cores rosa e azul. Alguns dos bebês choram, já outros estão embalados em um sono tranquilo e profundo.

   _ Está me seguindo?! _ olho para o lado e vejo Emma com um olhar brincalhão.

   _ Garanto que foi mera coincidência. _ devolvo no mesmo tom que ela no dia que nos encontramos por acaso em frente ao meu escritório.

   _ O seu pai já foi para o quarto? _ cruza os braços quando pergunta.

   _ Sim. _ diminuo um pouco da distância entre nós _ Você saiu tão apressada que nem tive tempo de agradecer por ajudar o meu pai. _ ela faz uma sinal de tudo bem e sorri fraco sem mostrar os dentes _ Como ficaram as coisas com a sua mãe?

   _ Complicadas, mas nada que seja diferente. _ conta olhando para o chão _ Acho que é melhor eu ir. _ ela tenta passar por mim, mas a seguro pelo braço _ Luca, o que estamos fazendo não está certo. Você é parente do meu chefe e eu já tenho peso demais nos meus ombros por ser filha da minha mãe. 

   _ Emma, eu sou muito mais que um parente do seu chefe. _ digo acariciando o seu rosto _ Sou o cara que você pediu ajuda no meio de tantos outros. _ nossos olhares se encontram _ Mesmo negando um ao outro sabemos que algo forte acontece quando estamos juntos. _ diminuo ainda mais a distancia colando a minha testa na dela.

   _ Então me faz acreditar que é certo. _ sussurra alterando o olhar entre meus lábios e meus olhos. 

   Meu coração dá um pequeno salto. Desenho os seus traços com a ponta dos dedos, afasto uma mecha de cabelo seu dos olhos e então lhe tomo os lábios com os meus. Seus braços me envolvem o pescoço e me fazem sentir em casa. 

Uma Chance Para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora