Capítulo 14

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- Luca -

   Minha admiração por Emma só aumenta e acho que a minha mãe sente o mesmo. Eu já a tinha visto em ação tentando reanimar um garotinho, mas isso era novo para a minha mãe. Ficamos com a garotinha até que conseguiram localizar o pai dela. Ao que parece a mãe da menina teve um AVC, mas não foi tão grave e agora ela está em observação.

   Sobe muita insistência da minha mãe fui para casa e dormi um pouco. Pela manhã fui até o aeroporto esperar pelos meus irmãos. Troquei mensagens com Adam durante o caminho para o aeroporto e passei para ele tudo o que deveria ser feito na reunião com Anthony Garcia. O meu dia se resumiu a ficar no hospital com meus pais e meus irmãos.

   Fiquei o dia inteiro grudado no celular esperando uma resposta a mensagem com o endereço que mandei a Emma. Já são quase cinco da tarde e na mensagem combinei de encontra-la as seis no restaurante perto das balças. Quase derrubo o aparelho no chão quando o mesmo vibra na minha mão.

   Era uma mensagem dela dizendo que não ia poder ir, mas não entrou em detalhes do porquê. O jeito foi ficar em casa com os meus irmãos a tira colo me interrogando sobre a namorada médica que a minha mãe passou o dia falando.

   _ Anda Luca, conta como foi que conheceu a famosa Emma? _ Ash pergunta com um ar de jovem apaixonada.

   _ Ela ainda não é a minha namorada. _ conto para desfazer o mal entendido _ A gente ainda está se conhecendo.

   _ Não sabia que tinha mudado de nome. _ Oliver ironiza e atiro uma almofada nele.

   _ A gente tava no bar e ela me beijou do nada, depois eu descobri que era para se livrar de uns idiotas que estavam incomodando ela. _ falo e eles escutam com atenção _ Depois fomos nos encontrando até que rolou mais alguns beijos e sei lá. _ dou de ombros _ Eu me sinto diferente quando a gente tá junto.

   _ É irmão, acho que ela conseguiu te pegar de jeito. _ Ash fala deitando a cabeça no meu ombro _ Até o seu jeito de falar está diferente.

   _ Nunca vi você assim. _ Oliver concorda _ Nem mesmo quando estava com a Kate. _ assim que fala isso ganha um pequeno beliscão de Ash _ Ai! _ exclama alisando o braço.

   _ Tudo bem. _ digo a ela _ Não tem problema falar da Kate. _ endireito minha postura _ Encontrei com ela esses dias. 

   _ E... _ Oliver faz um sinal para que eu fale.

   _ E ela seguiu com a vida dela e eu com a minha. _ digo dando o assunto por encerrado _ Vou tomar um banho e trabalhar um pouco. Amanhã o papai recebe alta e conhecendo o seu Charlie como eu conheço, ele vai fazer de tudo para pegar um avião amanhã mesmo para voltar para casa.  

   Deixo eles na sala e subo para o meu quarto. Tomo um banho e depois me concentro no trabalho até mais tarde. Já se passam das onze quando deixo o computador de lado e vou dormir. 

   Na manhã seguinte vou para o trabalho enquanto meus irmãos vão de táxi até o hospital para trazer o meu pai para a minha casa. A minha mesa está com uma pilha de papéis para que eu assine e fico ocupado até o meio dia. Adam me fala sobre as reuniões do dia anterior e então saímos para almoçar.

   Quando voltamos para o escritório Mary me avisa que tenho uma pessoa me esperando na minha sala. Uma coisa muito estranha porque não tinha nada marcado para o horário da tarde, pois iria sair mais cedo para ficar com os meus pais. Me surpreendo ao encontrar Maggie, amiga de Emma, andando pela minha sala.

   _ Maggie, não é? _ ela afirma e indico uma das cadeira para que se sente _ Em que posso ajudar você? _ questiono tomando meu assento.

   _ Não é para mim. _ fala segurando as alças da bolsa _ É a Emma. _ meu coração se aperta _ Parece que a briga com a mãe dela foi bem feia. _ conta por cima _ Eu vim porque a Emma nunca iria te procurar para pedir ajuda. Mas ela precisa de você.

   _ E onde ela está agora? _ pergunto já pegando minhas coisas.

   _ Na minha casa. _ ela conta anotando algo no bloco de notas que estava jogado na minha mesa _ Aqui está o endereço. _ me entrega o pequeno papel _ Podem ficar o tempo que precisar. Vou para o hospital e só volto amanhã.

   Afirmo e saio apressado sem ao menos avisar a minha secretária onde estava indo. O endereço que Maggie me deu leva até um prédio de quatro andares que fica nas proximidades do hospital. Deixo o carro estacionado em frente e toco o interfone referente ao aparteamento onde Emma deve estar.

   _ Emma é o Luca. _ falo ao ouvir o seu fraco alô _ Me deixa entrar. 

   Um minuto depois o portão é destravado e posso entrar. Como o prédio é antigo, não tem elevador e o jeito é subir três lances de escada. Assim que bato na porta Emma aparece e me abraça ali mesmo.

   _ O que aconteceu? _ pergunto a trazendo para dentro e fechando a porta atrás de nós.

   _ A minha mãe me expulsou de casa. _ conta sentando no sofá e faço o mesmo ficando de frente para ela _ Ela falou no dia em que nos encontrou juntos, mas não levei a sério. Achei que fosse apenas o calor do momento. Quando cheguei ontem do hospital as minhas coisas estavam em malas na varanda.

   _ Por que não me ligou? _ toco o seu rosto com carinho _ Eu teria ido te buscar e te levaria para a minha casa.

   _ Eu não quero ser um peso. _ conta olhando para o chão _ O seu pai está internado e você tem as suas coisas para fazer.

   _ Você não é um peso. _ a faço me olhar _ Emma, você foi uma luz que me tirou da escuridão que vinha vivendo nesses últimos anos. Não esperava que pudesse me sentir assim novamente. _ coloco uma mecha de seu cabelo atrás da orelha _ Você faz o meu coração parar e depois voltar a bater como se fosse sair do peito.

   _ Pode ser algum problema cardíaco. _ brinca e sorri fraco sem mostrar os dentes _ Você também me faz bem. Me faz querer ser eu mesma e não quem esperam que eu seja. _ toca o meu rosto _ Você me faz sentir segura e protegida. Me faz sorri e me sentir como uma pessoa de verdade e não um robô.

   _ Eu te amo. 

   As palavras fogem da minha boca sem aviso prévio. Não esperava dize-las assim tão rápido, mas não pude guardar mais tempo. Ela precisava ouvir e eu precisa colocar para fora esse sentimento que me toma por inteiro.

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