Capitulo 3:

11 2 0
                                    


Os dias são muito demorados para passar, afinal, eu passo a maior parte do tempo sozinha em casa já que não frequento tantas aulas por ter um nível avançado e eu ter me matriculado apenas como desculpa para ter um visto. Quase não vemos mais Jimmy, pois sua rotina corrida o obriga a ficar o dia todo fora de casa, pois além de ter que se esforçar muito nas aulas de coreano, agora ele passa a maior parte do seu dia treinando. O que o obriga a sair muito cedo de casa e chegar muito tarde, mas eu nunca o vi tão feliz e cheio de vida quanto ele está agora. Nay e Lorena também são alunas muito dedicadas, pois em quase seis meses que estamos na Coreia, elas já estão falando muito bem, elas até conseguem se comunicar muito bem com os coreanos, inclusive com os vários novos amigos que elas fizeram.

Alguns dias atrás, um dos amigos da Nay disse que na empresa que ele trabalha, que por coincidência é a mesma que Jimmy é trainee, estava contratando novos funcionários, pois pelo o que tudo indicava a empresa estava crescendo muito nos últimos meses, e pelo o que tudo indicava ainda tinham planos de debutar um novo grupo dentro do próximo ano (espero que essa seja a chance de Jimmy). Ele até me deu o e-mail para qual eu deveria enviar meu currículo, pois conversávamos muito a respeito do seu trabalho, já que eu tinha um bom conhecimento em edição de vídeos, imagens e áudio, e ele era um dos produtores da empresa. Ele adorava o trabalho, então não via problemas em discutir sobre e me dar várias dicas para aprimorar minhas habilidades que eu só tinha como hobby.

Então resolvi enviar o tal e-mail, afinal eu não tinha nada a perder. E caso eu tivesse a oportunidade, além de ocupar o meu tempo que eu mato a maior parte jogando vídeo game e assistindo filmes e séries, ainda me renderiam algum dinheiro para eu gastar com os meus cosméticos milagrosos.

Uns dez dias depois de ter enviado o tal currículo (que eu praticamente já tinha quase esquecido que enviei) recebo uma ligação me convidando a comparecer até a tal empresa, eu tinha um horário marcado com o CEO da empresa naquela tarde, então comecei a me arrumar para chegar impecável na empresa já que para os coreanos, a aparência é algo de extrema importância.

Horas mais tarde ...

Estou 15 minutos adiantada, será que isso é bom? Ouvi dizer que coreanos odeiam atrasos, mas será que acham quem chega cedo desesperado? Ah, enfim, agora já foi. Espero que isso conte como aspecto positivo para que eu consiga a vaga. Exatos 15 minutos mais tarde, a moça da recepção, que por sinal era muito bonita e simpática, me convidou para acompanha-la. Ela me levou até uma sala com uma enorme porta de madeira, abrindo-a e me dando espaço para entrar.

Sentado à mesa, estava um homem (muito engraçadinho por sinal) que se apresentou como Bang si-hyuk, era um homem de aproximadamente uns 40 anos, míseros centímetros mais altos que eu e um pouco gordinho, apesar de tudo aparentava ser uma ótima pessoa, e tinha uma carinha fofa. Ele me deixou bem à vontade, mesmo me fazendo várias perguntas, inclusive achou incrível o fato de eu falar além do coreano muito bem, mais quatro idiomas além do meu idioma nativo que é o Português (mais uma vez, ponto para a minha curiosidade em aprender idiomas), me explicou diversas funções que eu teria que exercer caso fosse contratada e me perguntou se eu teria problemas com as funções. Eu pensei com ironia "ah claro que vou ter problemas em cuidar de vários adolescentes que mal tem tempo de respirar e ainda ganhar para isso, até parece, isso deve ser moleza" mas consegui guardar o pensamento para mim, isso foi quase um milagre considerando que não tenho filtros na hora de falar as coisas.

Depois de algum tempo conversando com Bang PD nim (ele me disse que poderia chama-lo dessa forma) ele ligou para a secretária e pediu para que ela trouxesse o contrato, enfim, achei que seria mais difícil para uma estrangeira conseguir um emprego. Ele me explicou que haveria algumas burocracias pois teríamos que entrar com um pedido de visto de trabalho já que eu não iria mais estudar, mas nada impossível de resolver. Enfim, contratada, mais um evento memorável para comemorarmos na coreia.

Akai ito: O fio vermelho do destinoWhere stories live. Discover now