Não tive pesadelos. Já nem lembrava mais como era tal sensação. Não lembrava como era acordar descansada e bem disposta, sem estar suando ou tremendo por um sonho ruim
Não entendo o porquê de justamente hoje, eu ter dormido bem mesmo com esses ferimentos.
Não vou comentar nada com Carina ou Megan, já que elas vão colocar a culpa disso em Dylan e dizer que ele me faz bem...
Elas estão sempre erradas não é mesmo? Quem são para falar de mim quando não conseguem nem assumir que gostam de Paul e John? Pelo amor de Deus
Me levanto preguiçosamente, retirando a coberta de cima de mim e me espreguiçando em seguida. Encaro o obejeto e sinto um sorriso se formar involuntariamente em meu rosto por lembrar do gesto carinhoso de Dylan ao me cobrir e me dar um beijo na testa
Meu sorriso rapidamente se desmancha. Eu não tinha o direito de sorrir. Essa sensação de ser coberta, beijada, amada ou até mesmo ser alguém com quem as pessoas se importam era algo que não tinha e que nunca tive. Não tive pais para me abraçar a noite ou checar se tinha ou não um monstro no armário ou debaixo da cama
Eu sempre soube que os verdadeiros monstros na verdade estavam dentro da minha cabeça e isso fez quem eu sou hoje.
De fato sou muito imparcial com as pessoas... não ligo para elas e em guerra apenas as vejo como peças de xadrez em um tabuleiro no qual eu estou comandando.
Eu sou fria e dura, mas Paul, Carina, John e Megan conseguiram uma abertura e entraram na minha vida. É verdade que crescemos juntos e isso ajudou no fato de eu não tratá-los como um simples nada...
Jogo esses pensamentos para o fundo de minha mente. Eu não quero chamar eles de amigos pois quem se envolve comigo sempre se machuca no final. Ou se eles não se machucam, eu saio ferida...
Levanto e abro meu armário, retirando de lá minha típica calça camuflada e camiseta branca justa. As visto e me dirijo ao banheiro, onde escovo os dentes.
Pego a escova e penteio meu cabelo que a essa hora da manhã estava um tanto quanto rebelde... francamente ter cabelo longo não é fácil!
Prendo-o em um rabo de cavalo alto assim que desisto de penteá-los e me encaro no espelho notando que haviam pequenas mechas caindo na frente de meu rosto, as quais eu tentei prender, mas falhei completamente. Com os dedos, as ajeito para que se comportem um pouco ao invés de parecer o cabelo de um monstro qualquer... Se o monstro qualquer tiver cabelo, né? Porque francamente ninguém é obrigado a ter que cuidar dessa cabeleira toda.
Por mais monstros carecas!
Pego minhas espadas e as coloco em meu respectivo cinto e em suas capas. Em seguida, saio do quarto fechando a porta
Caminho em direção ao refeitório, onde vejo vários soldados jogando comida um nos outros e brincando feito crianças. Francamente... não sabem o que é estar em guerra
Vou em direção de minha típica mesa onde estavam Carina, Megan, Paul, John e Dylan tomando café
-Bom dia-dizem em uníssono
-Bom dia-respondo
-Angel-começa Carina e eu respiro fundo. Se ela me chamou pelo primeiro nome lá vem alguma coisa....- Sinto muito pelo que disse a você na tenda enquanto cuidava de seus ferimentos-começa e eu a olho atentamente lembrando de sua fala "Menos! Isso é um preço a se pagar pela sua idiotice."- Eu só... eu só imaginei que estivesse fazendo tudo aquilo porque gostava de lutar porque você se fere com isso. Passou na minha cabeça que você usava a gente de certa maneira e isso me deixou irada
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Guerreira escarlate
Romance• Livro 1 da Trilogia Escarlate Quando dois dos quatro grande impérios entram em guerra, as coisas tendem a mudar drasticamente. Haylock, a brilhante comandante do império do Sul de cabelos escarlate, acaba sendo capturada pelo império inimigo junt...