-Haja o que houver, faça sua melhor cara de séria e não responda-Dylan explica
-O que? Mas-
-Anda!-diz abrindo a porta de uma das salas do forte
O cômodo era enorme, com decoração vermelha e dourada. Na verdade, haviam muitas coisas vermelhas aqui
Em duas enormes cadeiras estavam o general, que por azar meu, era o pai de Antony, e outro homem. Ele era velho, com cabelos brancos e uma barba não muito longa. Seus olhos transmitiam força e sabedoria
Dylan se aproxima de ambos e faz uma leve reverência, seguida por uma continência de postura impecável. Eu obviamente repito seu ato
-Estão aqui para tratar sobre a recém promovida a cabo, Haylock-começa o general
-Sim, senhor-afirma Dylan
-Ela agiu sem permissão e sobretudo sem autoridade. Foi irresponsável e poderia ter sido um fiasco-afirma o general- foi um ato absurdo, imoral, irresponsável e extremamente ilegal em nossa política militar
-Estamos ciente, senhores-responde Dylan mais uma vez
-Tomamos a decisão de punir a responsável por tal confusão
-Peço que me escute senhor-começa Dylan
-Não! Não há necessidade! Uma mulher agiu sem permissão e com uma autoridade que ela no possui! Estamos no exército, não há margens para erros! Ela merece expulsão do império!-esbraveja o homem de modo apressado e desesperado
-General, por favor mantenha a calma-diz Dylan com olhar sério- não há necessidade disso. Ela nos salvou! Ela me salvou. Seu plano foi brilhante
-Sem "mas" Dylan! Foi irresponsável!-esbraveja o pai de Antony pela segunda vez
Desfaço minha postura séria e cruzo meus braços de forma impaciente. Vejo que o olhar do marechal não havia saído de mim desde que entrei na sala.
-Gostaria de ouvir o que ela tem a dizer-escuto a voz calma e serena do marechal fazendo Dylan e o general se calarem de imediato
-Peço permissão para falar livremente-peço com seriedade e um olhar de raiva e desejo
-Hay-escuto Dylan tentando me impedir, mas o marechal o corta
-Permissão concedida
-Fui irresponsável? Fui. Exerci um cargo que não era meu? Sim. Salvei a vida do comandante? Sim. Eu liderei sozinha um exército? Sim. Meu plano foi arriscado? Sim. Mas olha só meu "caro" general, não use o fato de eu ser mulher como desculpa. Posso até ter exercido um cargo que não era meu, mas onde estavam os tenentes? Os sargentos? Os capitães? Eu te digo onde eles estavam, general: eles estavam ocupados tomando providências que até um soldado sabe que não eram necessárias! Ao invés de apagar o fogo e controlar os inimigos, tentavam salvar seus pertences! Eu não me arrependo de meus atos, mas me arrependo de ter um general que condena a expulsão aquele que em meio ao caos manteve o controle e tomou uma atitude que salvou um exército inteiro-digo olhando no fundo dos olhos do mesmo, o fazendo perder a postura
O marechal dá uma risada estranhamente boa de se ouvir. Ele definitivamente é um senhor de idade muito fofo mesmo com todos os ornamentos do exército. Ele parecia inteligente e trazia um clima leve para um ambiente pesado. Se eu tivesse um avô, gostaria que fosse assim
Eu não o via como alguém intimidador só pelo fato de ter a patente mais alta do exército ou de ser bem próximo da família real. Na verdade sua presença era reconfortante.
-Bom... creio que Haylock esteja correta afinal-diz dando um pequeno sorriso
-Senhor! Impossível!-o general retruca
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Guerreira escarlate
Romance• Livro 1 da Trilogia Escarlate Quando dois dos quatro grande impérios entram em guerra, as coisas tendem a mudar drasticamente. Haylock, a brilhante comandante do império do Sul de cabelos escarlate, acaba sendo capturada pelo império inimigo junt...