Três anos depois...
― Uma boa escolha, agora seu braço está fechado com rosas vermelhas ― disse Jonathan, meu tatuador.
As rosas ganharam destaque há décadas, colorindo e demonstrando a sua beleza, a força que o amor possui, e os espinhos representando as barreiras que surgem em todos os relacionamentos.
― Ficou incrível, você é o melhor tatuador de São Paulo ― assegurei.
Jonathan riu.
― Não se esqueça de elogiar o meu trabalho na página do Facebook ― gracejou.
― Vai ao Madrid Clube hoje? ― perguntei.
Jonathan tirou as luvas e começou a organizar a bagunça de tintas espalhadas na maca.
― A sua amiga gostosa vai estar lá?
Karen era a minha melhor amiga.
Uma loira fitness que rouba facilmente os corações de homens iludidos com seus olhos azul-claros.
O seu olhar era divino, como a nascente de um lago.
Na verdade, Karen era belíssima.― Alana sem a Karen? Nunquinha!
― Ótimo, então vou comparecer no clube hoje. ― Coçou a testa, constrangido. ― Gostei do cabelo, você ficou linda.
Ah, um elogio, até que enfim.
Pintei meu cabelo de um tom vermelho marsala e só ouvi dois elogios; um da Charlotte, a governanta, e da Karen.
― Valeu John, até depois ― disse sorridente.
― Vai rolar uma dancinha hoje? ― indagou.
Peguei os meus pertences e segui até a porta.
― É o meu trabalho, dançar e ganhar uma grana.
Trabalhava como dançarina do Madrid Clube, amava as danças eróticas. Era uma dançarina profissional no Lap Dance, Kizomba e no Twerk. Adorava a leveza, o movimento e o domínio da sedução, os homens amavam esse lado feminino. A mulher que provocava, que instigava o homem sem entregar e oferecer o que ele mais desejava.
O Madrid Clube não era uma boate de prostituição ou boate de stripper, era um Clube privativo para sócios. E as dançarinas eram como um diamante que não podia ser tocado. Afinal, esse era o grande marketing do clube, as dançarinas em cima dos balcões e mesas, dançando com suas roupas sensuais e tentadoras, trazendo mais clientes, sócios e lucrando muito dinheiro.
Amava me sentir poderosa, quando dançava Twerk em cima de um balcão, a garota despedaçada que chegou em São Paulo deixava de existir. Era fácil usar o meu poder de sedução para esquecer tudo que precisei enfrentar, transformei a luxúria em um potencial. Frequentava o Madrid Clube desde os meus 18 anos, aqui conseguia ser a mulher que não gostava de seguir regras. E falando em regras, a minha vida era rodeada delas.
Cheguei em casa no começo da noite, ignorando a censura da minha assistente pessoal.
Ah, sim… Eu tinha uma assistente pessoal, uma mulher chata, autoritária, e que gostava de usar uns óculos maiores que o próprio rosto. Não conseguia entender o seu vestuário, ela usava uma cor de blazer para cada dia da semana.― Eu precisei inventar uma ótima desculpa. Dominic está furioso ― advertiu num tom altivo.
Quando Dominic não está furioso?
O homem vivia distribuindo ódio gratuitamente.― Humm, complicado. ― Caminhei em direção ao meu quarto. ― Não entendo por que esta mansão precisa de tantos quartos. Penso que três já é um número aceitável.
― Porque toda a família Campbell mora nesta propriedade.
Tudo bem, chegou o momento de falar sobre a família Campbell, ou melhor... dos primos Campbell.
Dominic, Logan e Rander.
E agora a maior revelação dessa família: eu sou filha de Dominic Campbell.
Sim, você entendeu bem…
Ele era meu pai!
Tudo aconteceu quando a minha mãe, uma priminha do interior, resolveu visitar a família.
A chacota dos Campbell, mas ninguém esperava a chegada de uma mulher bem-sucedida, linda e realizada. Dominic Campbell, como todo conquistador, começou a “cortejar” a prima, conseguindo levá-la para cama. Uma paixão avassaladora prevaleceu entre eles e fui concebida. Nasci, era muito amada por todos, no entanto, o meu querido pai resolveu adicionar uma amante à sua lista de conquistas. E um casamento de anos foi jogado no lixo, minha mãe fugiu para castigar Dominic. Falsificou a minha certidão de nascimento e destruiu o único contato com o sobrenome Campbell.
E que irônico, vejam onde eu estava vivendo: na mansão Campbell, morando com meu pai traidor.
Ah, mãe!
Sentia tanto, se ela tivesse sido honesta comigo, a verdade não me machucaria. Na verdade, estaria preparada psicologicamente para enfrentar esse mundo.
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Vivendo Com Um Magnata (DEGUSTAÇÃO)
Literatura FemininaTem certos momentos em nossas vidas, que podem nos levar a rumos completamente diferentes do qual sonhávamos. Deixando marcas profundas em nossa alma. Alana, terá a trajetória da sua vida mudada quando recebe uma carta da mãe em seu leito de m...