Capítulo 05

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Existem regras que são úteis, devo admitir. Mas na Mansão Campbell as regras são totalmente desnecessárias. Por exemplo: Ninguém pode deixar a mesa na hora do jantar, se você sentir um mal-estar está ferrado. Só pode sair da mesa quando o patriarca largar os talheres. 
Existem xícaras específicas para o café da manhã, não pode usar um copo diferente. E temos que comer ouvindo músicas clássicas, de preferência de orquestras francesas. 
São regras ridículas e que não faço questão de seguir, por esse motivo sempre recebo meu café da manhã no quarto. À noite? Bem, às vezes desço para o jantar, às vezes vou “estudar” com o meu professor. 
As dançarinas do MadriClube precisam chegar algumas horas de antecedência, para ajudar na organização e decoração das mesas. Antes das portas serem abertas para o público e sócios, ensaiamos algumas coreografias para nos aquecer. 

― Um, dois, três. Agachamento. Um, dois, três, Joguem o cabelo pra trás, girando, não percam o ritmo; ― grita Júlia à coreógrafa do grupo. ― Vamos lá, façam esse corpo suar. 

As luzes estroboscópicas do Clube, piscavam na pista de dança, hoje é sábado. O dia em que o MadriClube acaba lotando. Muitos clientes, com muito dinheiro. E ansiosos para nosso show, a Clientes que frequentam o Clube há anos. Alguns têm o rosto conhecido, alguns até conheço por nomes. Como Elías, um Senhor Milionário que ama esse lugar. Até ofereceu uma quantia milionária para ser o novo proprietário do MadriClube. Arthur e os outros diretores do Clube não aceitaram a proposta. 

― Meninas; ― Arthur bate palmas, chamando atenção. ― tenho uma novidade. O MadriClube terá aulas de danças no Domingo. 

Todas soltam gritinhos animados. 

― Calma, sem gritos histéricos ainda. O MadriClube ganhou um novo patrocinador que pretende fazer algumas mudanças no Clube. Como todas são profissionais e boas no que fazem. Terá uma seleção para escolher a professora, para animar essas pistas no domingo. 

― Uma seleção? ― Pergunta Jussara desconfiada. ― Vai criar uma rivalidade entre as meninas, é ridículo. 

Todas concordaram, debatendo ao mesmo tempo. 

― Ei, caladas. Deixem-me explicar; ― Arthur passa a mão no cabelo. ― Não sou eu quem vai escolher. Esse novo sócio vai comparecer por três finais de semanas, para avaliar cada uma. Então, um conselho: Arrasem e dancem. 

― Quem é o patrocinador? Ele tem nome? ― Interpelo, arrumando o decote do meu body. 

― Não posso contar, se eu contar o nome desse novo patrocinador, pode realmente nascer uma rivalidade entre vocês. E quero todas trabalhando unidas, nosso time é perfeito. 

― Hmm, tudo bem! Vamos continuar o ensaio, falta pouco para o Clube começar as suas atividades. ― Diz Júlia. 

Ser professora de dança é meu sonho, na verdade, a academia de dança é um objeto que quero conquistar um dia. Porém, tenho que melhorar, me aperfeiçoar e não desistir da dança. 
Comecei a dançar com 14 anos, frequentando um curso social que uma ONG disponibilizava. Depois, não consegui parar. Copiava coreografias da Beyoncé e Lady Gaga. Sempre deixando o ritmo da música guiar meus passos. 
A oportunidade de trabalhar no MadriClube surgiu em uma batalha de dança, Arthur sempre foi apaixonado por danças de rua e por esse motivo era presença VIP em todos os eventos de Dança de São Paulo. Arthur me notou dançando em um canto com algumas colegas, gostou da minha ousadia e fez a proposta de trabalhar no MadriClube. E aqui estou eu… Pronta para mais um show esta noite. 
A minha vida poderia estar seguindo a sua rotina normal, faculdade, trabalho no final de semana e encontros secretos com meu professor. Mas Logan e Rander Campbell não me deixam em paz, meus primos foram os primeiros a chegar no MadriClube. Escolheram uma mesa e como de costume me ignoraram. Sinceramente, não me intimidei com a presença deles, eu estava mais interessada e eufórica quando contemplei a presença do homem da minha vida. Cadu Gallucci é meu professor de artes digital. O homem é inteligentíssimo, charmoso e muito descontraído. Ama música, arte, teatro, a história do cinema e não podemos deixar de falar sobre a beleza que ele possui. Cadu encanta com seus olhos azuis e a pele bronzeada, os cabelos castanho-claros com um corte moderno. 

― Você veio! ― Digo sorridente, pronta para abraçá-lo, mas Cadu afasta-se. 

― Lana, sem demonstração de afeto em público. É o nosso combinado. 

― É um Clube e ninguém te conhece aqui. Cadu, não estamos na faculdade. 

Não somos diferentes, Cadu gosta das mesmas coisas que eu. E quando estamos juntos conversamos sobre tudo e o assunto nunca tem fim. Cadu observou o redor, com um semblante receoso. 

― Não quero arrumar problemas para você. ― Diz ele acariciando meu rosto. Sorri, segurando em sua camiseta e colando nossos corpos. 

― Estamos juntos, nunca seremos um problema. 

E sem esperar o beijei, Cadu demorou para me corresponder, ele está tenso… Qual é o problema desse homem? É lógico que nossos encontros acontecem em motéis e lugares sigilosos. Ele tem medo dos escândalos, um professor transando com uma aluna? É a decadência da moralidade! 
Eu amo o Cadu, amo tudo nele, até mesmo sua mania estranha de falar sozinho. 

― Você está linda. ― confessa entre os estalos dos nossos beijos; ― Muito gostosa! 

― Eu senti saudade. 

Cadu riu descontraído. 

― Nos encontramos na quinta-feira, ficamos apenas um dia separados. 

― É uma eternidade para mim. ― Volto a beijá-lo com intensidade, Cadu segurou na minha cintura, subindo as mãos desejosas até meus seios. 

― Com licença. ― A voz grosseira me fez sobressaltar. Cadu distância nossos corpos. 

― Rander… ― Grunhi de ódio. ― O que você quer? 

Meu primo rejeitou os meus argumentos, avaliando Cadu, um sorriso desafiador nasceu em seu rosto e ele estendeu a mão. 

― Meu nome é Rander Campbell. Sou o primo da Alana. 

Cadu empalideceu, o homem deu um passo para trás. E me olhou sem acreditar. Céus! Quando esse inferno vai terminar? 
Cadu aceitou o cumprimento e esbanjou o seu melhor sorriso. 

― É um prazer conhecê-lo, sou um amigo dela. ― Explica. 

Amigo? Estamos juntos há três meses, como assim somos só amigos? 

― Um amigo; ― ah não! Essa voz não. ― que interessante. 

Logan Campbell parou ao lado Rander, colocando suas mãos dentro dos bolsos da calça jeans. 
Droga, eu nunca vou entender: Por que os homens arrogantes são donos de uma beleza exuberante? 
Logan está lindo vestindo uma roupa casual, uma calça jeans despojada e uma simples camiseta preta. E os olhos… São fascinantes, um mel delicioso, que nos prende com seu sabor. Roubando-me o ar, até esqueço da sua arrogância e perco-me em sua beleza. 

― Cadu Gallucci? ― questiona Logan, acordando-me do encantamento que exerceu sobre mim. ― Você é neto do banqueiro Moreira Gallucci? 

― Ah, é difícil escondem esse parentesco. ― Graceja Cadu. 

― Eu conheço a sua família. Todos! ― Ponderou Logan, deixando Cadu desconcertado. 

― Que intrigante; ― Declara Rander. ― Um Gallucci. ― sorri com desdém. ― Aceita um Drink? Gostaria de conhecer mais sobre o ramo que a sua família atua, não acho justo Logan conhecê-la e eu? Bem, nunca ouvi falar. 

Rander é um homem ponderado, muito bonito, prática Kick Boxing, assim como todos os Campbells ele tem os cabelos negros, a pele morena clara que ressalta seus olhos verdes-menta. Rander é um sujeito presunçoso e debochado, transformando-se em um homem impertinente quando quer. 

― Eu não trabalho no ramo bancário; ― Retruca Cadu. ― Sou professor. 

Rander e Logan se entreolharam. 
Qual é o problema? 

― E agora, depois do interrogatório, podem me deixar em paz? ― Logan, ignorou meu pedido. 

― Uma bebida no bar, como Rander sugeriu? 

É uma disputa para ver quem mija mais longe? Por que não aproveitam e entram no banheiro para certificar qual pau é o mais torto? Argh! Que inferno! 

― Tudo bem! ― Fala Cadu, com um semblante fechado. 

Ótimo! Os três homens caminham para o bar. Não é possível, por que Logan Campbell não some do mapa? 

Vivendo Com Um Magnata (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora