( Peço perdão pelos primeiros imagines, que na minha opinião, não me agradaram muito )
Mas quando mais pra baixo você vai, mas fica melhor. Bem ao contrário do ditado né?
Desligo o carro vermelho arranhado nas laterais, pego as minhas compras do dia e ando até a entrada da casa. Pego as chaves com dificuldade em minha bolsa e abri a porta, sentindo um cheiro maravilhoso de torta de maçã.
- Por acaso hoje é o seu aniversário? Por favor diga que não, eu não quero ser uma pessima filha.- Falo para a minha mãe, que tinha acabado de colocar a torta no balcão da cozinha.
- Não, não!- Disse rindo, mostrando suas covinhas.
- Ufa, ainda bem, porque eu não comprei nenhum presente.- Coloco as sacolas em cima da mesa.
Ando até ela e dou um beijo em sua bochecha mucha, e quando eu estou prestes a tocar na torta, ela deu um tapão na minha mão.
- Ei! O que eu fiz?- Perguntei acariciando minha mão.
- Não são para você. São para o nosso novo vizinho.- Disse com uma cara zangada.
- " novo vizinho"?- Perguntei.
- Um rapaz muito bonito comprou a casa do lado da nossa. Quero dar um presente de boas vindas.- Disse indo até as louças na pia.
- Dês de quando a senhora faz isso?- Falo com inveja, eu queria que ela fizesse torta de maçã pra mim.
- S/N, a maioria dos vizinhos daqui não gostam da gente. Eu não quero que seja igual com ele.- Falou.
- O cara esquisito da casa vermelha gosta da gente.- Falo tirando meus saltos altos.
- Ele tem cara de assassino! Eu já disse que se você visse ele de novo, você deveria correr para dentro de casa!- Disse me olhando.
- Tá, tá...Não tá mais aqui quem falou!- Digo andando até meu quarto.
- Aonde pensa que vai?- Perguntou.
- Ao meu quarto? Eu não mereço uma noite de descanso depois de horas trabalhando naquele banco?- Perguntei, a resposta parecia óbvia.
- Só depois de entregar essa torta ao novo vizinho.- Mandou.
- O que? Mas o que...Ah, tá bom.- Pego a torta, que não estava tão quente assim, e me apresso pra entregar ela ao vizinho.- Mas depois eu não quero a senhora enchendo meu saco!
- Vou encher seu saco a hora que eu quiser, você é minha filha!- Disse.
- Mas sou eu que pago as contas!- Retruquei ainda andado até a porta.
- Mas fui eu que senti dor na minha b- Fechei as portas antes de ouvir o final.
Andei pelo nosso quintal, sentindo cócegas em meus pés descalços. Andei até a casa do novo vizinho, bem do lado da minha mesmo. A vento frio batia em meus calcanhares.
Quando entrei na varanda, toquei a campainha e esperei. Não vou mentir que eu não fiquei imaginando como seria meu novo vizinho, bem, provavelmente melhor do que a fuxiqueira da Clarisse, que morava aqui antes. Será que ele é um velho idiota? Ou um cara com uns 30 bem gostoso?
A porta se abriu e revelou um homem alto, com cabelos castanhos um pouco enrolados e bagunçados, mas o que mais me chamou atenção, foi suas enormes cicatrizes em seu rosto.
- Boa noite...Meu nome é S/N, sou sua vizinha e bem...eu moro com a minha mãe e...E ela fez esse " presente de boas vindas".- Embaralhei todas as palavras.
A cara dele não parecia muito boa, talvez eu tenha interrompido algo de importante.
- Me desculpe se eu interrompi algo eu-
- Não tudo bem.- Sua voz me assustou. Espero que ele não tenha notado.- É um prazer conhecê-la.
- Ufa...Bem, aqui está, espero que goste!- Entreguei a torta.
Sem querer vi suas mãos pegando a comida, e percebi que elas estavam sujas de tinta.
- Você é pintor?- Perguntei olhando para elas.
- Sim. Você é bem curiosa né?- Perguntou, talvez ele tenha perguntado isso na brincadeira, mas eu achei uma ofensa.- A curiosidade matou o gato.
- Me desculpe é que...Eu tenho que ir agora, não posso deixar minha mãe sozinha a essa hora da noite.- Disse.- Boa noite.
- Boa noite.- Disse.
Comecei a andar até minha casa.
- S/N?- Ouvi sua voz me chamar.
- Sim?- Virei encarando ele.
- Gostei da roupa.- Disse.
Olhei minhas roupas, ainda estava com a roupa de trabalho, e descalça. Espero que ele não tenha achado que eu sou doida.
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