Eu quero que você me faça um favor/ Imagine Coringa

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Empurrei o último corpo pesado até o armário de cadáveres. Hoje foi um longo e cansativo dia de trabalho. E hoje justamente apenas eu estava em serviço. Não ter ajuda de ninguém é difícil e assustador. Eu sei que é meu trabalho mexer com corpos mortos, mas olha, é cada coisa esquisita que eu já vi.

Estalei meu pescoço dolorido e me virei para arrumar as últimas coisas e ir embora. Tirei as luvas descartáveis, joguei no lixo, lavei minhas mãos com álcool e gel e tirei a minha touca de cabelo. Respirei bem fundo enquanto tentava ajeitar o meu cabelo, o que não deu certo.

- Bem, tchau pessoal.- Falei olhando para os armários de metal fechados.- Boa noite e cuidado com o bicho papão.

Peguei minha bolsa e me virei para apagar as luzes. Mas um barulho de algo caindo fora da sala tirou minha atenção. Olhei para o lado e para o outro.

- Simon?- Chamei o nome do meu companheiro de trabalho, que de vez em quando me assustava quando saía cedo mas voltava para pegar as chaves que tinha esquecido. Ele sempre dizia que a esposa dele odiava isso, mas ele continuava esquecendo.

Só que ninguém me respondeu. Deixei minha bolsa em cima da mesa e fui em direção a porta aberta para olhar se alguém estava no corredor. Se fosse o Simon novamente eu iria ficar com muita raiva. Eu não iria perdoa-lo.

- Simon, se for você, me fala logo...- Saí da sala e fiquei olhando para todos os lados do corredor. Não tinha ninguém.- Simon?

Deixei aquilo pra lá. Olhei para o meu relógio de pulso. Eu já estava atrasada para pegar o ônibus e eu não ia me preocupar com um barulhinho na minha sala, deveria ser um gato. Provavelmente eu teria que pagar um Uber para eu voltar pra casa hoje.

Me virei para pegar minhas coisas e ir embora. Mas uma figura com cabelo verde me fez gritar de susto.

- Shiiii...- Colocou um canivete na minha boca. Eu não conseguia me mexer de tanto choque.- Eu quero que você me faça um favor.

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- Oh Kembol tem gente aqui pra te ver - O homem que estava nos acompanhando até o seu chefe fala.- dizem que acabaram de matar o Coringa.

O chefe termina o seu jogo de sinuca e vem em nossa direção. Eu tinha que parar de tremer.

- Trouxeram o corpo.- O homem diz.

Kembol- um homem negro forte e que usava um terno com aparência bem cara - chegou perto do corpo e tirou o saco preto do rosto. Ele analisou a face da bela atuação de morte do palhaço e foi bem na minha frente, ficando atrás do "cadáver".

- Bom, morto são 500 mil...- Começou a falar.

Um baque estridente foi ouvido. O palhaço tinha se levantado rapidamente da maca e alcançado a boca do homem com um canivete.

- E se for vivo?- Perguntou.- Hm?

Tentei correr para fora porém um dos capangas me segurou forte. Soltei um gemido de dor. Ele me colocou de joelhos e destravou a arma na minha cabeça. Santo Deus como eu estava assustada.

- Você quer saber como eu consegui essas cicatrizes?- Perguntou enquanto apertava mais a navalha na boca do homem.- Meu pai era um bêbado e  um drogado. Em uma noite ele chegou mais doido que o normal. Mamãe pegou a faca da cozinha para se defender, ele não gostou, nem um pouco. E então, comigo assistindo, ele meteu a faca nela, rindo o tempo inteiro. Se virou pra mim e disse: "por que está tão sério?" chegou perto de mim com a faca "por que está tão sério?".

O capanga que estava me segurando pressionou mais forte a arma contra minha cabeça. Minhas pernas tremiam de medo.

- Enfiou a lâmina na minha boca. " Vamos colocar um sorriso nessa cara!" E....- Olhou diretamente em meus olhos. Que pareciam atentos ao que ele iria fazer, mas por dentro eu estava morrendo de medo.- Por que está tão sério?

Soltei um mini grito de susto quando o homem caiu no chão agonizando em seu próprio sangue. No mesmo instante eu tentava me soltar das mãos do capanga, mas ele era forte demais.

- Bom...- Começou a tirar o saco preto e caminhou pela sala até encontrar um taco de sinuca e o pegar em suas mãos.- Nossa operação é pequena, mas tem muito potencial para...Uma expansão agressiva!

Colocou suas mãos ao alto imitando uma explosão. Esse homem é louco.

- E qual dos nobres cavalheiros irá se juntar a equipe?- Perguntou.- Ah, só temos uma vaga no momento então vamos fazer uma...Seleção agora.

Parou bem na minha frente. Estava tremendo e suando frio. Eu só queria sair daqui. Sua maquiagem borrada só o deixava mais feio e horripilante. Naquele momento eu me lembrei do meu pai me dizendo antes de sair " cuidado com Coringa!" e eu sempre ria dele por isso. Agora olha aonde eu me meti.

- Você.- Bateu levemente o bastão na minha cabeça.- Eu quero você na minha equipe.

- O que? Ela?- Falou o capanga que estava me segurando.

- É, ela.- Me cutucou com o bastão, fiz uma careta.- Vamos.

Me tirou das mãos no outro homem pelos cabelos. Soltei um grito de dor.

Começamos a andar até a saída, eu tentando ao máximo me livrar dele. Mas como eu dizia antes, não sou nenhum pouco forte. Todos ganham de lavada de mim.

- Bom, acho que posso fazer uma exceção para os semhores...- Parou de andar e virou-se para os homem. Jogou o bastão no chão bem no centro do círculo.- Sejam rápidos.

E então- ainda me arrastando pelos cabelos- começou a caminhar até lá fora.

Deus, como eu me meti nessa?

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