🖤 Joia Negra 🖤

Dos fundos mais claros da história 1 🖤

"Surge uma nova era, mas ainda assim dois opostos tendem andar juntos, por mais inoportuno que seja".

>>> Há algum tempo atrás...

Pietro se jogou no chão em um ato de puro desespero e cansaço, permitindo-se chorar por um longo tempo.

Os efeitos colaterais do feitiço de velocidade o impediam de mover um músculo sequer devido ao seu abuso, mas seu coração estava acelerado demais para ceder à fadiga. E assim, ele ficou por longas horas, observando o teto até adormecer novamente.

Passaram quarenta e oito horas exatas desde o ocorrido, quando Pietro finalmente acordou; tudo nele doía, mas nada se comparava ao que sentia por dentro.

Lentamente, ele se arrastou porta afora e tomou a primeira charrete que encontrou em direção a Domini.

"Por favor esteja lá, por favor esteja onde sempre esteve".

Com esse único pensamento, Pietro chegou a Domini e saltou da carruagem assim que ela parou. Ele foi direto a um atalho que conhecia, onde não precisaria passar por sua casa. Mal sabia ele que, de longe, duas pessoas observavam: uma que lhe traria salvação e outra, pura perdição.

Enquanto isso, Laura ainda se lembrava das horas mais felizes de sua vida e, por consequência, das que a levaram à ruína...

Os pequenos raios de sol tocaram-lhe as pálpebras quando a garota acordou, em um espreguiçar leve e feliz.

" Mal creio que isso tudo aconteceu"

A lobisomem sorriu com o pensamento, mas ao abrir os olhos, seu sorriso se fechou na hora.

" Onde está Pietro?"

Devagar, mas com o coração na mão, ela buscou por todos os cômodos da casa a presença de Pietro antes de encontrar o bilhete que ele deixou.

— Ufa! — suspirou aliviada, e se jogou novamente na cama — ele deve ter ido me comprar o desjejum, ou talvez flores, ou talvez os dois — falou contente, mas toda essa felicidade repentina não durou vinte minutos.

— E se ele estiver me abandonado — ela saltou da cama com esse pensamento — não, não, não. Pode ser. Não acredito que ele tenha coragem de fazer algo bárbaro assim.

Ela começou a andar de um lado para o outro, desesperada, com o papel na mão. Mais uma hora depois, tudo já tinha se arruinado. A garota já estava de cara fechada, amassou o papel de qualquer forma e jogou para trás de si, sem nem olhar o destino. Seus olhos já estavam marejados de tanta tristeza.

Por outro lado, Jeremias vivia um dia tranquilo.

Era um dos raros dias em que o consultório do bruxo ficava quieto, e Jeremia o aproveitava em uma de suas cadeiras de balanço, que costumava deixar próximo à janela, para pegar a brisa que sempre surgia naquele tempo.

Já fazia um ano desde que ele começou com aquilo, mais especificamente, desde a noite que Pietro Storm entrou na sua vida.

Mas o que Jeremias Saint podia dizer contra o garoto era evidente: alguma coisa errada tinha acontecido, mesmo que o belo Storm sequer tivesse aberto a boca para dizer o que houve.

Durante o tempo em que o conheceu, Saint conseguiu olhar nos olhos dele, uma pureza como nunca houve, ou há de existir, em Magnus, seu pai, ou até mesmo no caçula Felipe. Isso o conquistou desde o princípio e foi o essencial para que pudesse ser seu primeiro pupilo, assim como outro Storm fez há muito tempo atrás com ele.

Mas, mesmo sendo certo alguns pontos, ainda existiam dúvidas, especialmente sobre o potencial do garoto, que ele mesmo sabia que logo seriam solucionadas. Isso aconteceria quando seu consultório fosse aberto seu consultório em Era dos Presságios, que aos poucos era construído por mãos humanas, o que também o preocupava, pois havia muitos problemas humanos e não dava para agilizar tudo com magia, já que não queria assustar seus pacientes mais do que já estavam. por que criaturas de ambos os mundos faziam a festa com eles da forma que queriam.