Dos fundos mais claros da história 2 🖤

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"De tudo que foi vivido, de tudo que ainda não foi sonhado, uma nova realidade aparece, pode ser que o resto fique de lado".

Dias antes de saírem para Pietro treinar Dorion...

Primeira visão...

" O dia estava quente e vagamente familiar, e uma brisa soprava por toda região.

Clara olhava ao seu redor, abismada; tudo lhe era familiar, mas nada vinha à sua mente. Era como se já tivesse vivido aquele dia, e ele tivesse sido apagado de sua memória.

Logo, um menino de cabelos escuros invadiu seus sonhos. Ele brincava em meio à plantação, dava pulos de alegria, até algo lhe chamou atenção e ele parou.

A mulher se aproximou para ver o que o garoto observava no chão, que lhe chamava tanta atenção. No momento em que olhou para a pedra de cor estranha, um pouco menor, mas no mesmo tom de preto, quase como aquela que já lhe trouxe calafrios ao ser vista no pescoço do temível Dorion Dark, Clara recuou ao perceber esse fato: era a mesma.

— Olha que bela — falou o pequeno Dark, que apanhou a pedra.

— Dorion — ao fundo alguém gritou, Clara se virou de supetão, bem a tempo de ver uma cena totalmente diferente diante de seus olhos.

Dessa vez, não era Dorion Dark, mas seu amado, que gritava por seu nome.

"— Nesse dia começou a trajetória do mais temível dos seres".

Todos sumiram quando a voz começou a falar.

" — Só prometa para mim que não deixará isso acontecer".

— Mas como? — sua voz ressoou em seus próprios pensamentos.

" Vocês são o choque que colocará a Dorion Dark de volta no eixo certo".

— Mas como ? Não há como reescrever o passado".

"— E isto, ou a vitória iminente do mal".

" — Não era para ter acontecido o que houve Clara, ele nunca deveria ter achado aquele espectro, nunca deve encontrar aquele espectro, mas ainda há chances de tudo dar errado, porque ele ainda está lá, Dorion pode não tê-lo achado aquele dia, mas ainda há chances".

Antes que Clara pudesse dizer algo a mais, o sonho se dissipou.

Clara acordou com Uri ao seu lado, lhe acariciando os cabelos.

— Foi só um sonho — falou baixinho.

Ela sentou-se na cama, assustada.

— Mas foi tão real, Uri.

— Tudo bem — ele se ajoelhou ao lado do leito da amada e a abraçou, assim que Uri soltou-lhe. Clara se pronunciou.

— E o Dark, agora, está invadindo também meus sonhos, não crescido, mas com aquele rosto de quem nunca fez maldades na vida. Já não sei o que pensar.

— E do que se tratava o sonho?

— Ele era pequeno e encontrava aquela pedra asquerosa, mas aí o sonho mudou, e você gritava por mim. Senti que estávamos exatamente no mesmo dia.

— O dia que chegamos aqui —concluiu Uri.

— Sim.

— Será que foi uma visão?

— Não sei Uri, lembro que logo depois vagamente, uma voz me disse que era para eu impedir que ele a encontrasse.

— O espectro?

— Sim.

— Você realmente deve ter tido uma visão Clara. Será que não é isso que precisamos fazer para derrotar o Dark?

— Não tenho certeza, Uri. Não foi você mesmo quem me disse que estávamos no passado?

— Sim, mas...

— Estou começando a temer que isso prejudique o futuro, o nosso futuro.

— Pode ser que nem exista mais.

— Definitivamente, acho que trocamos de lugar.

— Também penso Clara, pode ser essa a chance de voltarmos.

— Não entendi.

— E se tudo isso foi premeditado? Alguém aqui não quer o nome de Dorion Dark na história, alguém que não deseja que ele seja malvisto, e foi essa pessoa quem nos trouxe até aqui.

— E se não existirmos neste novo futuro, ou pior, se não nos conhecermos?

— No entanto, essa é a única resposta que encontro.

— Ou então Uri, podemos descobrir quem é essa pessoa e fazê-la nos devolver ao nosso tempo.

— E darmos de cara com a morte, sabe? Gostava mais de quando você se arriscava, afinal, não temos nada a perder.

— Verdade.

— Você se lembra de mais alguma coisa do sonho?

— Não.

— Então vamos tentar combinado?

— Sim — Ravena entrou no quarto.

— E... Desculpe-me o incômodo, só trouxe essas mudas de roupas — falou constrangida.

— Obrigada — respondeu Clara. Ravena a deixou ao pé da cama e saiu.

— Acho melhor que você vá se trocar — falou Uri, levantando-se.

— E você não vai ficar?

— Não estou afim de ser linchado, Clara. Você sabe bem em que época estamos.

A menina revirou os olhos e assentiu, mas assim que deu o sinal que já tinha terminado, Uri entrou de novo.

— Mais uma coisa que eu não abro mão é do seu beijo.

Só que sequer deu tempo de encostar os lábios, Jack passou pela porta correndo e puxou os dois.

— Vem, vem Pietro chegou.

Os dois deram de ombro, mas não teve outra opção a não ser segui-lo.

🖤 Joia Negra 🖤Onde histórias criam vida. Descubra agora