A Joia da coragem 4 🖤

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Pelo meu coração, que jaz aqui dentro, quebrado, juro não fazê-lo solitário e vou repelir o monstro que ameaça entrar quando as lágrimas teimam em sair".

Longe de toda aquela confusão, outra estava prestes a começar: Magnus, no seu máximo poder, junto ao espectro, marchava em direção à barreira.

Com a varinha em punho, ombros retos e o mais fino terno, alguns poderiam dizer que o Storm havia voltado à forma, se não fosse o mais tenebroso dos sorrisos em seus lábios, na mais sinistra combinação com olhos multicoloridos, um normal e o outro escuro, por causa da magia, e seus cabelos grisalhos que dançavam por sua cabeça, à medida que ficavam mais claros a cada momento que o espectro se incorporava mais em Magnus.

Quando ambos ficaram cara a cara com a barreira, como se estivessem diante de um espelho, o novo ser que se mostrava brilhante à frente, refletido, tocou-se apenas com os dedos da mão direita, como se estivesse se certificando que o terreno estava seguro e, principalmente, de sua outra metade.

— É aqui onde eu acabo com isso de vez e restauro o meu poder, onde ninguém mais ousará medir forças comigo.

Para a surpresa do espectro, ela já não era nada além de fragmentos de espalhados ao ar.

Ele cerrou os dentes de ódio e passou com facilidade pela barreira.

Altair e Ravena estavam sentados em cadeiras do lado de fora da casa, cada um apoiado no ombro do outro, ambos presos às suas próprias preocupações, até que Altair soltou um longo suspiro, e Ravena o olhou.

— Sabe querida — ele olhou nos olhos dela — se algum dia voltarmos a nos encontrar nas mesmas circunstâncias, te roubaria de novo para mim — Ravena soltou um sorriso cúmplice — pois mesmo com este negócio de espectro a nos rondar, sinto como se fosse este o nosso mundo, sem nada nem ninguém para nos atrapalhar.

— Mesmo com todas as perdas? — ela falou baixinho, Altair coçou rapidamente a cabeça, e baixou o olhar, foi assim que ela soube que ele estava pensando em Dorion.

— Por esse lado, você está certa, meu amor. Meu tio era meu maior tesouro; por mais que ele passasse a maior parte do tempo de cara fechada, ele não merecia aquele fim.

Ravena o apertou em um abraço, fazendo com que Dark se sentisse acolhido o suficiente para não chorar.

— Mas pense no agora, querido: temos belos filhos que não serão reféns de nossos atos; eles podem sair e ser felizes, assim como somos.

— Verdade — Altair se inclinou e beijou rapidamente a boca da esposa.

— Te amo Ravena — disse ele.

— Também te amo — foi quando a tragédia começou a ganhar vida: o espectro descia pelo caminho que Pietro criou ao longo do tempo, e, à medida que descia, um fogo escuro o acompanhava, alastrando-se rapidamente pelos lados e para frente a cada passo que dava.

Altair foi o primeiro a reparar que existia algo de errado e rapidamente se afastou.

— O que houve? — perguntou Ravena, mas, à medida que seus olhos se viraram para olhar o que o amado via, ficou em choque.

— Feitiço incinerante — falou de queixo caído.

— Como pode? Não deveria ser para sempre? — foi a vez de Ravena ficar sem palavras — Pietro não faria uma coisa dessas.

O fogo começou a atingir a plantação.

— Aqueles dois — Altair falou entre dentes — Vá para dentro Ravena — ele olhou nos olhos dela — eu cuido disso.

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