Por anos Dorion Dark foi temido, senhor da guerra que durou dois séculos, e com ele o caos reinava solto. Mas no momento, sua fama passou a ser história de terror para criancinhas. Uri não acredita que ele existiu, embora sempre tenha estado lá, com...
" De uma faísca nasce o fogo, do ódio nasce a guerra, da guerra um perdedor, e consequentemente uma vingança."
Do outro lado de todo aquele encanto e armação, o belo Storm e sua família estavam em terríveis apuros; com a carruagem literalmente aos pedaços, pois, por uma coincidência quase assustadora, sua rota colidiu com uma alcateia de lobisomens incomuns, liderada por uma loba vermelha como fogo.
Os lobisomens passaram por cima da carruagem dos Storms e fizeram todo estrago como se não fosse nada. Infelizmente, o único bruxo da região especializado nesse tipo de conserto estava a quilômetros atrás deles.
No entanto, nem todos achavam tão ruim assim.
- Mais que droga - bradou Magnus Storm após a confusão, socou o teto da carruagem e desceu para ver o que estava acontecendo.
Ainda dentro, o belo Storm e seu irmãozinho aguardavam o desfecho, mas um deles não estava tão descontente assim.
- Calma, Felipe - o belo Storm afagou levemente o ombro do irmão, que se encolhia ao lado dele.
- Como assim lobisomens, quem eles pensam que são para fazer isso? - Magnus falou irritado do lado de fora - Já estamos atrasados; agora é que não vamos chegar nunca.
O belo Storm sorriu, sem se importar se o irmão estava vendo, enquanto ouvia a discussão.
" Que se dane o baile e o casamento, sequer me consultaram para isso, é um ultraje todo esse evento."
- Calma, senhor - disse o cocheiro.
- Você sabe ao menos um feitiço de reparação? - Magnus ainda perguntou indignado.
- E... Não, senhor - falou cabisbaixo.
- Então não me venha com calma, arrume logo alguém para ajeitar essa bagunça.
- Sim, senhor - respondeu prontamente. - E tem mais.
- O que? - perguntou, assustado.
- Você viu que alcateia fez isso?
- Não - respondeu sem graça - foi muito rápido, senhor, e como vieram fora da estrada, não.
- Suma daqui, e vê se não me dá mais problemas.
O garoto, tremendo de medo, sacou a varinha de dentro do seu paletó, tremendo de medo, e sumiu no ar.
- E agora? Como vou mostrar minha cara para os Monteir?
O belo Storm ouviu seu pai resmungar baixinho e, conhecendo bem o pai, ficou preocupado, sem querer que ninguém o ouvisse.
- Todo meu negócio depende desse acordo.
" Negócios, será que pensa somente nisso meu caro pai, e minha felicidade?"
Felipe se agarrou ainda mais ao irmão, e o belo Storm teve certeza de que ele estava ouvindo também.
" Como não ouvir, certamente e quando um homem tenta esconder suas fraquezas, que é quando fica mais evidente o que se está passando".
Ele parou de sorrir por causa do sofrimento do pai, mas estava longe de estar arrependido; pelo contrário, apertou o irmão com força.
" Eu vou te proteger Felipe, custe o que custar, ninguém vai brincar com a sua felicidade, como fazem com a minha. Eu te prometo".
...
Para a sorte do cocheiro que necessitava, o Storm que era o primeiro a desenvolver feitiços de conserto e o único que o possuía em mãos, ainda estava em casa.
" Também, com a fama de preguiçoso que tem, quer saber, esquece, é melhor mesmo que não tenha ido ao baile, porque senão demoraria muito mais achá-lo, e isso seria um problema" pensou o rapaz.
Apressado, o cocheiro bateu na porta do bruxo. Pouco tempo depois, um homem na casa dos quarenta, rechonchudo e com roupas mais folgadas que o habitual, abriu.
- Desculpe interromper, sr. Storm, mas preciso que me acompanhe.
- Permita-me adivinhar, meu irmão.
- Sim, meu senhor enfrenta problemas.
- Claro, vamos - ele apalpou os bolsos para verificar a varinha - mas, evidentemente, vou cobrar mais, estava jantando.
- Claro, senhor Storm - ele segurou no cocheiro, que o levou até Magnus, já que, para o uso do feitiço de transporte, ele precisava de um destino, e como tal, o Storm não fazia ideia de onde estava o irmão.
Cinco minutos depois, tudo já estava em ordem harmoniosa, como se nunca houvesse uma única rachadura na carruagem. O cocheiro estava sentado relaxado em seu assento, os cavalos estavam quietos, e Magnus e o irmão estavam conversando.
- Ainda com essa ideia de estudar os espectros, meu irmão - o belo Storm os ouviu falar.
- Mas é claro, é desconhecido o poder deles; imagine só o que posso descobrir estudando-os.
- Não imagino, só sei que você poderia deixar os mortos buscarem sua própria redenção, e sabe bem o motivo.
- Nem imagino, essa é minha chance de deixar minha marca no mundo bruxo, como você fez tempo atrás ao criar seu feitiço.
O irmão suspirou, derrotado.
- Não hei de impedi-lo, mas saiba que deve conquistar as coisas por mérito próprio.
Antes que Magnus pudesse responder, o irmão desapareceu.
- Idiota - ele sorriu descrente e subiu na carruagem.
- Sem mais delongas, precisamos chegar ao baile antes da meia-noite; não quero me atrasar para a cerimônia de noivado.
" Droga" pensou o belo Storm, " será que ainda tenho chance de fugir dessa loucura ?"
Magnus fechou a cara assim que começaram a andar, estava muito concentrado nos seus planos. O belo Storm continuou afagando as costas do irmão, que já estava mais calmo.
Mas, de qualquer forma, o belo Storm não queria dizer que os problemas terminaram.
Faltava uma hora para a meia-noite quando chegaram ao final das imensas escadas da mansão Monteir; Magnus estava cheio de expectativa, mas o belo Storm estava derrotado.
- Faça-me o favor de sorrir - exigiu Magnus.
Mas a cena, quando foram anunciados era muito diferente do que queria ver ao entrar no salão de danças.
- Mas o que é isso? - disse com raiva.
No centro do salão, Ravena e Altair dançavam sem pressa, enquanto poucos casais dançavam ao redor, pois a maioria dos convidados estava fora da pista, preferindo discutir sobre o que estava acontecendo. A família da jovem, embora distante, mantinha-se atenta para apreciar a pequena travessura que orquestraram, simplesmente para desfrutar da noite.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.