" Nenhuma corrida se ganha se você não perder, perder o medo de voltar atrás e ver que o melhor de si provavelmente já não existe mais... "
>>> Alguns anos atrás...
A pequena Clara, com cerca de cinco anos, saiu do carro correndo, muito animada. Os pais a seguiram, mas de longe, aproveitando o momento que a filha estava feliz.
- Nossa mãe é uma casa grande e linda.
- É um solar, filha - A menina se virou para os pais, que estavam logo atrás, e sorriu.
- É lindo esse sol - ela voltou novamente a olhar para a casa - acho que vou gostar daqui, é brilhante.
Os pais se aproximaram da filha no momento em que a empregada da família abria as portas duplas brancas.
- Eu sei, filha, é brilhante - ele se agachou ao lado da filha e arrumou o colarinho rebelde do vestido cor de mel de Clara - e aqui onde estão nossas melhores lembranças, é uma casa que está na nossa família há anos e já passou por muitas reformas. A, queria te dizer também para não fazer bagunça, ok?
- Sim, senhor - a pequena tentou bater uma continência, mas sua mão acabou passando pela testa e bateu em seu pequeno coque, que já estava todo desfiado.
Claro que aquele pedido passou voando quando Vivian se aproximou para recepcionar seus patrões, e a pequena viu que ela trazia consigo chocolate e saiu correndo.
- EBA...
- Não sei por que você ainda tenta - ela ajudou o marido a se levantar.
- Também não sei, mas as coisas melhoram um pouco quando eles a mimam.
- Sabe de nada, Sr. Monteir.
- Eu sei o que você quer dizer, senhora Monteir - ele se abaixou para limpar os resquícios de terra que ficaram na sua calça social - só não me culpe por nossa filha ter nascido tão temperamental quanto você.
- Hei! - os dois se apressaram para acompanhar a menina.
Fora de toda aquela cena, pendurado no centro da sala, no meio das escadas e bem visível a portas abertas, um quadro se mostrava.
Na foto, mostrava-se a primeira família que morou naquela região: um casal de camponeses feliz, a mulher com seus longos cabelos escuros expostos, vestindo um vestido simples, branco e rodado nas pontas.
O homem vestia uma blusa e uma calça brancas, e estava com uma postura mais serena; seus cabelos pareciam reluzir à luz, e, pela forma como foram pintados, pareciam ser tocados por uma leve brisa que surgia.
Pouco abaixo deles, os filhos se mostravam, cada um com sua personalidade bem definida.
Do lado do pai, um garoto de cabelos escuros e olhos como a noite cheia de estrelas segurava a mão do pai.
Ao lado da mãe, outro menino, mais baixo e com os cabelos dourados do pai, mal era visível, pois estava encolhido atrás do vestido da mulher.
Ao fundo deles, uma pequena casa de madeira, muito diferente da atual, mas ao seu redor, a mesma paisagem fechada.
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Tudo permaneceu como estava no quadro durante anos, mesmo depois a casa ser abandonada após a morte dos pais de Clara, e até pequenas aranhas passeavam por ele. Até que um fato estranho se torne bem visível.
Um novo casal estava na foto, mas era possível notar a ausência de um membro daquela família; só que ninguém mais estava por lá e, mesmo que estivessem, jamais seriam capazes de prever tudo que ainda estava por vir para justificar aquela mudança.
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🖤 Joia Negra 🖤
FantastikPor anos Dorion Dark foi temido, senhor da guerra que durou dois séculos, e com ele o caos reinava solto. Mas no momento, sua fama passou a ser história de terror para criancinhas. Uri não acredita que ele existiu, embora sempre tenha estado lá, com...
