🖤 Joia Negra 🖤

3 - Pontos falhos 🖤

" No meio do caminho tinha um se, se não lutar as trevas vence, se lutar a outra face da moeda e arriscado a virar".

Três pessoas com as mesmas características físicas William apareceram no momento que Uri acordou.

Clara pôde ver claramente a expressão de espanto em seu rosto, antes que os colocassem em fila e, por magia, os tirassem dali; teve certeza de que, se não fosse pelo feitiço, ele estaria gritando loucuras.

Tempos depois de descer flutuando o castelo e passar por paredes e paredes de pedra suja e desgastada pelo tempo, Clara já se sentia zonza; viu Uri tentando olhar para ela várias vezes, cada vez com mais facilidade.

" Hum, o feitiço fica mais fraco com a distância, pode ser que finalmente estejamos na nossa prisão, melhor assim, pelo menos por enquanto".

O cheiro ruim e as imundícies estavam difíceis de suportar a cada passo que seus captores davam. "Preciso de um plano para sair logo daqui."

Eles começaram a descer escadas, e se tornou impossível ver qualquer coisa. Em seguida, pararam; tornou-se audível o som de chaves abrindo uma porta. Segundos depois, os dois foram jogados no chão, seguidos pelo mesmo som que os trancava naquele lugar escuro.

- Melhor não criar esperanças; este lugar é muito bem enfeitiçado.

Quando estava tudo no mais completo silêncio, Uri, certo de que ninguém o ouvia, fez seu protesto.

- O que raios está acontecendo aqui, Clara? Por que estamos presos? Quem é o cara que estava lá fora?

Ela cerrou os punhos.

-- Dorion Dark.

— Mas isso não era uma lenda? Ele é uma história clara; este não é momento para brincadeiras.

- E eu sei que o idiota devia ser uma lenda, já ouvi isso um milhão de vezes também - ela fazia de tudo para não gritar — mas aquela joia que você comprou, de alguma forma, trouxe ele de volta. A propósito, de onde você tirou aquilo? - vociferou em alto tom.

- Comprei em uma loja perto de casa, mas não senti nada de estranho nela, Clara — Uri falou baixinho.

Clara respirou fundo e tentou se controlar, pois sabia que aquela briga não os levaria a lugar algum, ainda mais com seu único aliado com o ânimo mais baixo que zero, e também porque o que foi feito foi feito, não havia como voltar atrás.

— Desculpe, Clara, sei que sou inadimplente com datas e com minha magia, mas eu juro que não foi a minha intenção.

- Tudo bem, Uri — ela falou derrotada - podemos continuar com isso depois, pois primeiro temos que dar um jeito de sair daqui, porque tenho plena certeza de que, quando o Dark não tiver nada a fazer, acabará nos tornando seus brinquedinhos.

Um arrepio percorreu as costas da jovem. " E esse sinal ruim me dá mais certeza ainda".

- E vamos para onde? Você mesma viu as lendas que aprendemos na escola sobre eles. E se for tão verdade quanto o que está lá fora, Clara, ele terá poder suficiente para nos encontrar com magia; não haverá lugar seguro.

- Pode ser verdade. Antes de você acordar, ouvi um batalhão gritando do lado de fora o nome dele. Então, se não for por magia, certamente algum deles nos acharia. — Pausa. Clara respirou fundo. — Uri, nós também temos que dar um jeito, fazer alguma coisa antes que ele decida começar uma guerra. E não será aqui, nas mãos dele, que vamos conseguir.

- Está louca, Clara? Você mesma disse que ele pode ter um exército e que pode estar muito bem treinado. Prefiro mais a ideia de fugirmos e lutar contra alguns idiotas que nos encontrarem.

- Droga, Uri, às vezes você é mesmo um banana.

- Também não, mas o que vamos fazer, afinal, se ele tem um exército, já deve estar muito bem treinado?

- Não sei, Uri, mas também tem o fato de que não dá para simplesmente fugir; tem que haver algo mais. Eu ouvi aquela criatura esquisita dizendo para o feioso que já havia cuidado dos outros, e isso enquanto olhava para mim.

- Você acha que pode ter sido, Clara? - Uri falou baixo.

- Agora, realmente, não duvido que possa ter sido eles que mataram meus pais.

- Calma, Clara, tente não tomar nenhuma atitude impensada com a cabeça quente. Ainda somos minoria por aqui e, de certa forma, não vai dar para simplesmente pularmos em cima dele.

Clara respirou fundo por um instante e tentou pensar.

- A história dizia que um feiticeiro o aprisionou na joia.

- Também dizia que ele o escondeu em um lugar que ninguém encontrou durante a eternidade, Clara. Fora que, neste século, ele deve estar morto ou ter se tornado um deles, pois é preciso magia negra para durar tanto tempo quanto o Dark está.

- Verdade, Uri, mas não é bem assim. Se conseguíssemos ao menos uma pista sobre o tipo de feitiço, porque a joia certamente é a que você me deu de presente.

— O quê?

- Isso não importa agora, até porque sempre há uma brecha; se pudéssemos encontrá-la, daria para prendê-lo novamente.

- E qual seria? Qual é, Clara, estamos fritos!