Capítulo XV

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Aizawa Point of View.

A semana havia passado voando e eu mal tinha conseguido me encontrar com Hizashi outra vez. Até mesmo na escola não tínhamos tanto tempo para conversar, os preparativos finais para o festival cultural e as aulas extras nos proporcionavam apenas alguns esbarrões apressados pelos corredores.

A verdade era que o final de semana que passamos juntos tinha sido tão bom que eu já queria uma segunda dose, mas com toda essa correria acabou que não consegui chama-lo para fazer qualquer coisa.

Cheguei em casa com os ombros doendo. Finalmente o festival cultural havia acabado e tudo voltaria à rotina de sempre. Pelo menos por um breve período, até as férias de verão. Gostaria de me iludir pensando em férias tranquilas e um bom período de descanso, mas este ano eu havia ficado responsável em acompanhar as turmas do primeiro ano na excursão à praia. Só de pensar nisso minha cabeça doía.

Suspirei cansado, sentando-me no sofá por um minuto. Talvez devesse pedir comida hoje, o cansaço me impedia de querer fazer qualquer outra coisa pelas próximas horas.

Mas parece que os Deuses não estavam satisfeitos, pois o interfone começou a tocar. Eu pensei seriamente em ignorar, mas depois do terceiro toque eu já começava a ficar irritado. Levantei-me e fui atender.

Alô, senhor Aizawa, perdão por incomodá-lo, mas chegou uma carta urgente para o senhor. – Falou o porteiro, preocupado. Ele não costumava ligar, a menos que fosse realmente necessário.

—Tudo bem, estou indo buscar. – Desliguei o interfone e suspirei outra vez. Ainda bem que o elevador foi inventado, pois acho que morreria se tivesse que subir e descer essas escadas mais de uma vez.

Deixei o apartamento e me apressei para a recepção, no térreo, vendo o homem já com a carta na mão.

—Desculpe novamente por incomodá-lo, mas parece ser algo de muita importância. – Pediu outra vez, me entregando o envelope. O carimbo de urgente em vermelho chamava bastante atenção e tive vontade de abri-lo ali mesmo.

—Agradeço a preocupação, não precisa se desculpar. – Respondi, acenando e voltando para o elevador.

Minha curiosidade estava me matando. Eu sabia que, dependendo do conteúdo do envelope, seria melhor esperar chegar no apartamento. Mas eu não conseguia resistir. Rasguei a aba e puxei o papel bonito de dentro. O timbre do Tribunal de Justiça junto ao do Concelho Tutelar fez meu coração falhar uma batida. Meus olhos percorreram a carta, em busca de uma única palavra.

"Aprovado"

Senti meu nariz arder e os olhos se encherem de lágrimas, sendo obrigado a me encostar à parede do elevador. Eu não conseguia reagir, não estava esperando uma resposta tão cedo.

Assim que a porta metálica se abriu, corri para casa e alcancei meu celular. Precisava contar a novidade para Hitoshi. Ele tinha que ser o primeiro a saber.

—Filho. – Minha voz saiu mais carregada do que eu gostaria. – Onde você está?

Oi pai, desculpa, ainda 'tô na escola, tem muita coisa para arrumar. Quem deu a ideia de fazer uma casa assombrada? – Resmungou. Conhecendo Hitoshi, provavelmente estaria fazendo uma careta irritada agora.

—Certo, tudo bem. Só venha direto para casa quando terminar aí. – Tentei controlar minha emoção para não preocupa-lo. Queria contar pessoalmente.

O que foi? Aconteceu alguma coisa?

—Não é nada, só tenho uma novidade pra você. Mas não posso contar pelo telefone.

In your eyes - Boku no Hero Academia (EraserMic)Onde histórias criam vida. Descubra agora