Carol
Um beijo, não na boca, nem na bochecha, e sim na testa, pode parecer bobo para vocês mas para mim significou que ele estaria do meu lado daqui pra frente, esse beijo foi o mesmo de quando eu cai de bicicleta e ele prometeu que iria ser o guerreiro a proteger a princesa, esse beijo significou mais que qualquer declaração que ele poderia fazer, eu pude sentir no toque que eu preciso dele mais do que antes, eu não sei se será apenas como meu melhor amigo ou como algo mais, mas eu vou lutar para ter suas desculpas e te fazer feliz como você sempre me fez.
- Eu preciso ir embora agora, quando você terminar de estudar me liga, tá? - Ele sorri com a testa colada a minha e se afasta deixando a vontade de abraçar e nunca mais solta-lo, estudar agora vai ser difícil.
Entro para minha casa ainda surpresa e me dou a liberdade de me jogar no sofá e simplesmente sonhar, sonhar com um futuro feliz, sonhar com ele, novamente uma confusão de sentimentos toma conta de mim mas dessa vez algo bom e um propósito, ter ele do meu lado como antes.
Me desperto dos pensamentos quando percebo a porta se abrir e Júlia entrar com uma expressão exaustiva.
- Dia puxado? - Dou espaço para ela se sentar no sofá comigo.
- Aquele moleque, deu a doida nele esses dias que agora tá agindo como se fosse explodir a qualquer momento. - Ela bufa jogando a cabeça para o lado. - E você, porquê esse sorrisinho de que comeu um pote de Nutella?
- Tá tão na cara assim minha felicidade?
- Você só está sorrindo tanto que achei que era seu dentista.
Jogo uma almofada nela que segura e joga em mim novamente.
- Não tem nenhum motivo especial, escola boa, amigos novos e legais, você em um emprego bom, está tudo ótimo.
- O fato de você estar próxima do Bruno não faz nenhuma diferença né? - Ela pergunta em um tom de deboche que às vezes irrita.
- Você sabe que tem uma grande diferença, mas não vamos entrar em detalhes ainda, não quero criar expectativas demais, se bem que já estou criando.
Ela nega com a cabeça e levanta indo em direção a cozinha, sigo ela pois a cozinha é o melhor ambiente da casa, tem comida.
- E você dona Júlia, me conte sobre esse tal moleque que está fazendo você perder a paciência que você já não tem.
- Não começa com esse tom de cúpido aí não, ele é apenas um moleque que no caso é um dos meus chefes também e ele é muito agitado e você sabe que pessoas agitadas demais me irrita.
Dou um sorriso malicioso enquanto apoiava minha mão sobre o meu queixo e sorria maliciosamente para ela.
- Hmmmm chefe e funcionária, clichê de livro hein, cuidado maninha.
- Depois apanha e não sabe por que, fica quieta e me conta sobre sua escola.
Passamos o resto da noite conversando e comendo besteira, ela ficou uma fera quando contei sobre a Flávia e disse que vai o fogo dela ser apagado com bastante tapa, apesar de ser da boca para fora as vezes Júlia me assusta.
A noite passa lenta, mas dessa vez o que ocupa minha mente são apenas desejos de um futuro que possa se tornar realidade, ao lado dele, com minha irmã, minha família e novamente não me lembro qual foi o meu sonho mas algo me diz que foi bom pois o sorriso ao amanhecer estava vivo.
- Bom dia irmãzinha. - Passo por trás da Júlia indo em direção a geladeira.
- Alguém sonhou com o príncipe encantado pelo jeito hein, se for algo picante nem me conta porque estou tomando café.
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O Tempo nos Reencontrou
Teen FictionCarol e Bruno eram melhores amigos na infância, até que uma infelicidade obrigou a se separarem sem nenhuma explicação. O motivo? O falecimento da mãe de Carol fez ela e a irmã irem morar em Rio Grande do Sul na casa dos avós. Lá as coisas não eram...