Capítulo 17

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"Você nunca vai estar sozinha
Deste momento em diante
Se você se sentir que está partindo
Não vou deixar você cair
Você nunca vai estar sozinha
Vou te segurar até a dor passar"
Nickelback - Never Gonna Be Alone


Bruno

O clima estava tão tenso, algo desagradável e eu não queria iniciar essa conversa desse jeito, mas não sabia o que fazer para amenizar tudo isso, então fiz o que sei fazer de melhor.

- Senta, vamos pedir algo e assim começamos a nossa conversa. - Puxo a cadeira para ela se sentar, tento ser o mais gentil possível, talvez ela leve isso em consideração na hora da conversa.

Me sento em sua frente enquanto nosso pedido estava sendo anotado, não posso deixar de perceber que ela estava tão cheirosa, eu realmente tinha que ter sido mais compreensível, eu não sei o real motivo dela ter ido embora e todo esse tempo eu apenas apontei o dedo sem tentar de verdade ir atrás do que aconteceu, agora pude ver que estava agindo como um moleque.

- Enquanto esperamos quer falar primeiro o que tem para falar ? - Estava muito nervoso para falar primeiro e muito ansioso para saber o que ela tinha para me contar.

- Então Bruno depois de tudo que aconteceu nesses últimos dias, eu decidi que é hora de eu parar de enrolar e mesmo você agindo como esse babaca, você merece saber a verdade em nome da nossa antiga amizade.

As palavras delas estavam firmes, me acertavam como um soco e talvez esses socos me fizessem acordar para a vida.

- Você se lembra na última vez que nós vimos eu disse que tinha uma coisa para te contar e te pedi para me ver na pracinha ? - As lembranças vem com uma intensidade que eu fico sem palavras, apenas concordo com a cabeça esperando ela continuar.

- Naquele dia eu ia me declarar para você, dizer tudo o que eu sentia e que minha primeira paixão era também meu melhor amigo, mas algo aconteceu e eu não pude ir naquele dia.

Fecho os olhos tentando assimilar tudo o que ela tinha me falado, ela era apaixonada por mim também, nosso sentimento era recíproco e não tivemos oportunidades naquela época de levar adiante. Decido deixar o nervosismo de lado e expor também tudo, não deixar mais nada sem respostas.

- Naquele dia você não era a única que ia contar algo, eu também tinha uma coisa muito importante para te falar, você não era a única apaixonada, você nunca foi a única apaixonada.

Minha garganta fica seca, as palavras começavam a ficar entaladas e isso estava me sufocando por anos, mas hoje eu deixaria todas elas serem faladas.

- Eu tive um triste motivo para não ter aparecido aquele dia, infelizmente não pude me despedir de ninguém, nem ao menos te dar um último abraço.

Percebo que ela estava segurando o choro, e que esse choro não era apenas de hoje, algo realmente aconteceu e isso machuca tanto ela.

Seguro sua mão por cima da mesa tentando demonstrar que eu estava ali agora, ela tenta dar um sorriso para mostrar que estava bem mas sabia que não estava nada bem. Quando ela estava prestes a continuar me contando tudo o meu celular começa a vibrar em cima da mesa, olho para o visor e percebo ser um número desconhecido.

- Atende pode ser algo importante, enquanto isso vou no banheiro lavar o rosto, já volto. - Ela se levanta e caminha em direção ao banheiro enquanto atendo a ligação.

- Senhor Bruno Meneses? - Uma voz feminina de um número desconhecido, espero que não seja trote ou cobrança.

- Ele mesmo, quem fala?

O Tempo nos ReencontrouOnde histórias criam vida. Descubra agora