Capítulo 16

1.7K 205 28
                                    

"Você diz que precisa de mim
Depois você parte e me derruba"

Escutem essa música, pensem um pouco nas atitudes, veja se ninguém merece alguma desculpa por algo, veja se alguém precisa pedir desculpas para você, não deixe a dor de uma mágoa estragar seus dias, sua vida, aprenda apenas com os erros e não se torture com eles...




Bruno

Após ter bebido mais do que devia e já estar me sentindo meio tonto decido que está na hora de ir embora, afinal, ninguém merece ficar de ressaca por mais que meu motivo para isso seja forte.

Caminho dando uns leves esbarrões nas pessoas, a música que antes parecia agradável agora está completamente alta e exagerada, o ambiente agora era só para quem realmente não ligava para nada, em outros tempos o ambiente era ideal para mim, mas algo mudou me sinto desconfortável, diria até que preferia ter ficado em casa assim teria evitado aquela discussão com ela.

Novamente me pego pensando nela, já virou costume ela vir em minha mente involuntariamente, às vezes isso machuca mais do que eu gostaria, eu estava tão bem antes dela aparecer de novo, não tinha com o que me preocupar pois ninguém seria capaz de passar por todas as barreiras, mas ela só de chegar perto já me desmonta, ela tem um efeito tão grande em mim que eu queria entender tudo isso, mas não consigo, na verdade tenho medo de entender pois lá no fundo eu sei a resposta para isso, só não quero acreditar.

- Ei Bruno você não está pensando em dirigir assim né? - Vejo Victor caminhar ao meu lado, ele parece sóbrio até demais.

- Não estou pensando, eu vou dirigir assim, estou bem, só com a vista um pouco embaçada. - Pego a chave do meu bolso mas ela acaba caindo, eu estou mais do que só vista embaçada, mas não vou deixar meu carro aqui e ir de táxi. - E você? Por que está tão normal? Você sempre é o que fica mais doidão.

- Eu não estava querendo beber hoje, só quis espairecer um pouco à cabeça já você parece que exagerou na dose, me deixa dirigir enquanto você me conta o que houve.

Entrego a chave do carro para ele, não é a primeira vez que ele dirige meu carro e sei que não vai ser a última, por mais estranho que pareça eu confio nele para deixar meu xodó.

- E antes que eu me esqueça Bruno, vou dormir na sua casa hoje tá?

Dou uma risada enquanto reviro os olhos

- Você é tão cara de pau que não pede mais, enfim, você sabe que é bem vindo sempre, agora me conte por que decidiu ser responsável hoje?

- Você sabe quem é aquela garota que veio com sua mina hoje?

Agora saquei, estava óbvio que tinha menina como motivo para o Victor querer impressionar.

- Se eu não me engano, ela se chama Fernanda e não é do seu tipo, o pouco que a Carol falou ela é bem responsável, decidida e fechada, o contrário de você galinha. - Chacoalho minha cabeça enquanto Victor começava o trajeto para minha casa.

- Eu sou responsável.

O encaro com um olhar de deboche como se esperasse ele admitir algo.

- Tá bem, confesso que só sou responsável quando quero, mas ela pode querer me conhecer por esse lado e depois que ver que sou tudo de bom eu me solto e mostro para ela o meu eu verdadeiro.

Reviro os olhos e sinto uma pontada forte na minha cabeça, fecho meus olhos para ver se ameniza mas nada resolve e novamente me pego pensando na Carolina, agora percebo o quão babaca fui novamente com ela e dessa vez não sei se terei as desculpas dela.

O resto do caminho foi de pouca conversa, Victor percebeu que eu não estava muito legal e respeitou esse momento apenas perguntando o que era necessário.

Ao chegar em casa vou direto para minha cama, me jogo nela colocando meu travesseiro sobre o rosto e deixando a dor tomar conta de mim até escutar uma batida na porta.

- Toma esse remédio, sua avó deixou sobre a estante, provavelmente sabia que você iria passar dos limites. - Victor me entrega um copo de água e um comprimido, engulo sem nem precisar da água, mas como estava morrendo de sede bebo mesmo assim.

- Você quer me contar o real motivo de você não estar bem? - Victor se encosta sobre minha cômoda e me encara sério, fazia tempo que eu não via ele assim.

- Digamos que eu estou perdido, não sei se você vai entender mas sabe quando você tem uma rotina, se acostumou com ela e está bem assim, até que um dia essa rotina é quebrada por alguém que já te quebrou, alguém que pode ser sua força e fraqueza, alguém que pode ser sua salvação ou perdição, digamos que a Carol era isso para mim, e de certa forma ainda é, e eu não sei como agir com ela, eu já desculpei ela por ela ter ido embora mas eu ainda preciso saber o motivo, e por ela não contar eu por impulso faço besteiras e fiz uma besteira hoje que talvez não tenha volta. - Levanto a cabeça e o observo com um sorriso de canto no rosto. - O que você está sorrindo idiota ?

- Você está apaixonado, e é muito engraçado ver você assim de certa forma, afinal, eu e o Lucas fomos os únicos que já nos apaixonamos nesses anos de amizade, você foi sempre o coração de gelo, não posso falar que te entendo pois só você está sentindo isso, mas você tem que ser sincero com ela, tem que se abrir por mais difícil que isso seja e saber que toda ação vai ter uma consequência, resta saber se sua ação será boa ou ruim e torcer para que a consequência seja melhor.

Me levanto ficando em sua frente o encarando sério, e sorrio em forma de agradecimento, Victor por mais sem juízo e irresponsável que seja as vezes, sabe também ser um homem maduro e que sabe que as vidas não é apenas álcool, sexo e drogas, e ele de certa forma foi um dos que me salvaram daquele poço que eu estava caindo, o abraço e sorrio novamente o agradecendo, ele se despede dando boa noite e sai do meu quarto fechando a porta e me deixando apenas com meus pensamentos.

Ele estava certo, não posso continuar agindo como o moleque que a Carol deixou, tenho que mostrar para ela que como ela eu também amadureci, mas sei que agora ela não quer me ver pintado de ouro, talvez seja melhor para amanhã.

Me deito na cama e poucos minutos depois de muita reflexão descanso, um sono leve e calmo, talvez me preparando para enfrentar o próximo dia que poderia ser decisivo.

Acordo, tomo um banho e assim que saio do meu quarto mando uma mensagem pedindo para ver a Carol, precisava esclarecer tudo e ser esclarecido.

Marcamos de nos ver na sorveteria que tinha perto da casa dela, iremos nos encontrar às 14:00 e era bem cedo ainda, isso significaria que eu iria passar a manhã toda ansioso e pensativo, podendo tomar mais atitudes erradas.

As horas passaram devagar e isso era bem torturante, sai mais cedo do que pretendia de casa e isso me fez chegar mais cedo na sorveteria, espero ela por 40 minutos sentado em uma mesa no fundo, quando a vejo caminhar em minha direção meu coração para e ao mesmo tempo acelera, começo a suar frio e ao ver a expressão dela séria e triste ao me encarar percebi que eu realmente estava sendo uma pessoa lixo e isso precisava e iria mudar.

- Olá Carol, precisamos conversar

- Olá Bruno, precisamos conversar.

Ambos falam juntos um de frente para o outro, feições sérias, decididas e indescritível, algo me diz que depois dessa conversa, tudo irá mudar e como o Victor disse, essa pode ser a consequência das minhas ações.



Demorei gente eu sei, mas dessa vez os próximos três capítulos vão sair mais rápidos do que vocês imaginam e antes que vocês perguntem o que aconteceu para mim sumir, não poderei dar uma explicação completa, apenas que as coisas estão bem difíceis, espero que elas logo melhorem e que vocês possam entender meu lado, enfim, me perdoem e aproveitem a leitura, espero que gostem.

Não esqueçam de votar, comentar suas teorias e o que estão achando, compartilhem com seus amigos por favor e não se esqueçam de me seguir e adicionar nas minhas redes sociais que estão na biografia, assim vocês ficam ligadas com tudo que está acontecendo e algumas vezes podem ganhar algum spoiler, quem sabe rsrs.

Boa leitura meus anjos, amo vocês ❤️

O Tempo nos ReencontrouOnde histórias criam vida. Descubra agora