Capítulo 20

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Bruno

O que dizer dessas horas que se passaram? Lágrimas, perdas, beijos, declarações, um dia e tanto, já a noite ainda estava longe de acabar.

Por mais preocupado que estivesse preocupado com minha avó, eu não seria egoísta ao ponto de ignorar que a Carol estava mal com sua perda, a notícia veio de uma forma tão impactante que parece que a ficha dela ainda não caiu, ela havia chorado nos primeiros minutos, mas depois simplesmente olhou pra mim e abaixou a cabeça colocando em meu ombro e ficando assim por longos minutos.

Até mesmo o Victor e o Lucas sentiram o impacto da notícia, é visível isso pela forma que eles estão depois de tudo. Lucas abraçou a Júlia de uma forma tão carinhosa que quem não os conhecesse diria que são namorados ou até mesmo mais, Victor simplesmente se calou no canto com o olhar perdido, parecia que ele tinha entrado em um mundo diferente, onde nada em sua volta existia.

Eu e Carol estávamos próximos como não estivemos desde que ela voltou e isso me trazia uma certa paz, por um momento eu esqueci tudo do passado, tudo em nossa volta e só enxerguei a garota pelo qual eu fui apaixonado e ainda provavelmente sou, ali do meu lado, tão perto, tão linda, tão ela.

A sua boca tão próxima, a sua pele transmitindo um calor para o meu, estava cada vez mais difícil manter ela na distância segura, eu à queria de novo, queria ela como se fosse a última vez e foi esse pensamento que quebrou minhas barreiras, eu queria e quero ela e vou fazer de tudo a partir de hoje para tê-la em meu lado.

Nosso beijo aconteceu quando eu menos esperava, foi um beijo tão bom que foi inevitável não querer mais e foi isso que aconteceu, um, dois, três, vários beijos calmos seguidos de selinhos e olhares com mil significados, nosso silêncio falava mais que mil frases, estavamos conectados por uma linha invisível e por mais fraca que eu tenha deixado essa linha ficar ela ainda estava ali graças a Carol, agora é minha vez de retribuir cada sacrifício e trazer ela de volta para mim.

Nosso momento foi quebrado com o Victor me avisando que o médico estava querendo falar comigo sobre o estado da minha avó e isso novamente trouxe meus pensamentos e medo a tona, mas foi quando Carol e todos ao meu redor de alguma forma tentaram me ajudar, foi eles que me seguraram de pé e mesmo sem perceber foram eles que me fizeram superar esse medo.

- E então Doutor, como a minha avó está?. - Essas palavras saíram com um esforço inimaginável, minha garganta estava fechada me sufocando, mas eu precisava saber, eu precisava de notícias.

- A sua avó teve um início de infarto e teve que ser submetida a uma bateria de exames pelo fato de ela não passar no médico há algum tempo, ela ainda precisa ficar em observação por alguns dias, mas ela já pode receber visitas, mas peço que vá apenas duas pessoas pois ela está sedada e precisa de muito repouso.

Meu coração se aliviou em cada palavra que eu ouvi, mas lá no fundo eu sabia que não poderia ficar tão despreocupado, pois esse pode ter sido o primeiro e vou fazer o possível para que não aconteça novamente, minha avó ainda é nova e não vai passar por isso novamente.

Após o médico sair da recepção deixando todos com um aspecto de calma eu pego a mão da Carolina e a conduzo até a saída novamente, agora que essa situação está mais tranquila eu preciso ajudar ela nesse momento. Nos afastamos um pouco mais da entrada do hospital ficando em uma área com algumas árvore trazendo um pouco do ar da natureza para o clima.

- Fico feliz em saber que sua avó está bem agora, talvez a gente tenha que passar na sua casa pra trazer algumas coisas pra ela... - Antes que ela pudesse continuar eu a beijo, agora um beijo mais quente, com muito mais desejo e calor, um beijo onde eu pudesse transmitir todo o sentimento que foi guardado por esses anos, não foi apenas um beijo, sei que foi o beijo, o beijo que vai dar início a um novo rumo para nós.

Me afasto para recuperamos o fôlego, seguro suas duas mãos e a encaro.

- Você não precisa ser forte agora, solte sua dor e deixe um pouco dela ir embora, não segure no seu peito o que tem risco de cortar seu coração.

Ela abaixa a cabeça, mas sei que foi para tentar esconder suas lágrimas, seguro em seu queixo levantando na direção do meu olhar e dou um beijo leve em cada bochecha molhada pelas lágrimas.

- Você não está sozinha, você um dia foi minha família e você ainda é, mesmo ela um pouquinho grande agora com os dois destrambelhado vulgo irmãos.

Ela sorri passando a palma de sua mão em seu rosto secando suas lágrimas.

- Obrigado por me fazer sorrir agora e estar do meu lado, vai ser difícil ver mais alguém que eu amo ir embora pra sempre.

Eu não entendi o que ela quis dizer com isso, mas de certa forma isso fez meu coração sentir um aperto tão forte e tão triste, desde que ela voltou eu só fui capaz de julga-la sem tentar de verdade saber o que fez ela ir e mesmo assim ela ainda está aqui do meu lado, ela ainda tenta me dar outra chance.

- Eu que preciso agradecer Carol, você tem feito tanto, mesmo com meus vacilos você ainda faz, depois que tudo isso passar eu quero ter a chance de me desculpar com você pra valer.

Ela me abraça como se pedisse pra mim apenas retribuir com a mesma intensidade e isso era o que eu mais queria fazer, retribuir tudo o que ela tem feito e quem sabe a gente ainda possa ficar juntos.

Conforme a noite ia passando fomos revezando em cada um ir pra casa fazer seus afazeres e se quisesse voltar depois, eu era o único que precisava ficar ali caso houvesse alguma mudança.

Eu pedi para o Lucas levar a Carol para a casa com a irmã para que ela pudesse tomar um banho e tentar descansar por algumas horas, sei que o amanhecer será mais difícil para ela.

Não tinha muita coisa que eu pudesse fazer para tentar amenizar a dor que ela estava sentindo, mas sei que ela precisa saber que eu estou do seu lado.

Mensagem On:

Bruno: Espero que você já esteja dormindo quando essa mensagem chegar, obrigado de novo por ter ficado comigo e enfrentado essa barra e espero que você saiba que eu também estou com você, pra qualquer situação. Dorme bem, qualquer coisa me liga, beijos.

Mensagem Off:

Desligo o celular e tento achar algum jeito para poder descansar a mente e tirar um pouco do estresse, o amanhecer será longo e espero que depois dessa tempestade, apareça o Sol em nossas vidas.


Voltei pragas, sentiram minha falta né eu sei, não precisam aplaudir nem chorar 🌚

Quem tava de luto já pela avó, melhor guardar a roupa preta de novo por que não foi dessa vez que ela vai nos deixar, podem me agradecer depois 😗

Espero que vocês gostem desse capítulo e aprendam uma lição importante (que eu também preciso aprender). Se o que guardamos em nosso peito está nos machucando deixe ir embora, não guarde no seu peito algo que pode cortar seu coração.

Não esqueçam de votar, compartilhar com seus Dollynhos e comentar o que estão achando, amo vocês suas lindas❤️

Rede sociais na Bio, segue e adiciona pragas, até o próximo capítulo

O Tempo nos ReencontrouOnde histórias criam vida. Descubra agora