Capítulo 7

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Bruno

Só pode ser brincadeira né, um jantar com a Carolina, sim, a CAROLINA, onde minha avó estava com a cabeça quando propôs isso ou melhor, eu sei onde ela estava com a cabeça, de novo ela com o lance de sabedoria achando que sabe a solução de todos os problemas e acha que esse será apenas mais um para ela solucionar como se fosse fácil.

As vezes eu penso, como seria se ela não tivesse ido embora? Será que daria certo? Tantas perguntas que eu não sei se quero as respostas, apenas quero saber uma, por quê partiu?

Encosto minhas duas mãos na parede deixando a água escorrer sobre meus ombros, nem mesmo um banho está conseguindo me manter relaxado com esse jantar, já estou aqui há um bom tempo e se pudesse ficaria até ela ir embora, mas eu que pago a conta de água e luz então meu bolso que vai doer, mas tudo bem minha avó quis esse jantar, farei o possível para ser um desastre. Saio do banheiro decidido a fazer esse jantar um dos piores, com um sorriso confiante tento permanecer com a calma, pego minha roupa e coloco rapidamente, era algo que não requer muito de um cuidado especial então apenas me arrumei com o básico, passei meu perfume e encarei meu reflexo no espelho.

- Você não vai fraquejar para ela, não vai, ela te abandonou e agora você vai fazer ela sentir um pouco do que te fez sentir. - Sorrio novamente para meu reflexo, agora com mais confiança do que nunca, caminho até a cozinha e escuto uma conversa baixa, paro um pouco e decido prestar atenção, tenho quase certeza que é minha avó falando alguma bobeira sobre eu e ela nos aproximar novamente como se nada tivesse acontecido, mas para meu espanto não era isso.

- E os estudos, você decidiu o que fazer quando terminar a escola?

- Vou fazer faculdade de pedagogia, e se Deus quiser lecionar em alguma escola daqui mesmo.

Então ela decidiu ser professora, espero que ensine os alunos o significado dá palavra amizade verdadeira.

- Você decidiu então seguir a profissão dela né? Fico feliz por você ser essa garota tão especial que se tornou.

Por um breve segundo me repreendo pelo pensamento anterior, ela sempre quis ser professora, ela tinha uma grande admiração por essa profissão em especial pela mãe, sim a mãe dela era tão boa, mas no final também partiu levando Carolina de mim. Olho em direção a cozinha e noto minha vó dando o sorriso que sempre me deu desde que me entendo por gente.

- Que bom que você já se arrumou Bruno, agora me ajude a colocar a mesa para jantarmos.

Dou um longo suspiro ao ver o corpo dela se virar em direção ao meu, ela estava linda, isso de certa forma dificultou quaisquer pensamentos que eu tive em meu quarto, ela não parecia ter nenhum sentimento de culpa pelo que fez, não sei se isso é algo bom para ela poder dormir em paz a noite ou ruim por ser tão dissimulada e não sentir nada quando se foi.

Caminho passando ao lado dela e não pude deixar de notar que ela além de linda estava cheirosa, combinação para acabar com qualquer psicológico.

- Boa noite Carolina. - Tento transparecer o mais calmo e grosso possível, não podia deixar ela notar que estava balanceado, eu não iria deixar ela notar qualquer sentimento bom que me causa. Passo ao seu lado com o corpo tenso, por quê tinha que estar tão perto e ao mesmo tempo tão longe, por quê tinha tantos efeitos em mim sem nem ao menos se mexer, o que essa garota tem?

A conversa vai fluindo conforme os minutos iam passando mais lento que o normal, isso me dava uma agonia pois teria que ficar perto dela por mais tempo.

Meu apetite some por completo, por mais que eu ame lasanha, saber que a Carolina está aqui na minha frente como se nada tivesse acontecido, estava tão preso em meus pensamentos que não reparei que ela estava me encarando, esse olhar dela era hipnotizante, conseguia fazer meu coração se queimar em uma mistura de sentimentos, um olhar que desmontava qualquer armadura de ferro que eu coloquei para me proteger com o tempo.

O Tempo nos ReencontrouOnde histórias criam vida. Descubra agora