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— Aquele moço que saiu do estúdio quando cheguei era bem bonitinho — Hyuna comentou casualmente enquanto folheava o catálogo de tatuagens.Eu estava fazendo os acabamentos de uma tatuagem em seu tornozelo, uma das muitas que eu havia feito nela. Era uma cliente antiga; na verdade, já era praticamente uma amiga. Ela veio por indicação do Taehyung e como eles eram primos nos víamos regularmente. Era o tipo de amizade que eu gostava de classificar como “amizade de rolê”.
Ri debochadamente.
— Você não acharia isso se visse ele abrindo a boca — respondi por baixo da máscara preta.
— Por que? Ele tinha mau hálito? — indagou, horrorizada.
— Antes fosse. Ele só falava merda mesmo.
— A maioria dos caras é assim... Eu prefiro mulheres. Mas na verdade, não pego nenhum dos dois… — suspirou desanimadamente, e eu contive o riso.
— Mas convenhamos que você tem dedo podre, Hyuna.
— Tá, mas o que ele disse de tão ruim?
— Várias coisas. Ele veio cobrir uma tatuagem de arco íris que fez quando estava bêbado, acima da bunda, aí ficava o tempo todo querendo reforçar que era machão, como se eu desse a foda pra isso. Criticou meu piercing no umbigo, acredita? — ela entreabriu a boca e me olhou indignada. — Disse que esse piercing é de menina.
— E você disse o que?
— Que trabalho aqui há anos e sempre achei que fosse de umbigo. — ela riu. — Não é como se um acessório tivesse gênero, né...
— Você não deixa passar uma, né? Aliás, e aquele garoto que você tava me contando da última vez que eu vim? Era… Jimin?
Eu suspirei e assenti, porque eu não conseguia segurar minha língua grande e acabei comentando sobre ele. Eu não podia falar que ele era um robô, então acabei dizendo que era um amigo virtual que viria morar aqui e isso deturpou um pouco — muito — a realidade dos fatos, porque tive que inventar toda uma história.
— Ele já chegou. Há uns dias, umas duas semanas, eu acho…
— Você vai levar ele na festa de Halloween?
Perguntou se referindo à festa que o Taehyung e o Seokjin dão todos os anos. Os pais deles sempre viajam nessa época pra comemorar o aniversário de casamento, então eles aproveitam a casa como querem.
— Eu… Não tinha pensado nisso ainda. Pode ser que eu convide ele e meu irmão, mas… Não sei. — balancei negativamente a cabeça, já pensando no rosto aterrorizado de Hoseok só pela menção do Jimin pisar em uma festa daquelas.
Então quando cheguei em casa, resolvi ligar para o Seokjin, que prontamente atendeu. O Jin nunca deixava de atender o celular, nunca mesmo, eu o considerava a pessoa mais acessível do mundo.
— Fala!
— Oi, tá ocupado?
— Depende... O que você quer?
— Queria te dar uma sugestão pra festa.
— Pra festa? — ele pareceu um pouco desconfiado, e deveria, porque eu geralmente não ligo pra essas coisas. — Pode falar.
— Tá, eu vou direto ao ponto. E se vocês dividissem ela em duas? Sabe, uma festa mais light e outra mais… Daquele jeito que vocês fazem.
Ele ficou em silêncio um tempo, me fazendo ficar um pouco apreensivo.
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Computer Boy ☆ jikook
FanfictionQuando Park Jimin abriu os olhos pela primeira vez, tinha muitas expectativas sobre o mundo, sobre sua vida e todas as experiências que viveria dali em diante. Ele era um robô recém fabricado, ainda em fase de testes, e apesar de sua média aproximad...