14 - o lado escuro do sol

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E se nós reescrevermos as estrelas?
Diga que você foi feito pra ser meu
Nada poderia nos separar
Você seria o único que eu deveria encontrar
É você que decide, e sou eu que decido
Ninguém pode dizer o que nós podemos ser
Então, por que não reescrevemos as estrelas?
Talvez o mundo possa ser nosso hoje à noite

James Arthur - Rewrite The Stars (feat. Anne-Marie)


🐯


Virei a panqueca na frigideira e deixei um sorriso bobo nascer em meus lábios enquanto aspirava o aroma apetitoso que emanava pelo ar.

Não podia evitar sorrir como qualquer bobo de paixão o faria.

Não é como se fosse assim o tempo inteiro. Bom, com Hoseok nem sempre era tudo tão fácil assim, mas nos últimos dias ele estava tão diferente… No fundo admito que tinha uma pulguinha atrás da orelha com essa mudança repentina, da água para o vinho, mas não iria reclamar.

Afinal, não sabia o que se passava dentro dele. Ele podia simplesmente estar melhor; não entendia como, mas eu estava feliz, não só por nós mas especialmente por ele.

— Você precisa ir antes que o Jimin acorde — Hoseok alertou meio rouco, descansando seu queixo em meu ombro e envolvendo minha cintura com seus braços.

— Ele nem vai desconfiar — falei, sorrindo sapeca e desligando o fogo para então me virar e encarar sua expressão sonolenta.

— Não vai desconfiar que você dormiu na nossa casa e agora tá fazendo café da manhã só de cueca? Olha… — riu fraco. — Você subestima o Jimin.

— Tá, já entendi — revirei os olhos. — Vou me vestir e ir pra casa.

Larguei a espátula no balcão e passei por ele, mas fui impedido de dar o próximo passo em direção à porta quando Hoseok pegou em minha mão, me puxando de volta para ele.

— Não fala assim, como se eu tivesse te expulsando — pediu em um tom afetado, acariciando meu pescoço com delicadeza.

— Eu sei, eu sei… Eu sou seu segredinho — cruzei os braços, emburrado.

Ele riu.

— O que aconteceu com você? Até uns dias atrás, você tava bem com o fato de escondermos isso.

— Eu sei. Mas é que agora… — respirei fundo e coloquei minhas mãos em cima das dele, chegando um pouco mais perto e olhando sério em seus olhos. — Sou só eu, Hoseok? Eu tô doido, ou tá rolando algo além de uma amizade colorida aqui?

Ele hesitou, seu olhar vacilando entre o meu e nossas mãos juntinhas.

— Você não tá doido, mas ainda não tô pronto pra dar esse passo. Ok? Me desculpa.

Sorri apesar de não estar radiante com aquela resposta e beijei suavemente sua bochecha.

— Não se desculpe pelo o que você sente. Ou melhor… Não sente. Você não controla isso...

— É que eu sei como isso tudo deve ser uma merda pra você.

— Se fosse eu não estaria aqui — disse, honestamente.

Odiava quando Hoseok se martirizava assim, como se fosse um monstro e como se eu fosse alguém que não sabe o que é bom para si mesmo.

Ele nunca me deu esperanças e nunca me obrigou a estar nessa relação complicada, que, sim, às vezes machucava, mas eu conhecia meus próprios limites.

Nunca estaria com alguém que me faz mais mal que bem, nem que o amor fosse maior que eu, mas com ele não era assim.

Acontece que Hoseok só dava importância aos seus erros e defeitos.

Computer Boy ☆ jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora