Capítulo 25

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"Adote o ritmo da natureza. O segredo dela é a paciência."

Emerson, Ralph

Quarta-feira

Quando desci para o café, papai parecia muito animado. Logo ele revelou o motivo de estar tão feliz.

-Aris? -Chamou ele.

-Oi?

-Tem planos para semana que vem?

-Não sei, por quê? -Perguntei.

-Porque nós vamos passar uma semana no sítio do seu bisavô. -Contou ele.

-Mesmo que eu tivesse planos o senhor não ia deixar eu ficar. -Brinquei.

Ele fez uma careta mas depois sorriu.

Eu ia ficar uma semana sem ver o Ben, mas para o papai isso seria uma conquista.

-Nós vamos no domingo então já comece a arrumar as malas e desfazer os planos.

-Nossa, ela não precisa de tanto tempo pra fazer as malas, não vai fazer um intercâmbio. -Disse mamãe.

-Não estraga meu momento. -Disse papai.

Eu e mamãe sorrimos. Bom, eu ia faltar no culto de domingo, de quarta, no culto dos jovens, ia ter que cancelar o estudo com Ben, mas acho que nada a mais. Ia ser bom ficar um pouco longe da cidade.

-Vai ser uma semana de descanso pra mim. Em contato com a natureza, pescando. Só nós em família. -Disse papai reforçando a última frase para aniquilar qualquer possibilidade de eu querer que o Benjamin fosse.

Sorri e comecei a comer.

Sábado

Abri a porta e dei com Benjamin.

-Eu já vou, só preciso colocar umas malas no carro. -Disse eu.

-Mas já? -Perguntou entrando atrás de mim.

-Pois é, papai quer deixar tudo pronto.

Ele sorriu e começou a me ajudar pegando as malas ao pé da escada.

Começamos a levar até o porta-malas e ele disse:

-Uma semana sem você aqui.

-Só parece tanto tempo, mas não é. -Disse eu.

-Pra você.

-Eu também vou sentir a sua falta, mas não posso fazer nada. É a decisão do meu pai. -Disse eu.

-Lá pega sinal pelo menos?

-Acho que não. Mas quando eu for no centro da cidade de lá eu posso te ligar. Se meu pai não me olhar de cara feia. Não é nada contra, porque meu pai gosta de você, é só ciúmes mesmo.

-Eu entendo. Talvez você possa me mandar uma carta do vilarejo de lá. -Brincou.

-Para de ser chato. -Disse dando uma cotovelada leve nele.

-Ia ser legal ganhar uma carta.

-Eu que devia estar exigindo isso. -Disse eu.

Ele sorriu e papai chegou com algumas malas.

-Tudo bom?

-Tudo sim e com o senhor?

-Estou bem. -Disse papai.- Já vão sair?

-Daqui a pouco. -Respondeu Benjamin.

-O.k. -Disse papai levando algumas malas pro carro.

Quando papai retornou Ben disse:

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