Capítulo 42

69 4 0
                                    

"O medo perde a força quando arrumamos coragem para dizer o que nos assusta em voz alta."

Bruna Vieira

Terça-feira

-Quando você me contou eu comecei a chorar. De verdade. Minha mãe perguntou o que estava acontecendo e quando eu contei ela ficou tão feliz Aris. -Disse Clara.

-Eu nem sei dizer o quanto chorei. Mas agradeço por todas as orações, significaram muito. -Disse eu.

-Você foi um exemplo. -Disse Clara gentil.

-Eu não teria tanta certeza. Questionei, me irritei e me culpei também.

-Isso são fases. Qualquer um faria a mesma coisa. Você foi forte. Por isso é minha amiga. -Disse Clara.

Em seguida ela me abraçou e eu fiquei tão feliz porque em todas as fases que passei durante o acidente, tive ajuda.

Ben estava lá, Clara sempre se preocupava, Paulo e Hugo conseguiam me animar, vovó me dava conselhos, meus pais me acolhiam, a igreja sempre esteve a disposição, e até Gabriel disse algo.

Nos afastamos e o sinal para o intervalo soou. Nos levantamos e Paulo disse:

-Hoje compro um lanche pra vocês, mas não se acostumem.

-Vos me esforçar. -Disse eu.

-Isso é uma dádiva. -Disse Clara.

-Vocês falam como se eu fosse um pão duro.

Sorrimos e seguimos pelo corredor.

⬆✝

Mamãe queria dar o testemunho na igreja, e eu também abracei a ideia.

Íamos falar com o pastor nesse domingo. Mas mesmo assim eu estava me preparando de certa forma.

Resolvi ir até a cozinha pegar algo para comer. Todos precisam de uma pausa, até mesmo você Ariana Müller, disse eu a mim mesma.

Entrei na cozinha e mamãe estava falando ao telefone. Abri a geladeira e meus olhos procuravam a melhor opção disponível.

-Aris?

-Oi? -Respondi esperando que ela não brigasse comigo por estar com a porta da geladeira aberta.

Ela ficou quieta então olhei para ela, que estava com o rosto assustado.

-Oi. -Disse eu mais uma vez.

-O bisavô morreu.

Fim do livro 1

Qual é o seu Norte?Onde histórias criam vida. Descubra agora