Capítulo 26

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“De todas as coisas que fiz na vida, provocar seu riso me pareceu a mais importante, a única coisa, concluí que dava sentido à minha vida.”

Quatro Vidas de um Cachorro, Bruce W. Cameron

As pessoas podem até não acreditar, mas minha família pode ser bem aleatória quando quer.

Voltando da viagem, já perto de casa, papai viu uma loja de animais e resolveu parar. Ele disse que ia só dar uma olhada, mas quando voltou, ele estava trazendo um filhote de cachorro. De acordo com ele é um Bernese Mountain Dog. Tenho de reconhecer que o cachorro é muito fofo. Quando chegamos em casa, mamãe foi conversar com o papai e ele disse que o cachorro lembraria ele da fazenda, então ela acabou concordando em ficar com o cachorro. Eu só espero não ter que recolher cocô dele.

Mandei uma mensagem para o Ben avisando que tinha chegado e subi para o quarto.

Mais tarde Ben perguntou que horas eu poderia ir na casa dele amanhã, portanto fui perguntar para papai.

Desci as escadas e encontrei ele brincando com o cachorro.

-Pai?

-Oi?

-Que horas eu posso ir na casa do Ben amanhã e que horas é pra mim voltar? -Perguntei.

-Ir na casa do Ben? -Perguntou.

-É, o senhor disse que eu ia poder ir quando voltássemos.

-Nossa, mas já quer ir?

-Eu posso falar pra ele que eu vou outro dia. -Disse eu.

-Não, tudo bem filha, você pode ir. Vê qual é o melhor horário para os pais dele e me avisa. -Disse papai calmo olhando para o cachorro.

-Obrigada pai. -Disse me sentando do lado dele no chão.

-Ele é bonitinho né? -Disse papai

-É sim pai. -Disse eu.

-Você vai sentir saudade da chácara do seu vô? -Perguntou.

-Vou. Muita.

-Então vai me dizer que não sentiu falta da cidade e nem do Benjamin? -Disse sorrindo.

-Ah pai! Senti sim, mas também vou sentir falta de lá. -Respondi.

-Eu queria viver como seu avô. Em paz na natureza.

-Um dia o senhor vai poder. -Disse eu.

-Mas não vai ser bem da maneira que eu quero. Você não vai estar lá, eu imagino. -Disse ele.

-Talvez não. Mas eu vou te visitar muitas vezes.

Ele olhou para mim com um sorriso e disse:

-Não é a mesma coisa.

Sorri e deitei a cabeça no ombro dele observando aquele cãozinho que fazia o papai se lembrar dos campos.

Ficou combinado que após o culto eu iria para a casa do Ben para almoçar, e ia embora a tardezinha.

Estava vestindo calça jeans para me sentir mais a vontade na casa dele.

Quando cheguei na igreja, Ben estava esperando na porta, e por sinal ele estava muito fofo. Desci do carro e fui até ele. Antes de poder dizer oi, papai cumprimentou ele dizendo:

-Sentiu muita falta?

-Sim. -Disse ele rindo.

-Seus pais estão bem?

Qual é o seu Norte?Onde histórias criam vida. Descubra agora