Capítulo 27

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"Entre uma estrela
e um vagalume
o sol se põe."

Alice Ruiz

Sábado

O grupo de jovens da igreja tinha combinado que após o culto, nós íamos para o shopping. Mamãe não ficou muito contente com a ideia de ter que me dar dinheiro para levar, mas acabou dando.

Quando estávamos saíndo da igreja, o pessoal ia verificando com quem ia cada um.

-No meu carro cabem mais três fora a Camila. -Disse Bruno.

Seu não mencionei antes, vou mencionar agora: a Camila e o Bruno namoram. Os dois devem ter entre 25 á 28 anos. Eu acho.

-Eu vou com vocês. Eu e a Bia. -Disse Amanda.

-Mais alguém? -Perguntou Bruno.

-Como eu não vou querer segurar vela pra vocês dois eu vou. -Disse Clara para mim.

-Isso só é desculpa pra você ficar longe de mim sua traidora. -Disse eu.

-Também te amo Aris. -Disse ela entrando no carro.

Como Queila e Oscar -que são casados- também tinham três lugares disponíveis, foram eu, Ben e Elisa.

Logo chegamos ao shopping e fomos para a praça de alimentação. Não foi fácil achar lugar pra todo mundo, mas graças a Deus achamos. Depois de todos já terem pedido, Bruno disse:

-Gente, vou falar rapidinho com vocês. -O pessoal começou a fazer silêncio para ouvir o que Bruno tinha a dizer, seja o que fosse, devia ser importante.- Primeiramente eu queria agradecer por vocês que estão aqui, que melhoram a minha vida todos os dias. De verdade, vocês são como irmãos pra mim e é maravilhoso ver jovens como vocês queimando por Jesus. E eu fico feliz de fazer parte disso. Eu sei que ao longo dessa vida às vezes a gente sente que está perdendo algo, sente que não está aproveitando tudo o que pode aproveitar, mas eu digo uma coisa: vocês sim sabem o que é viver, sabem o que é amor, sabem o que é a salvação porque Cristo apresentou a vocês. Então não liguem para as opiniões alheias sobre a forma como você dirige a sua vida, sobre os seus valores e princípios. Sabe quem está perdendo o melhor dessa vida? O pessoal do mundo. Porque eles acham que já tentaram de tudo para serem felizes, mas não conhecem a Jesus. E vocês têm esse privilégio de conhecer. Tem esse privilégio de estar em família. Então sejam gratos. Permaneçam firmes que Deus vai abençoar muito a vida de vocês. Amém?

-Amém! -Dissemos juntos e começamos a bater palmas, o que atraiu os olhares de outras pessoas sobre a nossa mesa.

Sorri e mastiguei as palavras de Bruno. Eu gostava de pensar sobre tudo o que lia ou que ouvia na pregação. Sabe? Para manter dentro de mim, para que eu possa me apegar e não esquecer. Era uma boa tática.

-Nossa, tá demorando né? -Perguntou Ester.

-Amiga olha o tanto de gente que eles tem que servir. -Disse Flávia.

-Ah, mesmo assim! Vou lá reclamar.

-Ah vai. Faz um barraco lá. -Disse João.

Ela se levantou como quem ia brigar e todos nós ficamos observando ela ir até a lixeira e jogar algo lá.

-Eu sabia que você não ia ter coragem. -Disse Ingrid.

-Tá ficando doida? Até parece que eu ia. Ainda mais uma menina calma e cheia de amor como eu. -Disse Ester.

-Arrã, quem te iludiu tanto assim? -Perguntou Mateus.

Ester revirou os olhos e disse:

-Acho que agora é o nosso.

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