Capítulo 28

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"É minha fé na Bíblia que me serviu de guia em minha vida moral e literária. Quanto mais a civilização avance, mais será empregada a Bíblia."

Immanuel Kant

O despertador tocou um som quase alarmante anulando qualquer tentativa que eu tivesse de voltar a dormir. Eu nunca conseguia dormir muito bem na noite antecedente do retorno das aulas. Não sei porque. Me levantei e fui até o banheiro. Joguei água no rosto, escovei os dentes e fiz minhas higienes. Depois alinhei meus lençóis, escolhi uma roupa e passei um pouco de maquiagem pelo menos só no primeiro dia.

Me sentei na cama e tirei o versículo do dia. Depois desci as escadas e meu nariz foi inundado pelo cheiro de café. Meus pais amavam café, mas eu por outro lado nunca fui muito fã. A não ser que fosse um daqueles cafés que tem uma porção de coisas junto.

Entrei na cozinha e pedi a bênção a mamãe.

-Tem pão doce pra vocês. -Disse ela.

Dei um para Pri e comi o outro tomando achocolatado. Como em quase todas as manhãs.

-Seu ânimo é contagiante. -Disse mamãe.

Sorri e disse:

-Não dormi direito.

-Por quê? -Perguntou.

-Não sei.

-A escola é tão ruim assim? Você amava ir quando era mais nova! -Disse mamãe, o que era verdade.

Não é que eu não gostava mais, só não sentia a mesma empolgação.

-Não que é ruim, acho que eu mesmo estou criando espectativas péssimas. Mas vai dar tudo certo. Afinal, é o último ano.

-Ah! Nem parece. Já sabe o que vai fazer depois filha? -Perguntou mamãe levando a xícara de café até a boca.

-Não, não faço ideia.

Escrever o que eu queria fazer naquele trabalho de filosofia era uma coisa, e eu só tinha escrito que queria ajudar as pessoas, não do que ia trabalhar ou cursar.

Era muito complicado decidir e as vezes eu sentia o peso disso, porque eu não ia poder morar com os meus pais pra sempre.

Quando papai chegou procurei afastar essa preocupação só por enquanto e me concentrei na mesa e na conversa.

Depois disso mamãe e papai levaram a mim e Priscila para a escola.

Tinha marcado que ia me encontrar com Clara no portão.

Desci do carro e esperei por ela.

Ela logo chegou e também parecia mais arrumada do que o habitual.

Quando ela estava se aproximando logo abriu os braços e eu me enrosquei neles.

-Ai Clara, eu estou morta.

-Sem desânimo no primeiro dia! -Disse ela me dando tapinha nas costas antes que nos afastassemos.

Começamos a entrar na escola e eu disse:

Qual é o seu Norte?Onde histórias criam vida. Descubra agora