❤ Capítulo 7

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Meu Deus, eu não sabia que casar dava tanto trabalho!

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Meu Deus, eu não sabia que casar dava tanto trabalho!

Pego o quarto tecido que a organizadora de casamento coloca em minha mão e olho para Priscila, pedindo socorro, em silêncio. Não consigo ver diferença neles. São todos brancos, é só para colocar na mesa. Não pode usar qualquer um?

— Te amo, obrigada por fazer isso comigo — ela sussurra, sorrindo do meu embaraço.

— Tudo pra você ficar feliz. — Deposito um selinho rápido nos seus lábios, que se alargam ainda mais com minha declaração.

Minha noiva sabe que não levo o mínimo jeito para isso, no entanto, me esforço para ser participativo nessa fase que toda mulher ama antes do grande dia. Nunca presenciei nenhum gesto de carinho entre meus pais, e não quero que minha vida seja assim também.

Espero ter filhos um dia, e jamais usarei nada do que vivi na infância como base para criação deles. Respeito é importante, sim, mas nunca à base da violência. Quero ser um pai totalmente diferente do que o meu foi, e um marido atencioso para a Pri.

Ela já passou por muita coisa e merece ter uma família novamente.

Quando tinha apenas seis anos, seu pai veio como imigrante da China para São Paulo, administrar uma grande fabricante de motocicletas que tinha sido do seu avô. A família gostava do Brasil, o nome Priscila, inclusive, foi escolhido em homenagem à avó brasileira. Eles tinham muito dinheiro, eram bem-sucedidos, mas sempre davam atenção especial à filha única.

Aos onze, depois de uma apresentação de balé dela na escola, foram assaltados voltando para casa. No susto, por estarem com uma criança dentro do carro, seus pais acabaram reagindo e sendo assassinados à queima roupa, na frente de Priscila.

Não consigo imaginar a dor e o desespero da garotinha vendo a vida das pessoas que mais amava sendo arrancada na sua frente. Ela voltou para a China e passou a viver com os tios por parte de mãe, duas pessoas frias e que não gostavam muito de criança.

Só retornou ao Brasil com 23 anos, depois de se formar. Fez questão de ser advogada criminal para honrar a memória dos pais. Acho que isso foi a primeira coisa que eu gostei nela.

De uma forma meio torta, temos os mesmos objetivos.

— Eu quero esta aqui, é mais leve e delicada. — Priscila entrega para a mulher uma das toalhas.

— Que ótima escolha. Vai ficar lindo com os arranjos de lavanda nas mesas.

— O quê? Lavandas? — pergunto, de supetão, não conseguindo esconder a surpresa na voz.

Isso não, pelo amor de Deus!

— Sim, amor. Estávamos em dúvida da cor da decoração, lembra? Daí aquele dia no seu escritório, eu recordei como você ama lavandas. Vai ficar bonito não acha, tudo lilás?

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