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Meu nome é Anne Clinton, tenho 16 anos, e fui diagnosticada aos 12 com leucemia. A minha vida sempre foi um turbilhão de emoções. Desde o dia que descobri a doença percebo que sou um fardo na vida dos meus pais, que não tem tempo nem para eles mesmos. Vera Clinton e Carlos Clinton – o meu maior bem.
O meu grande sonho é me tornar uma médica, pra acabar de vez com os mistérios e o sofrimento que o câncer traz. Eu parei de estudar um ano depois do diagnóstico, mas então o meu pai com todo o esforço, pagou professores particulares para me dá um reforço especial, por isso me formei; e recentemente entrei na faculdade de Nova York.
A minha vida é um completo tumulto, eu quase não tenho tempo pra fazer nada. As terças e quartas, vou à faculdade, que muitas vezes acaba sendo um fardo enorme pra mim por que os professores me encaram como se eu fosse uma pessoa anormal. E os meus colegas nem se quer olham pra mim, por que me acham diferente. Mas o meu objetivo de ser médica me inspira todos os dias. As sextas é o dia da quimioterapia, o qual eu costumo chamar de "o dia do sofrimento". Uma agulha de quase 10 cm no meu braço todas as sextas, e aquele líquido na bolsa de soro, descendo por gota, o que era extremamente irritante.
Os médicos dizem que a minha doença pode se espalhar para outros órgãos do corpo se o tratamento não estiver fazendo efeito. O que não me impressiona porque eu sempre achei que eu era um fracasso, e que estaria morrendo aos poucos. Além disso, todos os dias eu tinha que tomar um remédio chamado Proxilaton para aliviar as dores, além do tubo de oxigênio que ficava grudado em mim 24 horas por dia.
Por causa da quimioterapia eu não podia deixar o meu cabelo crescer, o que era bom, por que eu sempre odiei cabelo grande. Usar maquiagem também era algo extremamente raro por que eu detestava. Isso só acontecia quando eu ia viajar, o que quase nunca acontecia. Sempre achei meio escroto o jeito das meninas do meu bairro; shorts que mais pareciam calcinhas jeans, e blusas que pareciam sutiã, além da maquiagem extravagante. Sempre achei tudo isso horrível, e a minha timidez contribuía.

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